Capítulo 19

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Gustavo narrando.
Hoje o dia estava cansativo, o hospital teve alguns problemas, mas felizmente agora eu iria para casa, arrumei minhas coisas e sai da minha sala, acabei esbarrando com uma menina.
- Gustavo?! - Olhei para ver quem era.
- Oi Jamile e me desculpa estava distraído. - Forcei um sorriso e pude notar que sua barriga estava maior que o normal.
- Tudo bem, eu também estava distraída, acabei de fazer a ultrassonografia, e descobri que é uma menina. - Ela sorriu de uma forma sincera.
- Nossa! Nem sabia que você estava grávida. - Falei surpreso. - Felicidades, e que venha cheia de saúde.
- Ah! Obrigada, bom vou lá. Meu noivo está me esperando lá fora. - Ela sorriu e me cumprimentou com dois beijos na bochecha.
- Se cuida. - Falei de forma simples e ela seguiu o caminho dela.
Respirei fundo e voltei ao caminho da saída. Caminhei até o estacionamento, entrei no meu carro e segui para casa. Não demorei a chegar em casa, passei no quarto da Luna e dei beijo nela.
- Toma banho já? - Ela assentiu com a cabeça. - E já comeu? - Ela concordou de novo. - Tia Antonella cuidou direitinho?
- Mamãe... Antonella, mamãe. - Ela disse arrumando o cabelo da boneca e eu sorri.
- Papai te ama. - Dei um beijo na testa dela e sai do quarto.
Bati na porta do quarto da Maju, e ela gritou um "entra".
- Oi pai. - Ela riu para mim.
- Só para avisar que cheguei.
- Ata. - Ela diz e depois me chama novamente antes que eu saia do quarto. - Aproveita que chegou, conversa com a Antonella, ela está mega estranha.
- Você também notou isso? - Ela assentiu. - Eu estou preocupado, vou conversar com ela.
- Boa sorte. - Ela disse e eu sai do quarto.
Entrei no meu quarto e Antonella não estava, mas eu ouvi um choro vindo do banheiro. Abri a porta do banheiro, e tinha uns cinco testes de gravidez sobre a pia, e Antonella estava sentada no chão, chorando.
- Amor... - Chamei-a e ela me olhou com os olhos avermelhados.
- Desculpa... - Ela disse entre soluços. - Eu não consigo, me desculpa.
Respirei fundo e sentei ao seu lado no chão, puxei a mesma, fazendo sua cabeça se apoiar no meu peitoral.
- Porquê você está se torturando assim? Isso não está te fazendo bem.
- Hoje eu fui no hospital, queria fazer uma surpresa para você. - Ela soluçava sem parar. - Eu encontrei aquela vadia dos peitões, ela me disse coisas e depois eu vi o jeito que você olhou para ela, para barriga dela e eu não posso nunca te dá isso, isso dói.
Apertei-a mais contra mim.
- Olha para mim. - Segurei em seu queixo e fiz ela me olhar. - Eu te amo entende?! Eu amo você. Isso aconteceu, não foi porque eu quis ou porque você quis, não é uma notícia me faça feliz amor, mas é algo que não só eu como você tem que aceitar. Já disse que podemos adotar, será nosso, pais são quem cria. Olha meu caso com a Maria Júlia, eu tenho idade para ser irmão dela, e mesmo assim, ela me trata e me respeita como pai, porque eu a criei e eu a amo como minha filha, não precisa de sangue, só basta ter amor. - Ela foi se acalmando. - E amor é algo que temos, não adianta a gente querer algo que não podemos ter, dá para ser feliz com que a gente tem. Agora pelo amor de Deus para de ficar assim, eu estou ficando realmente preocupado com você.
- Eu te amo. - Ela disse entre as lágrimas que ainda desciam. - Eu to uma bosta mesmo, - Ela fez uma bico e eu dei um sorriso fraco. - me desculpa por ter te preocupado, eu só...
- Eu sei. - Interrompo-a. - Agora vamos levantar desse chão, tomar um banho e irmos para cama?
- Tudo bem.
- Você já comeu hoje? - Ela negou com a cabeça. - Então vamos tomar banho e depois vamos jantar.
Levantei do chão e peguei-a no colo, botei ela dentro do box, despi-a, e tirei minha roupa também. Liguei o chuveiro, tomei banho e dei um banho nela.
- Estou me sentindo um neném. - Ela disse enquanto eu a secava com a toalha.
- Três vrianças nessa casa para cuidar.
Enrolei nós dois na mesma toalha e voltamos para o quarto.

Maju narrando.

- O que você queria me dizer? - Perguntei ansiosa.
- São duas coisas, primeiro eu consegui um patrocinador...
- Ah meu Deus! - Pulei no pescoço dele e abracei-o.
- Calma, deixa eu terminar de falar. - Eu soltei-o, e voltei a prestar a atenção nele. - Só que tenho que me mudar para Califórnia daqui à duas semanas, não me mudar para sempre, mas tenho que passar um ano lá.
Meu coração já se apertou, nesse tempo eu me apeguei tanto ao Levi, eu gosto dele, não sou apaixonada por ele, pelo menos acho que não, Melissa ainda mexe comigo. Nesses meses nós matemos uma amizade colorida, não tínhamos compromisso nenhum era cada um com sua vida, mas confesso que era muito bom estar com ele.
- E a outra coisa? - Perguntei não querendo entrar no assunto "despedida".
- Nossa! Sua animação me contagiou. - Ele disse sorrindo ironicamente.
- Eu estou feliz por você, só não quero que vá embora. - Falei desviando meu olhar do dele. - Mas tá, o que era a outra coisa.
- OK. - Ele respirou fundo. - Eu acho melhor a gente parar com isso.
- Isso o que? - Perguntei sem entender.
- A gente Maju, essa coisa que a gente tem.
- Mas isso é porquê você vai embora? - Ele me encarou e deu um sorriso fraco. - Temos duas semana ainda para curti...
- Não Maju, a gente tá nessa à meses. Você ainda gosta da Melissa, e eu acho que to começando a criar sentimentos por você, já me fudi com essa história de amizade colorida e eu vou acabar me fudendo de novo. E acho que podemos manter uma amizade legal, sem ninguém sair machucado disso.
- Eu gosto de ficar com você... Você me faz tão bem. - Falei e me aproximei dele.
- Eu também gosto de ficar com você, também me faz bem, só que, não sei.
Respirei fundo e eu não sabia o que dizer ou o que pensar, a ideia de ficar sem o Levi não era nada boa. Aproximei-me dele, passei meus braços pelo seu pescoço e encostei nossos lábios, inicei um um beijo, levei minhas mãos em seu cabelo.
- Lindo o casal. - Paramos de nos beijar e olhamos para onde vinha a voz.
- Mel... - Levantei do colo do Levi rapido que respirou fundo.
- Estou indo Maju. - Ele disse pegando seu skate e levantando da arquibancada.
- Levi espera.
- Relaxa, que antes de ir eu passo para falar com você. - Ele subiu no skate e foi embora.
Respirei fundo, e estava me sentindo mal, algo dentro de mim não estava legal.
- Antonella! - Cheguei em casa gritando a mesma. - Cadê você inferno?
- Estou aqui, - Ela disse vindo do seu quarto com uma toalha enrolada no cabelo. - quem morreu?
- Eu estou prestes a morrer. - Me joguei no sofá e levei minhas mãos no rosto. - Meu pai está em casa?
- Não, ele está trabalhando. - Ela sentou na mesa de centro e ficou me olhando. - Fala logo inferno. Você e Melissa de novo? - Ela fez cara de tédio e rolou os olhos.
- Não, que dizer, tem um pouco haver. - Respirei fundo e sentei no sofá, encarei-a. - Eu gostava muito da Melissa, ai ela fez aquela merda toda, eu perdoei ela só que não é como antes, mas eu gosto dela. Agora o Levi vai embora por um ano, e parece que alguém tá enfiando uma faca em mim, porquê eu não quero ele longe. Sabe? Quem vai me fazer ri igual uma idiota? Quem vai arrotar no meu ouvido? - Respirei fundo novamente. - Eu estou confusa.
- Não tem confusão nenhuma. - Antonella disse secando o cabelo. - Você está apaixonada pelo Levi e acha que gosta da Melissa, só que a Mel na sua vida foi aquela fase boa que passou. Levi chegou quando você mais precisou, cuidou de você e isso fez você se sentir importante. Pensa e se decida rápido.
- Você já sabia que ele ia embora? - Perguntei.
- Sim, ele me ligou assim que soube.
- Estou sofrendo.
- Dramática. - Antonella disse e deu um tapa na minha testa.
- Você é uma insensível. - Fiz bico e levantei do sofá.
- E você é uma bunda mole. - Ela levantou da mesa e foi para o quarto dela.
Levantei do sofá e fui para meu quarto, abri a porta, joguei minha mochila em cima da cama. Fui para o banheiro, tirei minha roupa e entrei de baixo do chuveiro, me enrolei na toalha e sai do banheiro, sentei-me na cama e fiquei pensando em tudo, nos momentos que passei com Levi, e todos me fizeram bem. Se apaixonar é isso? Se sentir como uma idiota, e sorri apenas por lembrar o sorriso da pessoa? Então é isso? Esse tempo todo eu estive apaixonada pelo Levi, e não aproveite isso, porquê eu fui burra de mais por não notar ? Levantei correndo, coloquei uma roupa qualquer.
- Antonella! - Gritei e ela apareceu correndo no meu quarto.
- Que foi desgraça? Que susto. - Ela disse colocando a mão no peito.
- Me ajuda com o pai, inventa qualquer coisa, que vou dormi na casa de uma amiga. - Falei rápido. - Obrigado, você é um anjo e eu te amo.
Passei por ela correndo, pegando meu celular e saindo de casa, apertei o elevador várias vezes seguidas, mas parecia que estava demorando uma eternidade. Desci correndo pelas escadas mesmo, caminhei uns 20 minutos até o prédio do Levi.

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