Capítulo 9

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Hoje Antonella receberia alta, ela estava que em pinto no lixo.
- Nem acredito que vou para casa. - Ela disse animada.
- Mas, é para ficar de repouso, entendeu né?! - Ela assentiu.
- Queria te fazer uma pergunta. - Virei-me para encara-la. - Você é meu namorado? É que você disse para meus pais que era, mas não estou te pressionando à nada, você sabe o tempo das coisas. Mas eu não ligo de namorar com você, porque eu gosto de você sabe?! Eu odeio quando eu começo a falar e não paro mais, acabo falando merda tipo agora. - Ela respirou fundo e eu ri.
- E eu amo esse seu jeito sincero de ser, - Sorri para mesma que estava mais vermelha que um tomate. Me aproximei e ajeitei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. - você fica muito gata com vergonha.
- Vai para o inferno. - Ela disse emburrada e eu dei vários selinhos em seus lábios.
- Vamos logo embora, eu quero sair daqui. - Ela me empurrou e voltou a arrumar suas coisas.
- Fofa sempre. - Debochei.
- Eu sei, sou um amor de pessoa. - Ri ironicamente.
Ajudei ela arrumar as coisas dela, esperei ela tomar banho e se arrumar. Antonella não fazia o tipo menina vaidosa, então era a única mulher que eu conheci que não demorava a se arrumar.
- Vamos?! - Ela assentiu e saímos do quarto.
Passamos pela sala de espera e seus pais estavam lá, Daniel estava com uma cara de que ia explodir de raiva a qualquer momento.
- Já que vocês querem conversar, se quiserem ir para minha casa, lá vocês tem mais privacidade. - Falei para os dois, mas me direcionei a Dona Stella.
- É melhor né?! Se não for encomodar, nós vamos sim. - Ela respondeu de forma educada.
Assento e caminhamos para fora do hospital, fomos para o estacionamento, abri a porta para Antonella entrar, e ela ficou me olhando com uma cara de tipo "para com essa palhaçada", eu só ri. Os pais da Antonella foram na parte de trás. O caminho era um silêncio chato, Antonella me olhava de lado e eu sabia que ela estava nervosa, ela não parava de estalar os dedos e de respirar fundo. Finalmente chegamos ao meu prédio, estacionei o carro, saímos do carro, peguei a bolsa da Antonella e caminhamos até o elevador, entramos no mesmo, e logo estávamos no meu andar, peguei as chaves e abri a porta e um "surpresa" me assustou. Na realidade não só a mim.
Estavam presentes Levi, Maria Júlia, Melissa, Elisa, Luna e o Bruno que eu nem sabia que estava por aqui. Tinha uma faixa grande escrita " Bem vinda Antonella", a mesma olhava tudo com uma cara de idiota.
- Eu amo vocês. - Ela disse batendo palmas em forma de comemoração.
- Vem me dá um abraço cadela. - Melissa disse.
As duas se abraçaram, e assim começou a seção abraços. Só não gostei do jeito que o Bruno e ela se abraçaram, parecia que eles tinham mais intimidade do que eu achava que tinha. Todos foram apresentados aos pais da Antonella. Bom a mãe dela foi amor de pessoa com todos, já o Daniel ficava com aquela cara como se fosse bater em alguém a qualquer momento.
- Não sabia que tinha voltado. - Falei perto do Bruno.
- Faz uma semana, eu vim aqui não te encontrei.
- Ata, vai voltar a prontar? Desistiu do que o pai te propôs?
- Você melhor que ninguém sabe que aquilo não é para mim.
- É verdade. - Ele riu.
- O que é uma festa sem música? - Melissa gritou. - Temos uma DJ aqui, linda e maravilhosa.
Melissa apareceu na sala com o equipamento da Antonella em uma mesa.
- Toca essa porra logo. - Elisa disse.
Antonella sorriu e se aproximou da mesa, ela nítido a alegria dela só em tocar. Não interessa se era para duas pessoas ou milhares, a alegria dela estava ali estampada. É óbvio que todo artista tem seu sonho e ela obviamente tem o dela, mas ela era feliz fazendo o que ela tanto amava. Ela começou a tocar, e as poucas pessoas começaram a dançar, Luna estava pulando que nem uma pipoca.
- Dança. - Melissa falou em minha direção.
- Não, obrigado. - Ri e fiquei encostado onde o Bruno estava.
- Dessa vez você escolheu bem.
- É, eu sei.
- Vê se não vacila. - Ele passou a mão no meu cabelo bagunçando o mesmo.
- Vai à merda. - Resmunguei.
O ambiente era amigável, as meninas estavam dançando, Antonella estava tocando, Levi estava grudado nela, coisa que estava me deixando extremamente irritado, mas eu estava me controlando, resumindo minha sala havia se tornado em uma boate, a parte desagradável era a cara do Daniel, que se manteve sério todo o tempo. Era antes das horas da noite, então não tinha problema.

{...}

Antonella já havia parado de tocar, as meninas estavam conversando eu Bruno estávamos trocando uma ideia.
- Chega! - Daniel gritou e todo mundo olhou para ele assustado. - Chega dessa palhaçada, vim aqui para levar Antonella de volta para casa e não participar disso.
- Para com isso Daniel. - Dona Stella o repreendeu envergonhada.
- Você sempre passa a mão por cima da cabeça dessa menina, por isso ela está assim. - Ele continuou a gritar.
- Acho melhor irmos. - Melissa disse.
- Pai, posso dá uma volta com elas? Eu levo a Luna. - Maria Júlia disse e eu assenti.
- Só não chega tarde.
- Ta bom.
- Meninas obrigado por tudo. - Antonella agradeceu. - E vocês dois também, muito obrigada.
Bruno riu e Levi se aproximou depositando um beijo em sua bochecha.
- Já chega né?! - Aproximei-me e olhei para ele forçando um sorriso.
Antonella me olhou séria e eu dei de ombros.
- Estou indo. - Ele disse e saiu.
- Vai tarde. - Resmunguei e Antonella me deu um beslicão. Bruno foi embora junto com as meninas, enfim agora estávamos a sós, agora só Deus mesmo.
- Agora acabou a palhaçada podemos conversar. - Ele levantou do sofá e encarou a Antonella. - Comigo não tem conversa, ou você concerta o que fez, vindo conosco para casa, ou você esquece que tem pai. Eu te criei para ser alguém na vida, e não trabalhar como uma vadia drogada.
- Ela não é vadia e não está nem perto de ser. Você crítica tanto, alguma vez na vida foi vê-la? Já viu a alegria da sua filha quando ela faz o que ela realmente gosta. Você como pai que eu acredito que a ame, deveria respeitar os sonhos dela. - Me intrometi e ele manteve o olhar sério.
- Ela deve te dá muito bem, para defender tanto ela.
Quando ele terminou de falar eu não me segurei, eu já havia acertado um soco em seu rosto.
- Gustavo, se acalma. - Antonella segurou meu rosto para olha-lá.
- Não interessa quem ele é, ninguém fala de você assim.
- Você é um moleque. - Ele gritou e tentou vim para cima de mim, mas Dona Stella o segurou.
- Sou um moleque, mas essa casa é minha e eu quero que você vai embora daqui agora.
- Você não vem Antonella?
- Você chama de vadia, insinua que sou uma prostituta e quer que eu vá embora com você? Eu tinha orgulho de você, agora eu tenho raiva. - Ela terminou de dizer, limpou as lágrimas que caiam do seu rosto e seguiu em direção ao corredor.
- Vamos Stella, avisa aquelazinha que ela não tem mais família. - Ele falou e saiu do apartamento junto com sua esposa.
Assim que eles saíram, fui até a porta e fechei a mesma. Respirei fundo, controlei um pouco da raiva que eu estava e fui falar com a Antonella.
Abri a porta devagar e adentrei o quarto, Antonella estava deitada, abraçada a um travesseiro.
- Eu vou ser famosa e fazer ele se arrepender de cada palavra que ele disse. - Sua voz estava embargada devido a crise de choro que estava.
- Não chora loirinha. - Deitei ao seu lado.
Ela virou para mim e se aconchengou em meu peitoral.
- Eu odeio o jeito que você me deixa. - Resmungou.
- Como eu te deixo? - Eu ri.
- Igual uma adolescente apaixonada.
- Adolescente não é mais, mas o apaixonada é verdade?
- Não, lógico que não, eu nunca vou me apaixonar por ninguém. E mesmo se eu me apaixonar por você, não vai ficar sabendo, porque se não vai ficar se achando.
- O que eu mais gosto de você, é que você tenta mentir, mas solta a verdade. - Falei rindo e ela me deu um tapa de leve.
- Não abro minha boca mais.
- Coisa linda.
- Melação. - Ela levantou e ficou sentada na cama. - Gustavo...
- Manda.
- Grosso. - Cruzou os braços e formou um bico.
- Você está muito manhosa hoje.
- Não posso?!
- Pode, claro que pode. Só que são momentos raros. - Debochei.
- Você está muito engraçadinho. - ela forçou um sorriso e voltou a ficar séria.
- O que você ia falar?
- Deixa. - Ela disse e eu dei de ombros. - Insiste miséria.
- Eu não.
- Vou falar assim mesmo. Hoje tem uma festa que eu tenho que tocar...
- Não. - Falei interrompendo-a.
- Mas Gustavo...
- Não. Não. Não. - Levantei da cama, peguei uma cueca e uma toalha e fui em direção ao banheiro. - Só mais uma coisa: Não.
- Chato. - Ela tacou a almofada só que entrei no banheiro antes que pegasse em mim. - Você não manda em mim. - Ela gritou. - Eu vou ir.
Ignorei, tirei minha roupa, liguei o chuveiro e entrei debaixo do mesmo, ouvir alguns resmungos da Antonella e fiquei rindo sozinho. Terminei meu banho depois de alguns minutos, vesti a cueca que peguei e voltei para o quarto.
Antonella estava no mesmo lugar vendo televisão.
- Você não ia sair? - Perguntei rindo.
- Vai para o inferno.
Sentei na cama e puxei-a pelo braço, ela me olhou emburrada, abri um sorriso e a beijei.

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