Eu sei que não posso dar mais um passo em direção a você
Porque tudo o que me espera é arrependimento
Você não sabe que eu não sou mais o seu fantasma?
Você perdeu o amor que eu mais amei
Eu aprendi a viver, meio viva
E agora você me quer mais uma vez
E quem você pensa que é?
Correndo por aí deixando cicatrizes
Colecionando o seu jarro de corações
E despedaçando o amor
Você vai pegar um resfriado
Por causa do gelo dentro da sua alma
Então não volte por mim
Quem você acha que é?
Eu escuto que você está perguntado a todos por ai
Se eu estou em algum lugar pra ser encontrada
Mas eu me tornei forte demais
Para jamais cair novamente em seus braços
[ Christina Perri - Jar of hearts ]++
O tal bar era uns vinte minutos até lá, fomos no meu carro mesmo, elas foram tagarelando o caminho todo. Felizmente chegamos ao bar, acho que por ser o único da redondeza, estava bem cheio. Estacionei o carro próximo, e descemos, parecia ser um ambiente legal, eu deixei de gostar dessas coisas, então estave sentindo totalmente deslocado. A fila estava grande, ficamos um bom tempo nela até entrarmos, achamos uma mesa livre, sentamos na mesma.
- Vocês vão querer alguma coisa? - Garçom perguntou.
- Quero uma dose de tequila. - Falei.
- Duas.- Antonella disse.
- Três. - Sophia riu.
- Uma coca. - Maria Júlia me olhou e eu sorri. - Chato.
- Sempre.
- Ainda bem que sabe. - Antonella disse e as duas riram.
- Então Antonella, você namora? Por que você e meu irmão não tem nada né?!
- Namoro não, a gente só se pega às vezes. - Dei um cutucão nela, mas já era tarde. - Para de viadagem, ele me come mesmo. Mas é só isso.
Sophia dei risada, e Maria Júlia estava prendendo o riso.
- Vamos dançar meninas. - Sophia levantou e saiu puxando a Antonella.
As três foram para pista de dança e eu fiquei com cara de idiota sozinho. Eu já havia bebido demais, estava bem alegre por sinal, olhei para pista de dança e avistei Antonella beijando um garoto, me subiu uma raiva inexplicável, levantei da cadeira e fui andando até os dois, puxei-o pela camisa e acertei um soco no mesmo, ele cambeleou, mas antes que ele viesse para cima de mim, alguém já havia segurado ele.
- Você está maluco?! - Antonella gritou.
- Você cala boca e vem comigo. - Segurei em seu braço e saí puxando a mesma.
- Me solta Gustavo, eu não sou seu fantoche. Você não manda em mim, idiota. - Ela saiu pisando firme em direção a saída.
- Vai atrás dela imbecil. - Sophia disse do meu lado.
Respirei fundo e fui andando até a porta de saída, assim que cheguei do lado de fora, Antonella estava que nem uma louca andando pela rua descalça já, só Deus sabe para onde ela ia.
- Antonella espera. - Gritei.
- Você não chega perto de mim.
- Foi mal caralho.
- Foi péssimo, - Ela virou para trás me olhando. - você não manda em mim, eu não tenho nada com você, não aja como se fôssemos um casal porque não somos.
- Já pedi desculpa.
- Foda-se, enfia suas desculpas no cu.
- Para vocês dois. - Sophia disse irritada. - Vamos para casa, a noite já acabou mesmo.
Sophia não deixou eu dirigir, Antonella sentou na frente para não ir perto de mim, eu não sei o porquê eu fiz aquilo, mas foi mais forte que eu.[....]
Acordei com a minha cabeça latejando, eu não havia bebido muito, mas o suficiente para me deixar de ressaca, abri meus olhos com dificuldade devido a claridade que adentrava pela janela do quarto, levantei da cama e arrastei até o banheiro. Eu precisava de um bom banho vê se melhorava essa dor de cabeça, assim fiz, coloquei uma roupa qualquer e sai do quarto. Desci até a sala, minha mãe, Sophia e Maria Júlia estavam conversando sobre algo.
- Bom dia! - Falei baixo.
- Boa tarde né meu filho. - Minha mãe disse.
- Cadê Antonella? - Passei os olhos pela sala e me inclinei para olhar pela cozinha.
- Vem comer alguma coisa, depois você vê onde ela está. - Minha mãe se levantou passando por mim e indo direção a cozinha.
- Eu acho que ela não quer falar com você. - Sophia se pronunciou lixando a unha.
- E eu acho que deveria pedir desculpas. - Maria Júlia disse sem tirar os olhos do celular.
- E eu acho que vocês deveriam caçar alguma coisa para fazer. - Forcei um sorriso e virei as costas indo para cozinha.
Minha mãe havia preparado um prato para mim e já estava aquecendo no microondas.
- Então, vai me dizer o que tem entre você e essa garota? - Ela disse colocando o prato em minha frente.
Me sentei no no banco, apoiando meus braços no balcão e respirei fundo.
- Nada mãe, não tem o que dizer, porque não tem nada.
- Gustavo eu te conheço á vinte e cinco anos, acha mesmo que pode me enganar? - Ela me olhou séria e cruzando os braços e eu ri.
- Mas é sério mãe, não é nada demais, não vai para frente, - Levei o garfo cheio de comida até a boca, mastiguei e engoli a mesma. - antes mesmo de começar, já deu errado.
- Ela é uma boa menina, gostei dela.
- E de quem você não gosta mãe? - Sorri.
- Da Amanda eu não gostava, - Bufei. - meu coração de mãe diz que isso é só o começo.
- Quando você sisma com uma coisa, nem Deus tira da sua cabeça né?! - Ela assentiu e eu revirei os olhos.
- Eu só quero o melhor para você.
- O melhor para mim nesse momento é a senhora me dá um remédio para dor de cabeça.
- Vou fazer um chá.
- Não chá não, esses seus chãs são horríveis.
- Cala boca, você vai tomar e acabou.
Revirei os olhos e voltei a comer. Depois do chá que minha mãe me obrigou a tomar, felizmente minha cabeça melhorou. Alguns vozes masculinas vieram da sala, deduzi que fosse meu pai e meu irmão, desci até a sala novamente, e eu estava certo obviamente, só que tinha mais um garoto, que eu desconhecia.
- Gustavo?! - Meu pai sorriu. - Que bom que me escutou. - Ele se aproximou e me deu um abraço.
- É pai, resolvi passar uns dias por aqui. - Ele me soltou. - E ai irmão?! - Aproximei-me do Bruno, nos abraçamos.
- Saudade cara. - Ele disse bagunçando meu cabelo.
- Larga de ser falso. - Falei rindo e empurrei o mesmo.
- Estou expressando meu amor e você me humilhando. - Ele fingiu estar magoado.
- Dois idiotas. - Sophia se pronunciou.
- Cala boca pequinês. - Bruno disse bagunçando o cabelo dela.
- Eu vou matar você Bruno. - Ela começou a chocar ele, e ele ria cada vez mais.
- Sua mão vai doer e ele não vai sentir nada. - Maria Júlia disse e a gente riu.
- Sophia é a mais velha, mas parece ser a caçula.
- Vocês estão me tirando né seus infelizes? - Ela disse brava. - Amor me defende. - Ela disse se virando para um menino que estava parado.
- Vai me apresentar não?! - Perguntei com as mãos no bolsos.
- Ah! Esse é meu noivo Bernardo. Esse é meu irmão do meio, Gustavo.
Apertamos nossas mãos, e ele parecia estar com medo sei lá, ás vezes ele só tímido mesmo.
- Você vai casar e não me disse nada? - Perguntei incrédulo.
- Estou contando agora, cala boca. - Ela me empurrou e foi para o lado da Antonella que assistia tudo quieta. - E a Tone vai ser DJ da minha festa. - Antonella revirou os olhos, pelo pouco que conheço dela, esse ato foi relacionado ao apelido tosco que a Sophia disse.
- Estou tão feliz. - Minha mãe disse e meu pai passou o braço meu ombro dela.
- Claro, eu estou aqui. - Sophia se gabou e Bruno bateu de leve na cabeça dela.
- Gustavo faz alguma coisa, Bruno me agrediu.
- Fez bem ele. - Falei e ela me mostrou dedo do meio.
- Olha os modos. - Minha mãe nos repreendeu.
- Me senti com 5 anos agora. - Bruno disse rindo.
- Calem a boca. - Sophia gritou.
- E você não fala não?! - Meu pai perguntou olhando para o tal do Bernardo.
- Ele é tímido gente. - Sophia apertou a bochecha dele e deu um selinho nele.
- Para com isso, você é minha irmã, não pode ficar beijando caras na minha frente. - Bruno disse tapando os olhos.
- Posso falar com você?! - Perguntei baixo direcionado á Antonella.
Ela assentiu, eu fiz sinal para o jardim, ela pediu licença e foi na minha frente.
- Usem camisinha. - Bruno gritou, e ouvi algumas risadas.349°: Califórnia Azul. Ficamos andando por alguns minutos, já estávamos afastados da casa.
- Você vai desossar meu corpo?! - Ela perguntou séria. - Porque, para apenas uma conversa estamos andando muito.
- Larga de ser rabugenta, só quero te levar á um lugar.
- Você me chamando de rabugenta?! - Ela deu uma gargalhada forçada.
- Não que ir, não vai Antonella, só queria conversar de boa com você, mas pelo visto não dá. - Me irritei.
- Depois do surto que você deu ontem, você deveria abaixar sua guarda e ficar quieto, porque está todo errado.
- Eu já pedi desculpa. - Respirei fundo. - E vai dizer que se fosse ao contrário, você iria levar numa boa?
- Claro que iria, eu não me importo quem você beija, quem você come. Estou pouco me fodendo para o que você faz, a gente não tem porra nenhuma, a gente nem fica, transamos quando tem oportunidade, não passa disso.
- Eu já entendi, acabou. Acho que não temos mais nada para conversar. Você não consegue engolir essa merda da sua ignorância.
- Foi um pouco ignorante né?! - Olhei para erguendo uma de minhas sobrancelhas, como se fosse obvio. - Era para eu ter sido mais, me erra.
Ela virou as costas e saiu andando, me irritei e voltei para casa, passei por ela esbarrando na mesma e fui para meu quarto. Eu não deveria estar tão incomodado com as coisas que ela me disse, mas eu estava e isso é o que mais me irritava. Levantei-me e olhei pela janela, avistei Antonella conversando com o Bruno, parece que ele falava algo engraçado demais, pois ela dava altas gargalhadas. Novamente aquele sentimento ruim, tomou conta de mim. Soquei a parede com força, respirei fundo e saí do quarto, caminhei até onde a Luna estava, ela estava brincando com a boneca, ela não tinha reparado a minha presença ali, então eu me surpreendi.
- Seu nome é Antonella, igual da tia. - Ela falou com a boneca.
Eu pensei em sair gritando pela casa e chamar todo mundo, mas isso a assustaria, fiquei ali na porta, com cara de idiota, observando aquela cena. Foi a primeira vez que a Luna falava, certo que ela não falou nada relacionada á mim, mas sim a Antonella, é ela gostava mesmo daquela garota. Eu não poderia estar mais feliz, depois de alguns minutos ela me viu e arregalou os olhos.
- Posso brincar com você?! - Perguntei e ela ficou me olhando, e assentiu. - Então vamos brincar.
Sentei no chão ao seu lado, e fiquei brincando com a mesma. Fazia tempos que eu não ficava assim com a minha filha, depois ela não falou mais nada, eu não ia pressiona-la, mas estava doida que ela me chamasse de pai, ou coisa parecida.
- Pai, minha vó ta chamando você para jantar. - Maria Júlia disse entrando meu quarto.
- Já vou descer.
- Brigou com a Antonella né?!
- Brigamos, ela é louca, nãos abe conversa feito gente. - Dei de ombros. - Não me importo também.
- Você se importa sim, e ela também. Antonella nunca foi de gostar de ninguém, esse negócio de sentimentos assusta ela, por isso ela quer afastar você. - Ela suspirou. - Vocês são dois orgulhosos, então se isso der em algo, vai demorar até um dos dois dar o braço á torcer.
- Vai jantar vai Maria Júlia, vai logo. - Ela riu e saiu do quarto.
Coloquei uma camisa, e fui abrindo a porta do quarto, assim que fiz dei de cara com a Antonella.
- Queria falar com você mesmo. Então desculpa, você me ajudou, pagou o hospital, me pagou mesmo sem estar trabalhando, me trouxe para casa da sua família, e eu simplesmente agi feito uma idiota. - Ela respirou fundo e foi entrando no quarto. Voltei para o quarto e encostei a porta. - Sério desculpa, eu exagerei, você nem fez nada demais. Mas eu queri ate pedir uma coisa, eu posso pedir né? Dane-se se eu não poder, vou pedir assim mesmo. - Acabei rindo. - Não se apaixona por mim, não goste de mim, não tenha sentimentos por mim, eu não quero te machucar.
- Você não quer me machucar, ou isso é só um tipo de escudo de proteção? - Aproximei-me dela.
- Eu...eu...não quero te machucar. - Ela de um passo para trás.
- Eu não tenho nenhum tipo de poder sobre você certo?! - Dei mais alguns passos em sua direção e ela deu os mesmos para trás. Ela assentiu.
- Nunca homem nenhum vai ter algum poder sobre mim. - Ela não falava mais coma quela segurança toda.
- Não mandamos no coração. - Dei mais um passo, mas dessa vez ela não tinha mais para onde ir, suas costas já haviam encontrado a parede. - Uma hora, quando você menos perceber, você se apaixona, e ai? Você não pode lutar contra isso.
Mantive meus olhos fixados no dela, ela estava fazendo o mesmo, levei minha mão em seu rosto, ajeitei uma mecha do seus cabelos atrás da orelha, aproximei meus lábios dos dela, encostei os mesmo e seus olhos se fecharam, mordi seu lábio inferior sem muita força, puxei-o e deixei-o soltar sozinho e então a beijei, suas mãos vieram parar na minha nuca, com seus dedos ela apertava a mesma, minhas mãos desceram para sua cintura, eu não sei o que está acontecendo comigo, mas era bom vê que no fundo eu tinha algum poder sobre ela.
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Califórnia Azul
AléatoireEla colorida, ele preto e branco. Ela balada, ele escritório. Ela agitada, ele quieto. Ela impulsiva, ele calculista. Ela sorri o dia inteiro, ele metade mal humurado. Ela agora, ele mais tarde. Ela vive, ele sobrevive. Ela doce, ele amargo. Ela pre...