11 - Domingo com a família dele

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Não sei quanto tempo levei a adormecer, mas acordei eram 9 horas, Saio do quarto e oiço silêncio, vou então até à biblioteca; pego num livro e não resisto em me sentar numa das poltronas brancas que se entravam perto da janela e comecei a ler. Passaram trinta minutos e senti que estava a ser observada, ao olhar a porta lá estava ele...

- Sabia que estarias aqui! Acabei de tomar banho e enquanto me visto a senhorita vai fazer o mesmo. Vamos passar em tua casa para mudares de roupa pois temos um almoço.

Com relutância larguei a leitura e vesti-me, seguimos para casa do Vítor e da Cristina. A Annie informou- me que eles só viriam no final da tarde. Tomei um banho rápido, vesti umas calças de ganga pretas, uma camisa linda que era curta à frente e tinha a parte de trás cumprida com corte redondo em tons de azul com os sapatos azuis de salto alto. O cabelo estava preso num coque com uma pequena borboleta azul, maquiagem simples e desci em 30 minutos estava pronta.

- Bem és rápida para a mulher!

- Não sei onde vamos, por isso não sei se estou bem.

- Sofia, estás sempre bem! – Piscou-me o olho e sorriu com ar sexy.

A viagem não foi longa, não conhecia o casarão mas reconheço de imediato a morada.

- A casa dos teus pais? Não vamos almoçar aqui!?

- Claro que sim, almoçamos todos os domingos juntos mas hoje também vem a minha irmã com meu cunhado e a miúda que me arrebata o coração e não te deixes enganar, apenas com 4 anos é a única mulher que faz o que quer de mim.

Ele tirou a câmara fotográfica e veio até junto de mim, colocou a mão nas minhas costas de forma a acompanhá-lo.

- Matthew achas mesmo boa ideia? Este é um almoço de família!

- Vamos lá! - Eu só queria fugir dali.

Abre a porta e vejo a sua mãe vir em nossa direção.

- Fiquei curiosa quando o Matt me pediu autorização para trazer uma amiga, ele nunca trouxe ninguém cá a casa.

- Mãe podia chamar todos à sala? Gostaria de mostrar porque a Sofia veio cá a casa e porque é uma pessoa especial.

- Ok vou já, vamos lá ver isso. - Como sempre ela fica empolgada.

- Matthew, não estou a perceber.- Qual será o seu plano?

- Vou passar as fotos no LCD e contar o fantástico dia que tivemos com aqueles miúdos.

À medida que foram entrando fui apresentada à irmã de Matthew e ao seu marido Emily e Jason, a princesa Tara estava a dormir. Acho que a família esperava algo do género "aqui está a minha namorada" em vez disso as fotos das crianças começaram a passar à medida que contámos a história, todos riam e comentavam o quanto estavam felizes.

- Filho, para a próxima, quero ir também com vocês, adorei a ideia. A Sofia é uma boa rapariga- a mãe de Matthew aproxima -se de mim e segreda - também seria uma boa nora.

Fiquei vermelha, ainda bem que já todos se encontravam a caminho da mesa que estava posta no jardim. O dia estava lindo, ainda bem que vim a este almoço, assim pude sondar o jardim e os gostos da Dorothy.

- Estou a ver que tem ali os seus utensílios, gosta de flores e jardinagem?

- Sim há anos que penso transformar este jardim no paraíso mas estou sempre ocupada. Quando me reformar da galeria de arte trato disso.

O almoço foi mesmo muito bom, a comida era deliciosa, todos me trataram bem e mesmo no final da refeição alguém põe a mão na minha perna. Quando olho para o meu lado direito vejo uma menina linda; olho azul e cabelo loiro cheio de canudos que lhe davam pelo meio das costas. Tinha um laço laranja que condizia com o vestido.

- Olá sou a Tara e tu? - Que coisa mais fofa.

- Sou a Sofia, muito prazer.

-És a namorada do tio Matt?

- Não, sou uma amiga, acho que ele só tem olhos para ti! - Que espertinha esta menina, ela olha para cima e põe a mão no queixo e depois de alguns segundos - Podes namorar com ele que eu deixo, és bonita como eu!

Todos na mesa começaram a rir, no entanto ela não achou piada, fez uma cara de amuada e sentou-se na relva com os braços cruzados em frente ao peito Eu fiz sinal ao Matt e ele percebeu que eu iria ter com ela...

- Posso sentar - me ao teu lado?

- Sim. - Ela é delicada e eduacada, uma bonequinha.

- Estás chateada comigo?

- Não - olha para mim com um sorriso meigo - já não estou, pintas-me as unhas? - E nesse momento tira um verniz transparente do bolso.

- Eu adoraria. - Pego no frasco e começo a pintar aquelas minúsculas unhas.

- Não gostas do meu tio?

- Gosto, como amigo.

- Mas ele é muito giro e compra muitas prendas a mim.

- É ele é giro mas ele diz que só tem olhos para a ti. - Neste momento faço -lhe cócegas. Ela deita - se na relva a rir sem para e chama o Matt.

- Tio socorro!

Ele vem a correr e entra na brincadeira.

- Estou aqui para te salvar - pega nela ao colo e ela agarra no pescoço do tio com força.

- Tio cuidado com as minhas unhas! - Ela repreende-o.

- Desculpa princesa!

- Tio, a tua amiga é gira, podiam casar; ela ficava linda com um vestido de noiva assim como os das princesas.

- Sim, ela é linda!- Assumiu um ar mais sério do que esperava e responde -lhe mas olha nos meus olhos, resposta que eu não gostei.

Depois disso montamos um castelo de lego e brincamos com os utensílios de cozinha de plástico. Ela era a cozinheira e eu a empregada que servia os bonecos que estavam sentados na nossa mesa do almoço que já se encontrava vazia, estavam todos a beber café na sala.

- Tara, vamos dormir uma sesta! - A Emily grita da porta.

- Ok mamã, vou já.

Deu-me a mão e entrámos juntas em casa, despediu-se com um grande beijo e um abraço apertado e subiu ao colo da mãe. Já eram 17 horas e despedimo-nos de todos, a Dorothy convidou-me para o seu aniversário no próximo sábado mas tive de inventar que já tinha planos; quer dizer eu até tinha mesmo iria preparar aquele jardim e montar estufa com ajuda dos profissionais.

No caminho casa o tema da conversa foi a Tara, quando chegamos à porta da casa do Vítor e da Cristina ficamos um pouco a conversa...

- Bem tenho de ir descansar, amanhã tenho o Resmungão do meu chefe para aturar.

- Espero que tenhas gostado do almoço!

- Claro que sim arranjei uma amiga para ir comigo às compras e que me pediu uns sapatos de salto alto iguais aos meus mas para 4 anos - desatamos a rir - Bem tenho de ir, obrigado por tudo.

Quando giro o meu corpo para sair do carro sou surpreendida pelas suas mãos que me agarram e sem dar conta já estou a ser beijada. O beijo começa por ser lendo e suave mas a medida que contínua torna-se cheio de desejo e de uma intensidade que faz-me sentir a queimar por dentro. Não sei onde vou buscar forças mas separo os seus lábios dos meus.

- Vamos parar por aqui! - Sem lhe dar qualquer hipótese saio do carro e entro em casa sem olhar para trás.

A Cristina percebeu algo e veio falar comigo e contei-lhe o que aconteceu durante o fim-de-semana e os meus receios. Explicou-me que entendia e estaria do meu lado sempre que precisasse, mas pediu para dar uma hipótese a mim mesma de sentir felicidade.

Não sei se estou pronta!

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