Elizabeth - Part 1

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Mais de dois meses tinham se passado, nem eu nem Castiel tínhamos trocado uma palavra com Lysandre des do último ocorrido como tínhamos combinado que faríamos, Nathaniel ainda trocava umas poucas palavras com ele mas nunca chegou a comentar comigo sobre, era dia 14 de abril, eu e Nathaniel havíamos combinado de sair para comemorar nosso aniversário de dois meses de namoro, já que era uma sexta iriamos jantar fora em um lugar "legal" como ele mesmo chamava.
Acabava de sair do banho, tinha separado um vestido vinho que era um pouco mais comprometido na sua parte de trás, era tomara que caia com brilhos no busto, havia também separado um salto preto de camurça e logo me vesti, fui até a frente do espelho me maquiar e por um breve momento enquanto eu passava o delineador me lembrei de Lysandre, dele me maquiando e rindo, senti um aperto no peito e larguei o delineador na mesa e fiquei assistindo meus olhos se encherem de lágrimas aos poucos pelo espelho.
- Elizabeth, vou sair com a Debrah hoje então provavelmente eu não volte... - Ele fala com aquele tom pervertido que logo é cortado para um tom de preocupação. - Você tá chorando?
- Não! - Eu o respondo rápido e logo sinto meu queixo se franzir e minha garganta apertar, em questão de segundos eu desabei em lágrimas.
- AÍ MEU DEUS EU FALEI ALGUMA COISA? - Ele entra em desespero e corre em minha direção, eu tento repetidamente dizer que não mas me engasgo com o choro e quase caio da cadeira. - ENTÃO QUE FOI MULHER? - Ele me pega no colo e praticamente me joga na cama em uma tentativa de me acalmar, eu respiro fundo e penso em alguma coisa para lhe dizer.
- Eu não consigo passar a maquiagem. - ÓTIMA MENTIRA ELIZABETH, a esse nível eu não estava nem mais chorando por essa mentira ridícula.
- Sério? - Ele me encara desconfiado e eu respondo que sim com a cabeça. - PORRA ELIZABETH QUE ME MATA MENINA. - Ele pega um travesseiro e o taca com toda a força que tinha em seu corpo em minha cabeça e sai em direção ao banheiro.
- Aí! Eu só tô sensível, não precisava me agredir. - Falo com a mão na cabeça enquanto ele sai do banheiro.
- Cala a boca Elizabeth. - Com um monte de papel molhado em mãos ele esfrega na minha cara tirando a maquiagem que tinha. - Você não precisa de maquiagem, é linda de qualquer jeito, só vamo arruma esse cabelo. - Ele lambe a própria mão e passa na minha franja, eu ainda não tinha reparado mas meu cabelo havia crescido bastante, já havia passado a minha orelha. - Agora vamo, seu macho lhe espera. - Ele me joga seu ombro e caminha a casa inteira comigo assim sem nenhuma chance de escolha. - Sua fêmea. - Ele me joga nos braços de Nathaniel. - Leva essa praga daqui. - Ele bate à porta em nossa cara e Nath me olha sem entender.
- Não faço a menor ideia. - Falo com uma cara de desentendida dando os ombros e ele sorri e me beija, me levando até o carro em seu colo.
Chegamos em um prédio no centro da cidade, ele era altíssimo, entramos e o porteiro já conhecia Nathaniel, estávamos á frente de um elevador maior do que o normal e completamente dourado, ele se abre e estava vazio, era todo acolchoado com veludo vermelho, Nathaniel segurou a minha mão e sorriu enquanto entrávamos no elevador, ele apertou o último botão dentre vários do que tinha no painel, o elevador subiu, subiu e subiu até que finalmente parou no último andar, a porta se abriu e eu me deparei com um restaurante gigantesco, todas as suas paredes eram de vidro dando uma vista completa da cidade, cada mesa era separada da outro por mais ou menos três metros, dando privacidade para cada casal, as mesas eram cobertas com uma toalha de ceda branca, com pratos brancos com pequenos arabescos dourados e dezenas de talheres para uma pessoa, em todas as mesas haviam um castiçal dourado e velas brancas que se escorriam por ele, o ambiente em si era bem escuro apenas iluminado pelas velas e pela luz da cidade.
- Senhor Nathaniel, posso levá-los até sua mesa? - O garçom vem até nossa direção e nos acompanha até uma mesa que ficava junta a uma grande janela.
Em nossa mesa tinha um buquê de rosas vermelhas, eu o pego e olho para Nathaniel sorrindo, era tudo muito lindo, quase como em um filme:
- E aí, o que achou? - Ele me olha ansioso esperando uma resposta.
- É isso sua definição de "legalzinho", esse lugar é fantástico, quase como um sonho.
- Eu guardo minha definição de "quase um sonho" para outras coisa... - Ele me olha meio corado sorrindo.
Nathaniel pede duas lagostas para comermos, conversamos um pouco até a comida chegar:
- Você está meio calada hoje Elizabeth, aconteceu alguma coisa? - Ele me pergunta enquanto abria aquele bicho no meio.
- O que? Não aconteceu nada não... - Minto.
- Saudades do Lysander não é? - O seu tom de voz muda completamente, eu fico paralisada por alguns segundos. - Não precisa responder, você e o Castiel precisam parar com isso, vocês dois sentem saudades dele e ele sente de vocês. - Eu engoli a seco as últimas três palavras. - Vocês precisam parar de criancice...
Eu mudei de assunto rapidamente para não ter que pensar mais nisso, não hoje. Terminamos de comer e meu celular começou a vibrar MUITO, era o Castiel:

"Castiel:ELIZABETH EU PRECISO DE VOCÊ DEMÔNIO
VEM AGORA NO ASTEROID SE NÃO EU VO MATA ALGUÉM
ELIZABETH
ELIZABETH
ELIZABETH
ELIZABETH
RESPONDE DEMÔNIO
AAAAAAAAAAAAA"

- Caralho... - Falo baixinho enquanto olhava para o celular.
- Aconteceu alguma coisa? - Nath pergunta sem entender.
- Acho melhor a gente ir no Asteroid...tipo agora.
Nathaniel paga a conta e nos saímos praticamente correndo de lá, chegando no Asteroid vemos uma briga generalizada.
- EU VO MATA ESSE FILHO DA PUTA! - Castiel, visivelmente bêbado como de costume, tenta jogar uma garrafa vazia em um rapaz.
- Castiel você sabe que é melhor assim, nos não daríamos certo de qualquer jeito. - Debrah fala ao lado do rapaz.
- PORRA CASTIEL QUI QUE TÁ ACONTECENDO. - Entro correndo no lugar antes que qualquer coisa acontecesse mas logo vejo que Debrah estava de mãos dadas com o rapaz e logo deu pra entender muito bem o que tinha acontecido. - DA ESSE CARALHO CASTIEL QUE HOJE VOCÊ NÃO VAI ARRUMA TRETA! - Eu tiro a garrafa da mão dele e Nathaniel o segura.
- Controla esse garoto aí antes que ele fa... - Debrah começa a falar mas antes que ela termine eu bato com a garrafa na sua cara fazendo ela cair, nisso o rapaz que estava com ela segura minha mão e vai para me dar um soco porém Castiel vem correndo na direção dele com Nathaniel pendurado em suas costas e o acerta com uma cabeçada no peito e os três caem juntos do chão.
Enquanto Nathaniel tentava fazer com que Castiel parasse de socar repetidamente o menino eu aproveito para arrastar Debrah pelos cabelos para fora daquele lugar:
- Sua vaca! - Já no meio da rua ela se levanta e pula encima de mim, me fazendo desequilibrar e cair de costas no asfalto.
Ela estava encima de mim me dando tapas no rosto até que eu seguro sua mão e a torço logo mordendo a parte ao lado do seu dedão com toda a força que eu tinha, ela grita e me xinga repetidamente, eu aproveito o momento para inverter a situação, eu a jogo para o outro lado do asfalto e subo encima dela, aperto seu pescoço e ela me dá três socos seguidos no rosto com sua mão melada de sangue pela mordida que eu tinha lhe dado, eu sinto minha boca se encher de sangue e minha bochecha fica levemente inchada, com toda a raiva que eu guardei por toda a minha vida eu seguro seus cabelos e começo a bater sua cabeça repetidamente no asfalto até que sinto duas mãos passando pelo meu abdômen me tirando de cima de Debrah e quando eu olho para trás era a porra do Lysandre:
- Já chega Elizabeth. - Sua voz suave ecoava dentro de mim como uma droga que eu já estava de abstinência, isso me irritava mas do que tudo.
- NÃO ENCOSTA EM MIM! - Eu grito o empurrando para longe e saindo em direção à praça.
- Elizabeth você não acha que já é hora de parar com isso?! - Ele me segue marchando. - Eu tô falando com você! - Ele segura meu braço tentando me fazer parar.
- EU DISSE PARA NÃO ENCOSTAR EM MIM! - Eu me viro e dou um soco em seu rosto logo ficando paralisada, eu podia ver ao fundo Castiel e Nathaniel me olhando boquiabertos tão paralisados quanto eu, eu desvio meu olhar para Lysandre, os mesmo olhos, a mesma boca, o mesmo cheiro, porém diferente, mais triste, mais sem vida, aos poucos uma mancha vermelha surge em seu rosto e eu a olho com raiva, raiva de mim mesma por ter feito aquilo e raiva dele por ainda estar ali esperando que as coisa fossem como eram antes, eu sinto lágrimas escorrerem pelo meu rosto e minhas mãos tremiam do mesmo jeito que o meu queixo eu corri de lá, corri como se nunca fosse chegar a lugar nenhum até que cai no meio da praça, me viro aos poucos para cima com o rosto sujo de sangue, terra e lágrimas, olhando para o céu estrelado e perguntando o porquê de ter de viver constantemente a dor da perda.

Oeeeeeer galera, eu queria agradecer vocês de coração mesmo pelo up que vocês deram nesse último mês, foi simplesmente maravilhoso para mim e me deu um super animo, vocês são fantasticxs, amo vocês ❤️ não deixem de comentar meus amorzinhos ❤️️❤️️❤️️

Unbacked || Amor DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora