Unbacked || Amor Doce

Lysandre

- Elizabeth, se quiser ficar em casa esses dias saiba que seria um prazer, tanto para mim quando para Leigh. - Digo a deixando na frente de sua casa junto a Nathaniel e Castiel, ainda tinha sangue respingado pela entrada da casa.
- Está tudo bem, vocês já fizeram muito por mim e por Hanna. - Ela dizia passando as mãos pela costa de sua pequena irmã, ela agia como se aquilo tudo fosse tão natural que chegava a me assustar.
- Eu insisto... - a segurei pelo braço suavemente enquanto a olhava com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança. - Pelo menos até o Natal... - Hanna me acompanhou olhando para ela com a mesma expressão.
- É bom vocês evitarem o "clima" dessa casa por enquanto - Disse Nathaniel segurando sua outra mão, literalmente segurando, dedo com dedo, tipo contato MESMO, eu sei que é bobeira e tudo mais porém eu fiquei com uma pitada de ciúmes mesmo sabendo que os dois se gostavam.
Ela nos olha um pouco pensativa:
- Nós não seremos incomodo mesmo? - Ela pergunta e eu respondo logo em seguida que não com a cabeça. - ...ok, então ficaremos lá... - Ela disse e Hanna começou a comemorar junto comigo. - Mas só até domingo! - Ela diz mas mesmo assim Hanna continua pulando de felicidade.
Antes de irmos até minha casa Elizabeth entrou em sua e logo saiu com uma pequena mochila colorida com roupas e coisas básicas de Hanna e uma sacola com algumas coisas suas, eu olho para ela rindo:
- Que foi? Achou que eu fosse ficar três dias com a mesma roupa? - Ela diz e logo ri. - Lysandre... - Ela se aproxima de mim falando baixo. - ...como eu e Hanna vamos passar o Natal com vocês eu quero ajudar com a ceia... - Ela diz me entregando um bolo todo bagunçado de dinheiro, olhando por cima eu pude ver cerca de três MIL reais, que tipo de ceia ela e a irmã dela passam?
- Não precisa Elizabeth... - Digo devolvendo o dinheiro, ela vai para falar alguma coisa empurrando o dinheiro de volta e eu logo respondo rindo. - Não.
- Eu vou ajudar você querendo ou não... - Ela faz uma cara de "braba" e logo começa a dar risada.
Quando chegamos em casa Leigh foi logo brincar com Hanna, ele era realmente apaixonado pela aquela garotinha, eu, Nathaniel e Castiel ficamos discutindo quando as aulas voltariam enquanto Elizabeth e Rosa, dividindo o mesmo pufe, conversavam de uma maneira quase inaudível até que Rosa praticamente gritou:
- SÉRIO?! - Ela começa a rir e olha em nossa direção quase perdendo o ar.
- Do que qui vocês estão falando? - Castiel pergunta como se já soubesse sobre o que elas falavam.
- NADA! - Elizabeth grita já com a cara toda vermelha de vergonha, Rosa toma o fôlego para dizer alguma coisa mas Elizabeth não deixa. - N-A-D-A! - Ela repete então Rosa nos olha com uma cara de "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado" e nos três trocamos olhares como se não estivéssemos entendendo nada mas pelo menos eu sabia o que havia feito.
Um pouco depois do jantar Elizabeth e Hanna foram dormir em minha cama, elas dormiam abraçadas, era até fofo de se ver, eu me deitei no sofá e lá mesmo eu dormi, só acordei de manhã com Hanna cutucando meu rosto:
- Você baba enquanto dorme. - Disse ela dando risada e logo eu senti um forte cheiro de panquecas e café.
- Que cheiro é esse? - Perguntei.
- Elizabeth tá fazendo comida. - Hanna responde fazendo uma careta.
Eu me levanto lentamente e me espreguiço, meu corpo todo estava doendo, possivelmente dormi de mal jeito, caminho até a cozinha e me deparo com muitas sacola, literalmente muitas:
- O que é tudo isso? - Perguntei.
- Panquecas - Ela respondeu sem me olhar.
- Eu estava me referindo as sacolas.
- Ah... eu disse que você não podia me impedir. - Ela vira em minha direção e sorri. - E o Castiel me ajudou também.
- Oi... - Diz ele sentado em uma cadeira atrás de mim e eu me viro assustado, eu realmente não tinha o visto ali. - Eu não tive escolha, essa pequininha me mataria se eu não ajudasse. - Ele pegou a Hanna no colo e começou a chacoalha-lá brincando.
- Como você consegue fazer essas coisas com uma mão quebrada? - Pergunto chegando ao seu lado.
- Pratica. - Ela me olha e sorri, isso acabou sendo meio "macabro".
O resto do dia passou rápido, Elizabeth e Leigh fizeram a ceia de Natal, eu e Castiel arrumamos a casa e decoramos do nosso jeito, Rosa chegou e arrumou tudo de novo, segundo ela estava tudo "masculino demais" e ainda por cima ela arrumou Elizabeth com o mesmo discurso de "masculino demais", tá, não vou negar, tudo ficou um "pouco" melhor com o toque dela, e Elizabeth...podemos dizer que se eu tinha uma queda por ela agora eu tinha uma cachoeira.
A noite começou a cair e meus pais chegaram, já sendo eles como sempre:
- Ah você deve ser a namorada de Lysandre. - Disse minha mãe cumprimentando Elizabeth que apenas ri.
- Não mãe, ela é uma amiga... - Digo passando minha mão esquerda pelo o meu rosto.
- Ele nos falou muito sobre você, pelo jeito ele não exagerou quando disse que você era linda. - Meu pai disse, o pior de tudo é que eu não havia dito nada para eles.
- Ah sim, claro... - Disse Elizabeth apenas concordando com tudo o que eles diziam, eu a olho estranhando e ela apenas responde dando com os ombros e sorrindo.
- Eles não formam um lindo casal? - Leigh chega colocando lenha na fogueira e eu olho querendo o matar.
Meus pais passaram o resto da noite pensando que eu e Elizabeth éramos namorados, acompanhando comentários como "eu já pensava que ele era gay" ou "quando vocês vão ter filhos", fora isso a noite foi tranquila, todos comemos e depois ficaram conversando sobre assuntos aleatórios, eu aproveitei o momento para falar com Elizabeth:
- Elizabeth...se você tem tanto dinheiro assim porque não sai daquela casa? - Perguntei meio direto pois não sabia outra maneira de falar sobre isso e parece que ela não esperava pois quase se engasgou com a comida.
- Olha...é que a pensão que nós recebemos do governo pela a morte de nossa mãe é muito pouco, a maioria do dinheiro é o que vem do nosso pai...se fosse só eu você não acha que eu já teria saído daquela casa? Mas eu tenho Hanna, tenho que cuidar dela, ela é tudo que eu tenho e eu quero dar para ela a vida que eu não pude ter...entende? - Ela me perguntou, com um olhar tão meigo que fez o meu coração doer, então eu simplesmente a abracei e ela retribuiu mas tudo acabou quando fomos atingidos por um flash.
- Que fofo... - Minha mãe nos olhava segurando uma câmera fotográfica, eu e Elizabeth nos olhamos e começamos a rir.