Alfonso fez sinal pra Anahí, que dormia, e Christopher assentiu, apontando com a cabeça pro escritório e saindo dali. Alfonso se virou com Anahí no sofá, como se tivesse deitando de conchinha com ela e esperou até o sono dela se tranqüilizar de novo. Deu um beijinho no ombro dela e se levantou, mancando até o escritório. Chegando lá Christopher estava parado ao lado da mesa, girando o revolver entre os dedos. Alfonso parou na porta, entendendo. Christopher estava furioso pelo que ele havia feito.
Christopher: Eu perdi dez homens essa noite porque você resolveu cantar. – Disse, girando o revolver na mesa – Dez vidas. Parece certo pra você?
Alfonso: Não. – Disse, entendendo.
Christopher: Feche a porta. – Ordenou, sério. Alfonso não tinha certeza de que queria fazer isso, mas fechou a porta.
Alfonso: Eu não entendo. Eu não disse nada comprometedor, porque mataram seus homens?
Christopher: Sabe porque todos nós estamos soltos, Alfonso? Andando na rua tranquilamente, sem precisar nos esconder? Porque o FBI sabe quem somos, sabe o que fazemos, mas não tem como provar. – Disse, virando o rosto sério pra Alfonso – Você foi de livre e espontânea vontade, nas mãos deles, e se ofereceu como a prova. Bastou.
Alfonso: Oh.
Christopher: Tá pensando que isso aqui é brincadeira, Alfonso? Que é como seu relacionamento com Anahí? – Perguntou, se virando. Alfonso estava ciente da arma na mão dele – Existe todo um esquema em torno de mim, e aquelas pessoas, aqueles que morreram pra guardar meu segredo, morreram acreditando que eu não os entregaria!
Alfonso: Você não os entregou. – Disse, quieto.
Christopher: Não fui eu, mas foi alguém do meu circulo interno. Alguém que soube de tudo praticamente pela minha boca. É como se tivesse sido eu. – Disse, quieto.
Alfonso: Eu sinto muito. – Disse, sem ter o que dizer. Christopher hesitou, respirando fundo.
Christopher: Alfonso, o certo e o justo é que eu mate você agora, por ter feito o que fez, em memória dos 10 que morreram pelo seu erro. – Disse, sério, o dedo tracejando o gatilho da arma.
Alfonso não teve reação pra isso. Um movimento de Christopher e ele estaria morto antes de bater no chão. Não tivera tempo nem de se despedir de Anahí, de lhe dar um ultimo beijo ou dizer que a amava. Que pena.
---*
Alfonso pensou em olhar enquanto Christopher atirava, mas ele preferia ter como ultima lembrança os olhos de Anahí do que a bala que o iria matar. Virou o rosto, olhando o chão, pensando no pandemônio que Anahí ia criar ao acordar com os tiros e encontrá-lo morto. Christopher grunhiu, revirando os olhos e largou a arma na mesa.
Christopher: Cara, eu não vou te matar! – Disse, obvio. Largando a arma. Alfonso fez uma careta, olhando o Christopher.
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O Turista (Livro 01)
Adventure"Tudo começou quando ele conheceu uma mulher em um trem." Obra original e completa. Não disponível para download ou adaptações. Todos os direitos reservados.