Lysandre

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Desde os meus dezesseis anos de idade morei com meu irmão na última casa de vizinhança mais pobre da cidade, na frente dela tinha uma casa bem antiga completamente acabada, ela me dava calafrios, sempre me deu calafrios e não era pela sua aparência medonha, eu sentia algo horrível vindo daquela casa e nunca entendi o porque até o dia em que ela chegou...
- Lysandre você viu que finalmente alguém comprou a casa da frente? - Disse Leigh olhando pela janela.
- Sim eu vi... - Eu olhava pela janela junto a ele. - Duas garotas e seu pai, onde será que está a mãe?
- Acho que ela não está junto a eles, talvez sejam divorciados. - Ele deu com os ombros e saiu de lá.
Eu fiquei os olhando por mais um tempo até o momento em que a irmã mais velha me viu os observando então eu automaticamente ativei o meu sistema de defesa, me abaixei rapidamente fingindo que nada havia acontecido, e não pude deixar de ficar completamente vermelho, me levantei aos poucos para ver se ela ainda estava olhando e por sorte ela tinha voltado a guardar suas coisas dentro da casa, ela estava sorrindo, ela realmente era muito bonita, um corte masculino com cabelos bem ruivos, o rosto coberto de sardas, e o corpo simplesmente cheio de pequenas manchas roxas.
- Vai ficar ai apenas a olhando ou vai tomar uma atitude e ajudá-la com as caixas "Romeu"? - Disse Leigh enquanto preparava o jantar.
Eu fiquei lá fazendo passos em minha mente de como eu ia socializar com ela, primeiro ia oferecer ajuda com as caixas como um bom vizinho, depois ia perguntar porque eles se mudaram para lá demonstrando interesse e o pai dela gentilmente ia me chamar para jantar com eles, eu aceitaria claro e pronto, já iríamos se tornar amigos e talvez até mesmo um amor, não vou negar, eu me apaixonei por ela desde a primeira vez que a vi...mas logicamente não ia ser tão simples assim...
- Olá, eu sou o vizinho aqui da frente e eu queria saber se vocês precisam de ajuda com as caixas? - Me aproximei dela lentamente um pouco tímido.
Ela olha para mim um pouco assusta, como se não esperasse aquilo, ela coloca os dois centímetros de cabelo que ela tinha atrás da orelha, olhando mais de perto eu consigo ver várias cicatrizes espalhadas pelo o seu corpo, fico meio intrigado da onde aquelas marcas poderiam ter se originado mas tento não olhar tanto para não deixá-la sem jeito.
- Não precisamos de ajuda. - O pai dela me olha sério e logo entra de volta na casa, de longe eu sentia o cheiro de álcool vindo dele. - Agora vá embora.
Quando volto meus olhos para a garota ela estava visivelmente calma mas dava pra sentir a tensão que estava no ar.
-Bom, qualquer coisa que precisar é só chamar. - Sai de lá meio encômodado com a reação de seu pai.
Do outro lado estava Castiel, meu vizinho e melhor amigo, ele dava risada do que havia acontecido.
- Já tentando socializar com a vizinha nova? - Ele ri.
- Não custa tentar. - Falei e logo ele acenou para ela em uma tentativa de também socializar que acabou sendo frustrada pois ela apenas o ignorou.
- Essa vai ser difícil hein. - Ele olha pra mim com aquele sorriso malicioso de sempre.
- Nem pense Castiel. - Uma voz surge por trás de nós. - Esse não é pro teu bico. - Chega Nathaniel ao nosso lado.
- Ata e vai ser o senhor certinho que vai me impedir? - Castiel ri.
- Eu não, mas acha que entre o gênio, bilionário, playboy, filantropo ela ia escolher o homem aranha? - Ele ri.
- Pode falar oque quiser mais esse homem aranha aqui ainda vai dar a volta por cima.
- E lembrando que sua "linda" namorada Debrah não ia gostar nada dessa conversa. - Disse para Castiel meio ironicamente.
- Tanto faz, ela que vai escolher. - Nathaniel levanta as sobrancelhas e da com os ombros - Vamos lá em casa, aproveitar que meus pais estão viajando e melhor, Amber também.
- Agora sim tá falando direito. - Castiel falou rindo e lá fomos nós três, como sempre fizemos sendo bons amigos, como sempre fomos mas não por muito mais tempo.

Unbacked || Amor DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora