Capítulo 1

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Dias atuais.
Gustavo Narrando
Gustavo: Maria Júlia, vamos você vai acabar me atrasando. - Apressei a mesma.
Maria Júlia: É tão difícil me chamar de Maju? - Resmungou. - Calma pai, você é dono daquele hospital, você chega a hora que quer. - Ela gritou do seu quarto.
Gustavo: Mas hoje eu tenho uma reunião importante. - Antes que eu pudesse terminar de falar, ela apareceu na sala. Ela estava vestida com uma calça que tinha aparência com uma moradora de rua. - Por que você não se veste como as meninas da sua idade?
Maju: Eu gosto de ser assim. - Ela revirou os olhos. - Você não estava atrasado?
Gustavo: Vem Luna. - Ela levantou do sofá, abraçada com sua boneca.
Luna não era um criança normal, quando estava com 6 meses foi detectado um problema auditivo, desde então a audição só foi diminuindo. Hoje em dia, ela escuta perfeitamente mas somente com o aparelho. Mas não só isso, ela não fala. Já levei á médicos, psicólogos, todos dizem que não é pelo problema de audição, afinal detectamos quando ela ainda era um bebê. Psicólogo diz que não devemos ficar pressionando, que devemos respeitar o tempo dela, mas devemos incentivá-la a falar.
Já estávamos no carro, era minha rotina, primeiro eu deixava Maria Júlia na escola, após eu levava Luna no pré-escolar e seguia para o Hospital.
Gustavo: Boa aula. - Disse enquanto parava o carro na entrada da escola.
Maju: Obrigado pai. - Ela disse e desceu do carro. Fiquei observando ela entrar na escola, só dei partida no carro quando vi ela atravessando o portão principal.
Dei partida no carro novamente, em poucos minutos estava parado onde eu deveria deixar Luna. Desci do carro, abri a porta do carona, abri o cinto da cadeirinha da Luna, peguei a mesma no colo, peguei sua mochila. Segui até a entrada.
Maria: Bom dia Senhor Horts. - Maria cumprimentou.
Gustavo: Bom dia, Senhorita Lenzi.
Maria: Vamos para aula Luna? - Maria disse rindo, coloquei Luna no chão, a mesma segurou a mão da Maria e entrou.
Era mais que obvio, eu precisava de uma babá. Minha última babá me deixou na mão a dois meses atrás, a senhora já beirando seus 70 anos, simplesmente decidiu casar e se mudar para França, como se estivesse na idade de começar uma nova vida em um novo lugar. Estava estacionando o carro no estacionamento do hospital, tirando os dias que tinha reuniões, eu gostava de estar no hospital, eu amo a minha profissão.
Antonella Narrando;
Se eu pudesse resumir minha vida resumiria em: Mixer, Pick-ups, Fones de ouvido, Auto falante e claro uma boa festa para tocar. A sensação de tocar, e olhar as pessoas dançando e se divertindo com seu trabalho, não dá para descrever. Olhei para baixo, avistei Melissa e Levi, acenei para os mesmo. Meu set já estava chegando no fim, outro DJ começaria a tocar. Ao finalizar, agradeci e ouvi uma gritaria em respostas. Tirei minhas coisas, guardei os mesmos e desci. Me aproximei do pessoal.
Melissa: Quem é a DJ mais foda do mundo? - Melissa gritou e me dando um abraço muito apertado.
Levi: É, mas essa DJ foda tem dono, mete o pé. - Levi segurou na minha mão e me puxou para perto dele.
Melissa: Eu gosto de mulher sim, mas ficar com a Antonella é a mesma coisa de estar pegando minha irmã. - Ela fez uma careta.
Antonella: Vocês dois, para de graça, vamos beber. - Falei sorrindo.
Levi: Beber? É comigo mesmo. - Levi disse.
Andamos até o bar, e pedimos doses de tequila, e logo viramos as mesmas.
Antonella: Por que a Elisa não veio? - Falei no ouvido da Melissa.
Melissa: Fogo no cu. - Ela respondeu e eu ri. - Ela está com aquele garoto feio que ela está ficando, diz ela que está apaixonada.
Antonella: As paixões dela, não duram nem uma semana. - Revirei os olhos e Melissa riu.
Levi: O que vocês estão fofocando? - Levi se aproximou.
Melissa: Estamos falando que seu pau é pequeno. - Ele olhou irritado para ela, e nós duas rimos.
Levi: Pergunta a Antonella, ela sabe que não é.
Melissa: Vou perguntar nada, tenho nojo de pau. - Melissa fez cara de nojo e eu e Levi rimos.
Antonella: Vamos dançar porra. - Falei e puxei os dois para pista de dança.
Acabei esbarrando com alguém.
XX: Antonella?!
Antonella: Samuca.
Samuel: E ai, o que vai querer hoje? - Ele perguntou tirando suas mercadorias do bolso.
Levi: Tem LSD ai Sam? - Ouvi a voz do Levi atrás de mim.
Samuel: Claro que tenho.
Peguei a cartela, Levi teimou e acabou pagando, nos despedimos do Samuel. Separamos, cada um pegou um pequeno pedaço colocamos sobre a língua. Em minutos e o efeito já começava acontecer, eu me sentia mais leve, parece que não existia mas ninguém ali, além de mim, a batida da música eletrônica entrava na minha mente.
Gustavo Narrando.
Daniel: Então Gustavo, o Cirurgião o Fernando, ele teve uma proposta em Nova York. Então precisamos contrata outro de imediato.
Gustavo: Você pode ficar encarregado com isso Daniel?!
Daniel: Claro que posso, vou providenciar isso para essa semana.
Gustavo: Então, acho que já discutimos todos os assuntos pendentes, certo? Tenho que buscar minha filha na creche. - Falei olhando o relógio.- Uma boa tarde a todos vocês.
Levantei e fui para minha sala, arrumei minha pasta. Peguei a chave do carro, e saí da sala. Gritei para segurar o elevador, não vi quem estava dentro, mas a pessoa segurou. Era uma mulher, morena, bonita por sinal.
Gustavo: Obrigado. - Agradeci.
XX: De nada.
Eu não estava olhando para ela, mas eu sentia seu olhar sobre mim e isso estava me deixando constrangido. Finalmente chegou ao estacionamento, desci sem olhar para trás. Destravei o carro, entrei no mesmo e dei partida. Escola da Luna não era longe, mas o trânsito não estava ajudando em nada. Cheguei na escola da Luna trinta minutos atrasado, saí do carro um pouco as pressas, assim que cheguei no portão principal, Luana estava sentada ao de Maria, abraçada a sua boneca.
Gustavo: Desculpa Maria, fiquei preso no trânsito.
Maria: Tudo bem, Senhor Horts. - Falou gentilmente, ela segurou na mão da Luna, fazendo ela andar até mim.
Gustavo: Maria, eu queria saber se você tem alguma babá para me indicar, eu não estou dando conta. - Baguncei meu cabelo um pouco dando um sorriso sem graça.
Maria: Tem uma menina, ela é nova. Mas ela já trabalhou para uma família aqui da escola, e eles gostaram dela, eles tiveram que mudar de país.
Gustavo: Você pode falar com ela?
Maria: Claro.
Gustavo; Então pede ela, para ir lá em casa amanhã pela parte da tarde. Amanhã vou estar em casa, ai eu vejo se consigo resolver isso logo.
Maria: Vou falar com ela, agora mesmo.
Gustavo: Muito obrigado Maria.
Segurei na mão da Luna, e caminhei com ela até o carro, coloquei ela na cadeirinha, e bati a porta de trás, entrei no lugar do motorista e dei partida no carro. O caminho de casa foi menos estressante, não tinha engarrafamento. Cheguei ao prédio, estacionei o carro, tirei a Luna da cadeira e ela saiu do carro sozinha, peguei sua mochila, e subimos no elevador. Hoje era dia de treino de futebol da Maria Júlia, então ela consequentemente chegaria um pouco mais tarde.
[...]
Já passavam das nove horas da noite e nada de Maria Júlia chegar em casa. As ligações nem completavam mais, estava ficando aflito. Eu não sabia mais o que fazer, o chão da sala devia estar quase afundando de tanto que eu andava de um lado para o outro. Ouvi o barulho da porta se abrir, cruzei meus braços, e mantive a feição séria.
Gustavo: Onde você estava? - Perguntei tentando manter a calma.
Maju: Onde eu estaria mais? No treino né?! - Ela falou como se fosse obvio.
Gustavo; Eu liguei para sua escola, disseram o treino acabou ás seis horas. Deu de mentir para mim agora Maria Júlia?
Maju: Eu saí com meus amigos. - Ela disse revirando os olhos.
Gustavo: Não poderia ter me avisado não?
Maju: Mais que inferno. - Ela gritou. - Você lembra por quê a Amanda foi embora? Vou te lembrar, você a controlava demais. Quer que eu vá também? - Ela sabia que aquilo ainda me machucava. Na realidade era meu ponto fraco, eu a encarei por alguns minutos. - Você só sabe se importa com aquela merda de hospital, fica duas horas em casa da uns grito, acha que isso é ser pai? Não meu querido, não é.
Gustavo: Aquela merda de hospital, que paga seu celular, suas aulas de dança, seus caprichos. - Acabei me alterando um pouco e gitei. - E eu me lembro muito bem, não precisa ficar me lembrando disso. - Falei sério. - Mas você está sobre minha responsabilidade, e eu só quero seu bem.
Maju: Desculpa. - Suspirou.
Gustavo: Você está de castigo. Me dá seu celular. - Estiquei a mão.
Maju: Não, por favor.
Gustavo: Aprende a me respeitar, enquanto você não aprende isso, me dá logo. - Ela bufou de raiva e quase jogou o celular em cima de mim.
Respirei fundo, botei o celular no bolso e fui até o quarto da Luna. Ela estava fazendo carinho na boneca dela. Ela me olhou, e logo se arrumou na cama rápido, antes que eu começasse a falar, ela tirou os aparelhos do ouvido, e se arrumou na cama. Me aproximei dela, desdobrei a colcha e joguei em cima da mesma selei sua testa, e apaguei a luz do abajur.
[...]
As meninas estavam na escola, a empregada havia acabo de ir embora. Então eu estava sozinho, fui até o escritório, revi alguns relatórios, li alguns papeis e assinei, o interfone tocou, eu me levantei e fui atender.
XX: Senhor Horts?!
Gustavo: Sim Luiz.
Luiz: Tem uma moça aqui no portão dizendo que tem uma entrevista com o senhor.
Gustavo; Pode mandar ela subir.
Desliguei o interfone, voltei para escritório arrumei os papéis que deixei em cima da mesa, não demorou a campainha tocou. Saí do escritório e fui até a porta, abri a mesma e me surpreendi, quando a Maria disse que a menina era nova, eu não achei que ela fosse tão nova.
Antonella: É, boa tarde, eu sou a Antonella, Maria me ligou e disse que você estava precisando de uma babá. Eu sei que sou nova, mas eu sou competente, tenho uma carta de recomendação olha. Ela disse que você tem duas filhas. Nossa! Você não tem cara de ter duas filhas, quantos você tem 20?25? - Ela falava sem dá tempo nem de respirar.
Gustavo: Respira, calma.- Falei e ela riu.
Antonella: Eu estou falando muito né? Você nem me perguntou nada e eu saí falando. Mas é que estou nervosa, ai quando estou nervosa, eu falo muito e nem percebo que estou. Ai meu Deus eu estou fazendo de novo, eu vou parar. - Ela disse e respirou fundo.
Achei engraçado seu jeito atrapalhado de ser, mas eu não ri, talvez eu tivesse rido por dentro. Com se ri por dentro?! Não sei, mas eu consigo.
Gustavo: Vem, entra. - Abri mais a porta, e dei passagem para ela entrar.
Antonella: Nossa, sua casa bonita mesmo. Sua mulher deve tem bom gosto, a decoração é linda. - Olhei para ela.
Gustavo: Vamos para o escritório. - Fui em sua frente, e ouvi os passos dela me seguindo. Entrei no meu escritório, sentei na minha cadeira atrás da mesa e apontei a cadeira que estava na frente. - Pode se sentar.
Antonella: Seu escritório, parece aqueles de filme, muito legal. Sabe aqueles que os chefes fazem tudo, levam as amantes e tal. - Ela me olhou com os olhos arreglados. - Acho que não estamos aqui para falar do seu escritório.
Gustavo: Você gosta muito de falar né?! - Ela riu. - Então, quantos você tem?
Antonella: Eu tenho dezoito, mas como eu já disse sou competente.
Gustavo: Entendi, bom, eu tenho duas filhas. Uma de dezesseis e outra de quatro anos...
Antonella: Dezesseis? Você não tem cara de ter uma filha de dezesseis anos. Ela é adotada? é sua irmã e você chama de filha? - Cara, como essa menina falava.
Gustavo: Ela é irmã da minha ex mulher, mas ela me chama de pai. Mas isso não vem ao caso. - Ela assentiu.
Gustavo: Podemos fazer uma experiência de uma semana, se tudo der certo você continua.
Antonella: Está ótimo, perfeito, melhor impossível. Porque eu amo criança sabe? Amo mesmo. E a outra menina, vou me dar bem com ela, eu sou bem comunicativa e tal.
Gustavo: Eu percebi. - Levantei da cadeira.-Vem cá.
Ela levantou e veio atrás de mim. Parei em frente ao painel. - Aqui está a rotina das meninas, é só seguir.
Antonella: Nossa! A menina tem quatro anos e faz isso tudo? Ela não brinca não? Ela deveria brincar.
Gustavo; Só segue as regras, que quem sabe, você continua...

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Como prometido estou de volta ♡
Esse capítulo está pequeno mas prometo tentar postar capítulos maiores.
Perdoem os erros ortográficos.
Irei postar de acordo com as visualizações/likes, então já sabem :')
Aproveitem, boa noitee até a próxima.

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