Maju Narrando.
Confesso que os últimos dias não tem sido nada fáceis, minha vida estava resumida em escola, quarto e algumas tentativas de distração da Antonella. Eu sei que estou dendo um pouco dramática, é minha primeira decepção amorosa deixa eu sofrer.
— Se arruma que vamos sair em 10 minutos. — Antonella disse entrando no meu quarto. Olhei para ela sem entender. — Campeonato do Levi.
— Eu tinha esquecido. — Afundei minha cara no travesseiro.
— Mas eu já te lembrei, então se arrume logo. — Ela saindo do meu quarto.
Resmunguei alguns palavrões e levantei da cama, me rastejei até o banheiro, tomei um banho rápido, coloquei uma roupa qualquer, terminei de me arrumar e fui até a sala onde Antonella já estava me esperando. Hoje a Luna foi a um passeio da escola, então não tínhamos que nos preocupar com ela. Não demorou e já estávamos fora do prédio, Antonella não para de falar um minuto se quer, eu nem ouvia mais o que ela estava falando, apenas balançava a cabeça em sinal que eu havia entendido o que ela estava falando. Pegamos logo um táxi, Antonella explicou onde ficava e o taxista seguiu até o local.
— Dá pra melhora essa cara de defunto?
— Única que eu tenho. — Mostrei a língua para mesma.
— Chegamos. — Antonella abriu um sorriso assim que o táxi parou. Ela tirou o dinheiro da bolsa e pagou o taxista, e em seguida saímos do carro. — Meu Deus! Quanto skatista lindo, estou no paraíso. — Ela bateu umas palmas empolgadas.
— Deixa o Senhor Gustavo ver toda essa euforia. — Ela revirou os olhos e saiu andando na minha frente.
Realmente tinha muitos meninos bonitos, porém foda-se. Andamos mais um pouco, e logo avistamos Levi atracado com uma garota. Antonella já chegou puxando ele pela camisa, o que fez ele ri e garota ficar incrivelmente puta.
— Boa sorte infeliz. — Os dois se abraçaram, e assim que se soltaram, ele me olhou e deu um sorriso.
— Ainda bem que veio, se não ia te buscar e te trazer na marra. — Ele disse rindo e passou o braço pelo meu ombro, depositando um beijo na minha cabeça.
— Eu vim para te desejar boa sorte, — Fiquei de frente para ele, e passei os braços pelo pescoço dele. — então, boa sorte. — Dei uma risada baixa.
Nos soltamos, e ouvi uma voz conhecida chamando-o. Era última pessoa do mundo que eu queria ver, provavelmente minha cara de ruim foi para péssima.
— Você vei aqui, para me ver ou para ficar se martirizando pelo passado? — Levi falou perto do meu ouvido. — Abre logo a porra desse sorriso, e mostra que você é superior. — Eu acabei rindo da forma super gentil dele de me fazer ri.
Levi abraçou a Melissa e mais uma menina que estava com ela, devia ser a próxima vítima dela.
— Bom meninas, estou indo para lá. Torçam por mim.
— Claro seu pau no cu, ganha essa porra. — Antonella disse mandou beijo para ele.
Levi pegou se skate e saiu correndo, Antonella segurou minha mão e saímos correndo para grade, já estava tudo lotada, tivemos que empurrar muita gente.
O campeonato já havia começado, alguns participantes já haviam feitos suas manobras, e agora era vez do Levi, a gente gritou muito e ele foi ótimo, pelo para mim, eu não entendia nada, mas passou para fase final.
— Vocês viram? Gostaram? — Ele perguntou para todas nós, mas olhava diretamente para Antonella.
— Você arrazou. — Melissa disse abraçando ele.
Eu não ia estraga o momento dele com meus problemas sentimentais. Mas eu acho desnecessário ela ficar perto de mim.
— Parabéns. — Falei um pouco tímida.
— Obrigado. Está se divertindo, pelo menos?
— Estou sim. — Mexi no cabelo e fui olhar ao redor e acabei vendo uma cena não muito agradável. Me deu um nó na garganta, e meus olhos começaram a arde.
— Que foi? — Levi perguntou e olhou para direção que eu estava olhando. E viu a mesma coisa que eu. Melissa aos beijos em público com a garota que ela estava. — Você é lésbica? Bi? Ou só caiu nos encantos da Melissa?
— Como assim Levi... — Falei sem entender.
— Responde. — Ele perguntou com um sorriso torto no rosto.
— Eu... Eu... Acho que foram os encantos da Melissa. — Gaguejei um pouco e abaixei a cabeça olhando para os meus dedos.
— Eu vou fazer uma coisa, por você. Então não bata na minha cara e nem fique com raiva.
Eu fiquei olhando sem entender, ele levou a mão na minha nuca e me puxou de uma vez só colando nossos lábios. Inicialmente eu fiquei assustada, sem saber o que fazer, mas eu entendi o porque ele fez isso, então vamos nos vingar um pouquinho. Entrelacei meus braços no pescoço do Levi, e seus dedos entraram pelo meu cabelo segurando o mesmo com vontade, sua língua explorava cada canto da minha boca, uma de suas mãos desceram para minha cintura e apertou a mesma com um pouco de força, passei meua dedos pelo seu cabelo e puxei seu cabelo de leve. Estava bom... Até senti alguém esbarrando na gente, obrigando a gente a parar.
— Nossa! — Falei dando um sorriso tímido.
— Eu acho que funcionou. — Ele disse rindo, e olhou para o lado, onde Melissa não estava mais.
— UAL! — Ouvimos a voz da Antonella. — Já vi esse filme, eu fiz isso com o Gustavo e terminei apaixonada. — Ela revirou os olhos e nós rimos.
— Antonella não perde a oportunidade de manter essa boca quieta. — Bufei.
— Normal né?! — Levi riu. — Bom, agora é ganhar ou ganhar. Vou lá meninas, depois encontro vocês.
Antonella não parava de encher o saco por causa do beijo, e eu estava quase mandando eu ir para um não muito legal.
— Agora é a vez do Levi. — Antonella disse animada.
Ficamos prestando atenção, e ele fazia cada coisa muito legal, as pessoas gritavam e batiam palmas, assim como eu e a doida.
Todos já haviam se apresentado, agora era só esperar o resultado. Levi estava muito nervoso, dava para ver isso a distância. Um cara desceu no meio da pista com envelope na mão, falou umas baboseiras e anunciou nome do vencedor, era um outro menino lá. Levi ficou em segundo lugar, ele estava decepcionado, Antonella ficou xingando o homem, como se o cara tivesse culpa. Os três meninos junto com o Levi subiram o pódio, receberam as medalhas. Aquilo tudo estava me dando no saco já, finalmente acabou.
— Vamos achar o Levi. — Antonella segurou minha mão, e saiu puxando no meio da multidão.
Empurramos algumas pessoas e chegamos no local, onde os participantes saíam. Se passaram 10... 15 minutos e nada do Levi aparecer.
— Você vou o Levi? — Antonella perguntou a um menino.
— Ele já meteu o pé já. — O menino respondeu e saiu andando.
— Legal, o idiota agora sumiu. — Antonella bufou.
— Eu acho que eu sei onde ele está, — Falei pensativa. — fica aqui, que eu já volto.
Saí antes que a Antonella começasse a suas séries de perguntas. Empurrei as pessoas que estavam em minha frente e senti alguém segurando meu braço.
— Eu quero falar com você. — Olhei para dona da mão que estava segurando o meu braço e meu coração parecia que ia pular para fora.
Mas o Levi me ajudou com eu precisei, é minha vez de ajuda-lo. Resiste Maju, resisti. Ela só te fez mal, te falou todas aquelas coisas para você, ela te deixou na merda. Droga Maju! Tenha uma atitude, aja com a razão e não com a emoção.
— Agora não Melissa, eu tenho uma coisa para resolver. — Tirei meu braço de sua mão e continuei andando.
Eu não sei de onde tirei forças e coragem, mas foi a melhor coisa que eu fiz. Respirei fundo e voltei a andar rápido.
Finalmente cheguei na pista, e como eu suspeitava, o local estava vazio, aproximei-me e Levi estava deitado no chão da pista olhando para o céu.
— Te achei. — Falei um pouco alto e me aproximei do mesmo. Ele continuou com os olhos fixos. — Ei, conversa comigo.
— Como eu vou provar para meu pai que eu posso viver do skate, se eu não consigo nem ganhar a merda de um campeonato? — Ele disse se sentando no chão e me olhando de lado.
— Imagina se tudo nessa vida fosse fácil? Todo mundo para chegar onde quer, passa por obstáculos. — Me sentei ao seu lado, abraçando meus joelhos. Ele me olhou e sorriu. — Olha a maluquinha, não desiste do sonho dela por nada, falem o que quiser, falem o quiser, está ela lá com um grande foda-se piscando na testa.
— Ela é doida mesmo, ela enfrentou os pais dela por isso, ela que ta certa. — Ele deu um sorriso idiota.
— Olha a cara de apaixonado. — Brinquei.
— Eu acho que o que sinto pela Antonella é mais admiração, do que paixão. — Ele deu de ombros. — Como me achou aqui?
— Aquele dia, eu te disse que seus olhos brilharam.
— Eu gosto de vim aqui para pensar.
— E eu vim atrapalhar seus pensamentos né?!
— Não, — Ele riu. — eu gostei de você ter vindo.
— Obrigado... Com a Melissa hoje. Funcionou mesmo, ela veio falar comigo depois. — Estalei meia dedos olhando para os mesmos.
— De nada... Se você quiser, podemos repitir. — Eu olhei para ele e o mesmo tinha um sorriso torto no rosto.
— Repetir o que? — Perguntei sem graça.
— O Beijo... — Eu olhei para o mesmo, tão envergonhada que eu devia estar parecendo um tomate. — Você beija bem, eu gostei, você não?
— É... Eu... Eu gostei. — Dei um sorriso tímido.
— Então isso é um sinal verde para mim? — Ele continuou me olhando com aquele sorriso nos lábios e eu sorri de volta.
Ele levou a mão no meu queixo, e aproximou seu rosto, em instantes nossos lábios já estavam colados.
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Califórnia Azul
De TodoEla colorida, ele preto e branco. Ela balada, ele escritório. Ela agitada, ele quieto. Ela impulsiva, ele calculista. Ela sorri o dia inteiro, ele metade mal humurado. Ela agora, ele mais tarde. Ela vive, ele sobrevive. Ela doce, ele amargo. Ela pre...