Capítulo 03

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Alfonso: Certo. – Disse, ao descer do trem. A estação de Veneza estava cheia de policiais. Ele não deu atenção. – Eu vou pra onde mesmo? – Perguntou, incrédulo, olhando as pessoas passando.

Estupidez total. Ok, a mulher era realmente linda, mas por isso ele pulou de um trem em uma estação lotada de policiais, em uma cidade que não conhecia. Ele resolveu sair da estação. Encontraria um hotel, e colocaria as coisas em ordem. Parado ali é que não podia ficar. Saiu da estação de trem, então gemeu, se lembrando que em Veneza, taxis eram barcos. Mais essa agora. Ele foi até um ponto de taxi, esperando algum voltar, olhando a água. Será que a policia prenderia alguém por nadar ali? Ele riu com o pensamento idiota, apanhando uma pedrinha e jogando na água. A pedra pulou quatro vezes e afundou. Usava uma camisa de manga cumprida, branca, e jeans. Após algum tempo começou a ficar entediado. Ergueu a cabeça para a placa de taxi. Tinha um numero de telefone ali. Ele largou a mochila no chão, apanhando o celular no bolso. A cobertura da França é uma merda, pensou enquanto discava.

Anahí: Alfonso. – Chamou, e ele ergueu o rosto. Havia uma lancha, enorme, parada na ponte em frente a ele. Anahí estava encostada em um ferro, olhando-o. – Não vai encontrar um taxi aqui tão cedo. – Avisou.

Alfonso: Acabei de perceber. – Disse, obvio, e ela riu.

Anahí: Você vem? – Perguntou, erguendo a sobrancelha.

Alfonso: É o segundo convite em um dia. Estou lisonjeado. – Disse, encostado no poste do ponto de taxi.

Anahí sorriu de canto e virou o rosto, dando uma ordem em Francês, e um empregado, fardado, saiu da lancha, apanhando a bagagem de Alfonso, levando-a para o barco. Alfonso riu, entrando na lancha, o olhar sondando-a. Algo nela o fazia sorrir.

Anahí: Estava me fazendo pegar transito. – Justificou, se levantando. Os dois ficaram próximos, de pé um de frente pro outro, e ela sorriu, encarando-o. Se Alfonso visse os cliques frenético em volta dos dois, não teria sorrido de volta.

Ela lhe deu as costas, sumindo dentro da lancha, e ele olhou em volta, vendo o barco ganhar velocidade. A paisagem era realmente bonita. Ele se sentou, olhando a água verde escura passando, e ela sorriu, observando-o quietamente. Estava facilitando o trabalho dela, se expondo aos fotógrafos, e sendo perfeitamente natural. O barco só perdeu velocidade quando pararam na frente de um hotel enorme. Se chamava "Gabrielle", pelo que dizia a fachada delicada. Tudo ali era luxuoso. Por estar reparando os detalhes que não viu os empregados colocando suas malas junto com as dela no carrinho, para levar para dentro do hotel.

Alfonso: Ei! Minha bagagem! – Disse, saltando de onde estava sentado. Era claro que não ia ficar ali. Seu salário de um mês, que era modestamente bom, não pagaria um dia naquele lugar. O homem nem olhou.

Anahí: Não se dê ao trabalho, eles só falam francês. – Disse, saindo da cabine. Um empregado do hotel ofereceu a mão a ela, dando-lhe apoio para sair do barco.

Empregado: Mrs. Uckermann. – Saudou, e ela assentiu com a cabeça, saindo do barco. Alfonso foi atrás antes que alguém lhe oferecesse a mão também.

A recepção do hotel era enorme, tudo em mármore branco, um lustre gigante acima deles, tapetes vermelhos sob seus pés. Nem sinal mais da bagagem dos dois. Ela foi até o balcão, e ele parou atrás dela. Anahí reprimiu o sorriso.

Anahí: Anahí Uckermann e esposo. – Anunciou, delicada, e apontou com a cabeça. O recepcionista olhou Alfonso de cima abaixo, como se achasse um insulto alguém tão simples ser casado com alguém como Anahí. Alfonso ergueu a sobrancelha, petulante. O recepcionista mexeu em um computador, digitando algo, então apanhou um cartão, preso em um chaveiro vermelho, que parecia caro.

Recepcionista: Me acompanhe, por favor. – Disse, saindo a frente.

Alfonso: Pensei que eles só falassem francês. – Intimou, enquanto a acompanhava. Ela se limitou a sorrir.

Os dois pegaram um elevador, indo até a cobertura. Só haviam dois quartos por andar. O recepcionista passou o cartão na porta dupla, abrindo-a. Os dois entraram. A sala era gigante, com três sofás parecendo confortáveis, assim como 4 poltronas e uma mesa de centro retangular. Havia uma lareira e espelhos em volta da sala. Várias portas que davam para uma sacada, mas estavam fechadas, com cortinas brancas e delicadas protegendo-as. Anahí agradeceu ao recepcionista, que a entregou o cartão, e saiu. Quando se virou, Alfonso a olhava acusadoramente.

Alfonso: Quem é você? – Perguntou, direto, observando-a.

O Turista (Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora