Prólogo

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Califórnia, 2012.
Gustavo: Onde você estava ontem à noite? - Insisti. - Do seu trabalho até aqui em casa são exatamente onze minutos, você deveria estar em casa ás oito e onze.
Amanda: Para Gustavo, você está parecendo um louco. - Amanda gritou esquecendo que nós tínhamos uma sindica chata, que com certeza viria reclamar depois.
Gustavo: Estou parecendo um louco, porque você está mentindo para mim. - Meus pensamentos impuros estavam me atormentando.
Amanda: Você é um doente. Eu estou te traindo mesmo, está contente? Eu não te suporto mais. - Aquelas palavras entraram em mim como uma faca bem amolada.
Gustavo; Eu amo você, como você foi capaz de fazer isso comigo? - Exclamei incrédulo.
Amanda: Você me sufoca Gustavo, você me liga o dia inteiro para saber o que estou fazendo, você calcula meus horários. A gente nem transa mais, você tem vinte e dois anos e eu tenho vinte, parece que estamos anos casados, isso tudo está desgastado. Você esqueceu que sou sua mulher e pensa que sou uma bonequinha de porcelana que você pode controlar. - Desabafou. - Eu tenho uma vida, eu tenho meus sonhos, minha vida não resume em você e a sua não deveria se resumir a mim.
Gustavo: Tudo que eu faço é por você, e é isso que eu recebo como agradecimento?
Amanda: Você quer a verdade Gustavo? - Ergui uma de minhas sobrancelhas. - Eu nunca te amei, nunca. Eu estava na merda quando você apareceu, havia acabado de perder meus pais, só era e a Maria Júlia. Você apareceu, com seu jeito doce, de primeiro eu te achei bonito, atraente, eu gostei de você de verdade, mas depois eu descobri que você era rico, era tudo que eu precisava. Começamos a namorar, você parecia sedento por alguma companhia, e logo me chamou para morar com você. Eu conheci uma pessoa, nesse tempo todo eu estava com outro, ele é um homem que você nunca vai ser. - Antes que eu pudesse dar conta do que eu estava fazendo, eu já havia disparado um tapa em sua cara. Ela me olhou assustada colocando a mão sobre o rosto. - Por isso seus pais não se importam com você, ninguém te quer por perto.- Impulsivamente segurei em seu pescoço e a encostei na parede.
Gustavo: Cala a merda dessa sua boca. - Meu ódio devia estar estampado em meus olhos. Coloquei mais força sobre minha mão, ela tentava se soltar se debatendo.
Maria Júlia: Você vai matá-la, para por favor. - Maria Júlia entrou na sala desesperada. - Para, por favor.
Amanda já estava vermelha, por falta de oxigenação.
Amanda: Eu vou embora dessa casa. Eu te odeio Gustavo, eu odeio você. - Ela gritou e foi em direção ao quarto. Fui atrás dela.
Gustavo: Minhas filhas ficam aqui. Você nunca mais vai se quer falar com elas.
Amanda: Fica com elas de brinde para você. - Ela jogou a mala sobre a cama, e começou a jogar suas roupas.
Gustavo: Você quer ir embora? Vai. Mas não vai levar nada dessa casa. - Segurei na alça da mala e joguei a mesma no chão.
Ela me olhou com raiva, e forçou um sorriso debochado. Não falou mais nada, saiu do quarto pisando firme, em poucos segundos ouvi a porta da sala bater com força.

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