" I don’t ever want to let you down, I don’t ever want to leave this town "
[ 2 meses depois ]
Eu ando treinando como uma louca, minha vida hoje se resume a estudar, passar nas provas, colocar talco nas sapatilhas e mãos a obra, ou melhor, pés a obra. Kkk.
Tudo na minha vida tinha mudado. O que eu comia, o que eu bebia, o que eu fazia, o que eu não fazia. Minha mãe tornou aquela casa um verdadeiro campo de guerra.
Acordavamos na mesma hora, saíamos na mesma hora, comíamos a mesma coisa, era praticamente um curso preparatorio pra entrar no exército.
- Mãe, eu já falei. Deixa os pobrezinho comerem o que eles querem. Me puna com suco verde não eles. - falei.
- America, você ainda não entendeu. Quando uma pessoa faz dieta nessa casa, todos entram na dieta junto com você.
- Ah, agora a culpa é minha?! - fingi estar ofendida.
- Não, a culpa não é sua. A culpa é do fato dos olheiros das academias de balé serem muito rígidos, se eles não fossem eu não te obrigaria a tomar suco verde.
- Beijo, já estou indo. Tchau!
- Vai aonde? - Isso também, agora ela monitora meus passos.
- Vou na casa da Taylor. É no final da rua. Não é você que sempre vive disendo que eu preciso queimar calorias?
- Sei, pelo menos você queima as calorias que ganha comendo as tortas de morango da mãe dela. - What!!?
- Como você sabe das tortas de morangos? - perguntei espantada.
- Aqui vai uma lição. Nunca, nunca, sob hipótese alguma subestime o poder de uma mãe descobrir o que a filha come fora de casa. NÃO É KENNA?!
- Infelizmente é verdade. Ela vivia reclamando por que eu aceitava balinha de todo mundo na rua. São coisas que temos que enfrentar na vida. - falou pulando as escadas de felicidade.
- Vai aonde?
- Vou na encontrar o meu namorado, General Singer. - ri e sai junto com a minha irmã.
- Quando vamos ter liberdade nessa casa? - falei irônica
- Talvez ganhemos a liberdade no dia do nosso enterro, afinal lá embaixo ela não pode nos atormentar.
Andei mais um pouco e respirei o ar da Carolina. Como eu amava esse lugar. Bati na porta da casa da Taylor.
- Filha, a Meri chegou!
- Tá bem cá Suco Verde. - entrei na casa e fui correndo pro quarto da Taylor.
- Sério, me diz se sua mãe fez torta hoje?
- Não, por que?
- Minha mãe descobriu sobre as tortas de algum modo.
- Ok, sabe o que eu tenho pra te mostrar?
- O que?
- Fecha os olhos! - fechei e ela colocou uma música para tocar - Que música é essa?
- It's time! Agora só se imagine na música. Se eu te perguntasse qual é o seu maior erro. O que me diria?
- Ter me apaixonado por ele. - abri meus olhos e tampei minha boca com a mão.
- Confessou. America Singer confessou que estava perdidamente apaixonada por Maxon Schreave, o Príncipe dos olhos castanhos.
- Cala a boca, por favor Taylor. Por um momento pare de me atormentar com isso. Você não me deixa...
- Esquecer. Desculpe, mas eu não posso deixar você se esquecer dele. Ele foi o seu primeiro amor. Segundo se formos mesmo contar o babaca do Ben.
- Eu quero esquecer ele. - olhei no fundo dos olhos dela - Eu quero esquecer ele. Por que dói. Está doendo. Faz isso parar. - falei desabando no choro.
Passei o restante da tarde chorando no colo da Taylor. A cada lágrima que eu derramava me dava a falsa sensação de estar ficando um passo de distância dele.
Sai da casa da Taylor e fui treinar. Ultimamente eram as únicas coisas que eu fazia. Dançar e chorar. Eram coisas opostas, mas quem nunca não?
Pela primeira vez, minha mãe não me tratava apenas como bailarina, mas como filha e eu sentia que finalmente estava no ponto que a minha mãe desejava.
A perfeição. Eu percebi que eu não alcançava a perfeição, por que eu nunca tinha estado no fundo do poço, eu nunca havia experimentado a pior das imperfeições, o desamor.
Se para chegar a perfeição eu precisaria me tornar imperfeita, chorar a tarde inteira e me torturar com flashs e ecos da vida perfeita com ele. Eu iria fazer isso.
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The Perfect Ballerina
RomanceE se a America não fosse cantora, fosse bailarina? E se ela tivesse entrado na seleção por outro motivo? E se na verdade ela odiasse com todas as forças o Príncipe?