23 - A caminho de uma armadilha

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No momento em que desligo o telefone, o elevador abre portas e nem acredito no que vejo, o que é que aquela barbie quer?

- Bom dia Sofia! - Só se for para ti!

- Olá Tiffany, por aqui? (foto da Tiffany em cima)

- Uau que original, o chefe e a secretária. - Ela refere-se a mim e a Matt.

- Foi para falarmos da minha vida privada que vieste aqui?

- Não, vim falar com Matthew, enviei um email ontem a avisar que passava aqui, Informa-o que cheguei!

Sem me dar tempo de responder vai sentar-se no sofá da pequena sala de espera, vem propositadamente com um mini vestido branco tem o cabelo liso e loiro, lábios carnudos... Admito que é vistosa faz despertar a atenção de qualquer homem, mas tinha cara de arrogante e mimada. Quando anunciei a sua chegada Matthew mostrou desconforto na voz, ao contrário do normal não a acompanhei à porta apenas fiz um gesto para lhe dar a entender que podia entrar. Passou por mim a rebolar naqueles saltos agulha pretos, sei que fez de propósito para me irritar (e conseguiu). Estiveram fechados no gabinete 30 minutos e já estava a fumegar quando a porta abriu, num ápice pequei no telefone e Fingi estar a agendar uma reunião. Passou por mim com um sorriso enorme, acenou-me e entrou no elevador, fechei os olhos e recordei que ontem quando fui ter com o Matthew ao escritório ele estava a ler emails mas não me disse nada, o telefone toca e não preciso atender, vou diretamente ao seu gabinete...

- O que é que a barbie queria?

- Bem na verdade falou-me de um amigo que pode ser um potencial cliente para a empresa e agendamos um almoço os três na quinta-feira.

- Só isso? Sem joguinhos? - Não acredito.

- Claro que puxou conversa acerca de nós mas não lhe dei hipótese.

- Sabes que este cliente é uma armadilha!

- Sim mas também sei que tem uma cadeia de ourivesarias de luxo. Já tinha sondado a sua empresa há um ano.

- Então porque não marcaste um almoço só com ele.

- Porque eles são amigos e ela vai apresentar-nos, não tem nas de mal.

- Foste tu que me alertaste que a Tiffany não dá ponto sem nó! - Algo está errado, eu sinto.

- Sim é verdade mas eu sei o que faço!

- Tudo bem - abro a porta par sair - Hoje almoçamos com a Cristina e o Victor aqui.

- Tudo bem Sofia, mas... - Não lhe dei tempo de acabar e saí fechando a porta com força, estava extremamente irritada.

Na hora de almoço o Vítor veio ter comigo e a Cristina estava a caminho, encomendei almoço que tinham acabado de entregar.

- Vou por a mesa na sala de reunião. - Vítor vem comigo.

- Vamos, a Cristina deve estar a chegar, já avisei a receção para a mandar vir ter aqui.

- Bem vou só tirar as coisas do aparador, vai abrindo os sacos Vítor.

- Estás bem? Não estás com boa cara. - Ele conhece-me melhor que os meus pais.

- Nada de mais, sabes como é o meu chefe. Irritante - Fiz o melhor sorriso que consegui.

- Os casais também têm as suas divergências Sofia, mas qualquer coisa conta connosco.

- Eu sei, obrigado!

- Encontrei esta senhora na entrada! - Diz Matthew que estava a entrar na sala com a Cristina.

- Desculpem o atraso! - Cristina estava atrapalhada.

- Sem problemas acabei de preparar tudo. - Digo enquanto o abraço.

- O que tens para nos contar? - Ela pergunta enquanto todos se sentam.

- Gostaria da tua ajuda para organização de um casamento.

- Mas eu nunca organizei um!

- Mas podia ser o primeiro!

- Não, dá imenso trabalho! Mas dou-te uns contactos. - Estava a colocar a primeira garfada na boca.

- Mesmo sendo o nosso? - Digo olhando para Matthew.

- Aiiiii! Claro que sim. Não sabia que seria para alguém tão especial. Parabéns aos dois. - Ela corre até nós para nós cumprimentar.

- Parabéns, vamos brindar! - O Victor estava feliz também.

-Aos noivos - eles gritam levantando os copos para um brinde.

- E já têm data?

- Por mim pode ser para o ano em Setembro - ainda não tínhamos falado sobre isso.

- Por mim seria já - Matthew olha para mim.

- Bem vou reunir ideias e depois sábado falamos.

- Só sei que quero algo simples, só para a família e amigos chegados.

- Concordo - Matthew diz para a Cristina - mas tem de ser único.

Como sempre o almoço foi agradável mas o dever chama, por isso cada um regressou ao seu trabalho. Esta tarde demorou a passar, estava cansada da noite de ontem e queria ir descansar. Saímos da empresa cedo e passámos no hipermercado para fazer compras.

- Vais continuar assim, Baby?

- Assim como?

- Ouve Sofia este será um bom negócio para a empresa.

- Eu sei isso mas não gosto de saber que vais estar sozinho com ela.

- Não vamos almoçar sozinhos.

- Matthew, tu percebeste!

- Sofia, confia em mim! - Eu não confio é nela.

Fizemos o jantar juntos, mas não posso negar que estava insegura pois eles já tinham um passado juntos. Depois da cozinha arrumada fomos até ao sofá ver um filme.

- Sofia preciso contar-te uma coisa!

- Agora a meio do filme?

- Telefonei aos teus pais.- Para tudo!

- Como assim? Para quê?

- Foi nas nossas férias quando comprei o anel, falei das minhas intenção de casar contigo.

- Isso está um pouco ultrapassado, sabias? Já não se faz isso hoje em dia!

- Pois mas eu fiz questão e eles ficaram felizes.

- Obrigado? És um querido.

- Não mereço um beijo pelo menos?

- Vou pensar - aninhei-me nele e beijei-o sem parar.

Eu não consigo estar muito tempo chateada com ele, ele é o meu pilar.


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