New Home

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" ‘Cause they say home is where your heart is set in stone, is where you go when you’re alone, is where you go to rest your bones, it’s not just where you lay your head, it’s not just where you make your bed, as long as we’re together, does it matter where we go? Home "

- Mãe, dá pra acreditar. Eu vou pra Rússia. Rússia. Rússia. RÚSSIA. - falei sentando em cima da minha mala para faze-la fechar.

- Certo, eu quero te falar uma coisa.- falou se sentando do meu lado. - Ninguém está em casa, você já se despediu de todos menos de mim.

- Eu não quero me despedir de você. Eu não preciso me despedir. Por que eu sei que você vai dar um jeito de me encontrar daqui a cinco minutos ou eu vou sentir sua presença falando que minha abertura está mal feita mesmo se eu for pra Rússia. - rimos. - É sério, mãe. Eu nunca, nunca, nem mesmo sob a pior das torturas eu vó me esquecer do que eu passei ao seu lado. Você é a melhor mãe do mundo.

Corri e dei um abraço nela. O abraço mais apertado que eu já devo ter dado em alguém.

- Eu te amo, filha.

- Eu te amo, mãe. - Eu podia sentir as lágrimas começarem a cair.

- Não chora, não chora. Não vai querer lembrar desse momento como uma coisa triste. Vem eu vou te levar no aeroporto. Quero ter certeza que você vai mesmo pra Rússia.

- Tudo bem. - peguei minha mala e fomos em direção ao aeroporto.

O aeroporto estava tranquilo, quase não havia movimento e eu me sentei do lado da minha mãe e ficamos vendo os aviões levantarem vôo.

- Mãe? - falei baixinho.

- O que foi?

- Por que não usou o dinheiro?  Poderia ter comprado tanta coisa para nossa casa, poderíamos ter até outra casa, mas você preferiu guardar.

- Eu sabia que o representante do Bolshoi iria aparecer na apresentação. Sabia que você iria conseguir, por que você é a melhor bailarina do Teatro. Então, guardei o dinheiro para quando você finalmente tivesse que ir para a Rússia.

- Tá de brincadeira, já pensou que quando ficar mais velha, já pode virar vidente ou coisa assim? - brinquei.

- Não, eu sempre acreditei em você. Minha bailarina. Só basta acreditar em você é tudo pode acontecer.

- Mãe, eu não sei o que eu vó fazer sem você ou sem a maluca da Taylor gritando no meu ouvido o tempo todo. Eu nunca vou poder recompensa-la pelo que ela fez por mim.

- Amigo é para esse tipo de coisa, não?
- É ela me viu chorar por dias e nunca reclamou. Ela é a melhor amiga que poderia imaginar em ter.

- Vôo 563!  - era o meu.

- Mãe eu tenho que ir.

- Tchau filha. Que Deus lhe abençoe. Seja feliz.

- Tchau, mãe. - peguei as malas e fui em direção ao avião. Quando entrei me sentei e a aeromoça me deu fones de ouvido.

- Obrigado.

- De nada. - então ela começou a dar as orientações do que devemos e o que não podemos fazer durante todo o vôo de incríveis 16 horas.

Coloquei os fones no ouvido e pensei em Carolina. Eu nunca mais iria voltar para la, não tão cedo pelo menos.

Pare de pensar em coisas tristes. Pense em como vai ser na Rússia. Será que eu vou ter alguma colega e tudo mais? Será que ela também é de Illéa?Será que todo mundo fala inglês bem?

E depois de todas essas dúvidas eu cai no sono. Eu devo ser a única doida no mundo que dorme enquanto está prestes a ir para a Rússia? Eu! Kkk

The Perfect BallerinaOnde histórias criam vida. Descubra agora