Bônus

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"A vida não tem que ser perfeita, só tem que ser vivida"
- Dexter

Antonella narrando
A semana passou voando, Gustavo pediu para que eu ficasse com as meninas, porque ele tinha que viajar, acabei ficando.
Antonella; Que tédio! - Suspirei.
Maju; A gente poderia fazer um bolo para o homem né?! - Olhei para ela tentando entender o contexto desse bolo. - É aniversário dele amanhã.
Antonella; Sério?! - Fiquei em pé no sofá. - Vamos fazer bolo, brigadeiro, e chamar algumas pessoas.
Maju; Meu pai não tem muitos amigos. - Maju disse lixando a unha.
Antonella; Chama os poucos que tem. - Falei.
Maju; É melhor só a gente mesmo.
Bufei.
Mas começamos a fazer as coisas, descemos para o mercado, compramos um bolo confeitado, refrigerante, as coisas para fazer o brigadeiro. Compramos inúmeras besterias, voltamos para casa.
Antonella; Vou ligar para Melissa, ela é boa nessas coisas de doce. - Falei pegando meu celular. Maju ficou sem graça. - Calma, não vou empurrar vocês uma para outra né.
Maju; Eu não falei nada. - Ela disse saindo da sala, revirei os olhos e disquei o número da Melissa e botei para chamar.
Melissa; Fala cachorra. - Ela atendeu.
Antonella; Vem cá no apartamento do Gustavo, agora.
Melissa; O que eu vou fazer ai?
Antonella; Me ajudar a fazer doces, vem logo porra, já te expliquei onde é. Estou te esperando, quero você aqui em menos de uma hora, beijos.
Desliguei antes mesmo dela responder, botei o bolo na geladeira, guardei os refrigerante no congelador. Ouvi o interfone tocar, o porteiro perguntando se poderia liberar a entrada na Melissa, fui até a porta deixei a mesma aberta, não demorou nem dez minutos e ela já estava entrando pelo apartamento.
Melissa; O que você quer inferno?
Antonella; Saudade que não era, - Revirei os olhos. - amanhã é aniversário do Gustavo, ai eu e Maju, arrumando as coisas, e você faz doce como ninguém.
Melissa; Hum, antes era grosso, depois idiota, após foi coronel, agora já está até chamando pelo nome, - Ela disse rindo. - o que um bom beijo não faz ein.
Maju; Beijo? Você e meu pai se beijaram? - Maju entrou na cozinha sorrindo.
Antonella; Está vendo ás merdas que você fala Melissa, - Olhei brava para ela. - nos beijamos, mas não foi nada demais, a Jamile lembra? Ela está aqui na porta do prédio, seu pai queria despachar ela, e a gente se beijou. Ele beija bem, tem até pegada, mas não tem nada haver isso, nada haver. Não é porque ele é um Deus grego, que eu fico pensando no beijo dele, porque eu não fico queridas.
As duas se olharam e começaram a ri.
Melissa; Você é a Maju? - Melissa disse sorrindo, eu já entendia aquele sorriso dela.
Maju; Sou eu mesma, e você é a Melissa. - Maju deu um sorriso sem graça.
Antonella; Pronto estão apresentadas, agora podem se pegar. - Maju me olhou, se ela fosse o ciclope ela teria mandado aquele laser com os olhos.
Melissa; Opa! - Melissa disse rindo. - Calma gatinha, não vou fazer nada que você não queria. - Melissa deu um piscada para ela.
Melissa começou a ri e eu acompanhei a mesma, Maju ficou vermelha que nem um tomate.
[...]
Nossa noite foi resumida, em enrolar brigadeiro, ver filme e comer.
Antonella; Luna faz um desenho para seu pai. - Sugeri.
Ela fico me olhou por alguns segundos, depois olhou para um caderno, e foi até o mesmo, peguei umas canetinhas para ela, e coloquei ela sentada no sofá, ela começou a desenhar algo que só Deus sabia o que era.
Melissa; Vai tocar hoje não Antonella?
Antonella; Vou Melissa, porque afinal eu consigo estar em dois lugares ao mesmo tempo. - Ela me mostrou do dedo do meio.
Maju; Vocês duas são doidas. - Maju riu.
Antonella; Eu sou normal, essa garota ai que é insuportável.
Melissa; Cala a boca Antonella. - Ela deu um tapa forte no meu braço. - Eu estava conversando com Levi hoje, eu não entendo porquê você não dá uma chance para o menino.
Antonella; Porque eu gosto dele como amigo, gosto de ficar com ele, mas para namorar não. - Respondi.
Melissa; Você é muito complicada. - Ela revirou os olhos.
Antonella; Você fala como se fosse á que se apaixonasse sempre né?!
Melissa; Mas eu já namorei, eu me permito de sentir as coisas, não sou igual você que fica se privando de tudo. Lembra quando você estava ficando com Samuel? Quando percebeu que estava gostando dele, deu um pé na bunda do garoto.
Antonella: Me deixa Melissa, eu não quero me apaixonar, eu gosto de ser livre, viver minha vida sem depender de ninguém. - Comecei a roer minhas unhas. - Eu não quero ter pau certo para minha buceta, se ela piscar eu vou lá e dou, sem compromisso, sem dar satisfação.
Melissa; Um dia tu vai quebrar essa porra que tu chama de cara, e eu vou ter que ficar ouvindo você chorar. - Melissa disse.
Antonella; Maju não está entendo nada, vamos falar de algo que ela saiba, ficar boiando no assunto é chato. - Cuspi as unhas que roí.
- Podem conversar, relaxem. - Ela deu de ombros.
Luna se aproximou de mim, e me esticou um papel. Caralho! A menina desenhava bem, cara ela só tinha quatro anos. Ela desenhou o pai dela, com um jaleco branco, sentado em escritório, desenhou Maju deitada como se fosse em sua cama com os fones de ouvido e me desenhou, ela estava desenhada sentada, e eu estava sentada na beirada da sua cama, contando uma história para ela, como eu faço toda noite. E eu achando que iria sair, mais um rabisco de criança.
Melissa; Nossa! Ela desenha bem para caralho. - Melissa disse pegando o desenho da minha mão.
Antonella; Maju, você já viu sua irmã desenhando antes?
Maju; Não, ela nunca se expressou de jeito nenhum. Deixa eu ver. - Maju esticou a mão e a Melissa lhe entregou o desenho.
Maju; Caraca! Gente, muito perfeito.
Antonella; Garota você é linda e talentosa sabia?! - Falei sorrindo, peguei ela no colo e enchi ela de beijo, a mesma começou a dar uma gargalhada gostosa.
Eu e Maju não quisemos falar, mas ela primeira vez que ela ria desse jeito desde que vim para cá, e pela cara da Maju de surpresa, não era novidade só para mim.

Gustavo Narrando.
Pior parte dessas viagens são as milhões de reuniões que eu tenho que ir. Confesso que quando eu soube que poderia ir para casa antes do que eu previa, fiquei feliz. Depois de duas horas de voou, finalmente estava quase em casa. Saí do aeroporto, peguei meu carro e dei partida, como hoje era sábado, quase de madrugada não havia trânsito. Estacionei no prédio, saí do carro travando o mesmo, peguei o elevador, desci no meu andar, peguei minhas chaves, abri a porta e entrei, ouvi uma música um pouco alta vindo do quarto da Maria Júlia, caminhei até o mesmo.
Estava Maria Júlia, Antonella, Luna e mais uma garota, dançando no quarto. Confesso que meus olhos foram parar no corpo da Antonella, ela rebolava e dançava sensualmente de acordo com a música, acabei meu transe quando a Maria Júlia me viu.
Maju; Pai! - Ela me cumprimentou sorrindo.
Gustavo; Oi. - Olhei para as quatro.
Antonella; Essa é uma amiga minha, nem vem brigar, eu só pedi ajuda ela, para uma coisa que não posso falar, aí ela veio e ficou um pouco aqui. - Antonella falou daquele jeito estabanado dela.
Gustavo; Tudo bem! - Assenti. - Vou para meu quarto, qualquer coisa estou lá.
Virei ás costas e fui para meu quarto, deixei minha pasta na cadeira, e joguei ás chaves da escrivaninha, tirei minha gravata, e deixei minha camisa desabotoada, tirei o sapato e a meia. Sentei na cama, ouvi o barulho do meu relógio apitando, anunciando que eram meia noite, isso significa que agora eu tenho vinte e cinco anos. Ouvi barulho de batidas na porta.
Gustavo; Pode entrar! - Falei.
A porta se abriu, Maria Júlia entrou com uma bandeja na mão, Antonella estava segurando um bolo com um vela acesa, Luna estava segurando uns bolas de ar, e a outra menina que eu não sabia quem era, estava com refrigerante na mão e uns corpos descartáveis.
- Parabéns você, nessa data querida, muitas felicidades muitos anos de vida. - Ás três cantaram juntas.
Gustavo; Valeu meninas. - Estava sem graça, levantei, levei minha mão ao cabelo e baguncei o mesmo.
Maju; Feliz aniversário! - Maria Júlia me deu um abraço.
Gustavo; Obrigado. - Dei um beijo em sua bochecha.
Antonella; Parabéns coronel! - Ela bateu continência e me deu um abraço.
Gustavo; Valeu Antonella.
Melissa; Parabéns ae Gustavo. - Amiga da Antonella me cumprimentou e eu apenas sorri de volta.
Luna se aproximou de mim, me entregou um desenho e sorriu. Acho que foi o melhor presente de aniversário que eu poderia ter recebido, peguei-a no colo, e enchi o rosto dela de beijo.
As meninas cortaram o bolo ali no quarto mesmo, comemos, estava me dando nervoso, pensando em algum doce cair no meu tapete, mas eu me controlei e fiquei quieto.
As meninas conversavam sem parar, eu estava apenas rindo, e olhando Luna brincando com as bolas. Eu estava sentado na cama e Antonella ao meu lado.
Maju; Enfim, já está tarde, melhor irmos dormi. - Maria Júlia disse se levantando da cadeira.
Melissa; Concordo, vamos Maju. - A amiga da Antonella disse.
Luna se aproximou da Antonella e pegou em sua mão, com a outra mão ela pegou a minha e colocou a minha mão em cima da mão da Antonella, ela riu e saiu correndo.
Maju; Vamos Melissa. - Maria Júlia puxou a menina.
Eu puxei minha mão de volta, fiquei em pé e coloquei a mão no bolso.
Antonella; Boa noite! - Antonella disse e saiu.
Mas antes dela sair, as meninas fecharam a porta.
Gustavo; Maria Júlia abre essa porta. - Caminhei até a porta e rodei a maçaneta, a porta não estava só fechada estava trancada.
Antonella; Não acredito que elas fizeram isso. - Ouvi Antonella resmungar.
Maju; Nem adianta, você vai brigar comigo mesmo, que brigue amanhã. - As duas riram do outro lado da porta. - Tenham uma ótima noite.
Respirei fundo e olhei para trás.
Antonella; Então, é isso... - Antonella estava tão vermelha quanto um tomate.
Gustavo; Não estou acostumado a te ver quieta, é até estranho. - Falei e me olhou de cara feia. - Enfim, vou tomar um banho, se quiser pode ir depois.
Antonella; Eu já tomei banho e já estou com roupa de dormir se não percebeu. - Revirou os olhos
Peguei minha toalha, uma cueca e uma calça, fui para o banheiro. Me despi e liguei o chuveiro, entrei debaixo do mesmo, devo ter ficado uns 40 minutos, na realidade eu estava fugindo daquela situação. Saí do chuveiro, me enrolei na toalha, me sequei, vesti a roupa que eu havia separado e abri a porta do banheiro. Antonella estava sentada na cadeira.
Gustavo; Vai dormi ai? - Perguntei.
Antonella; Onde vou dormir? - Ela estava de braços cruzados.
Gustavo; Só tem minha cama aqui.
Antonella; Bota uma camisa. - Ela falou olhando para a minha barriga.
Gustavo; Por que?
Antonella; Porque está me deixando nervosa. - Ela levantou e começou a andar pelo quarto.
Gustavo; Mas eu só durmo de cueca, como vamos fazer?
Antonella; Não Gustavo, não faça isso. Eu vou acabar te agarrando, sério, não faz isso. - Ela disse rápido como de costume, mas eu acabei dando risada. - Não ri, é sério. Nem pense em ficar de cueca na minha frente, eu vou ficar te olhando, quando eu for ver, puft, Antonella vai dá uma de tarada, e não, você é meu patrão, tenho que manter a pose de santidade aqui. - Ela andava de um lado para o outro, o que era mais engraçado

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