Dançando para ti!

9 - Horas extras

O táxi parou em frente a uma vivenda isolada de arquitetura moderna, toda branca e alguns detalhes cinzento-escuro. Assim que toquei na campainha o portão abriu e caminhei até à porta da entrada que estava encostada e ouvi o Matthew pedir para que entrasse. Quando fechei a porta e olhei em volta fiquei de boca aberta, era linda com uma decoração masculina, linhas direitas e tudo em tons de branco, preto e cinza. Mas o melhor ainda estava por vir, vou entrando, pouso o que tinha na mão numa grande mesa de madeira preta e quando olho em direção da cozinha vejo o Matthew de tronco nu somente com umas calças desportivas justas nas ancas e depois caiam largas nas pernas, tinha um corpo com alguns músculos definidos mas não demasiado; eu diria que era perfeito. Acho que fiquei sem palavras pela primeira vez...

- Sofia traga tudo, o escritório fica no andar de cima.

- Eu ah-ah... - Bolas fiquei de boca aberta - Claro.

- Está tudo bem?

- Sim só preciso de ir a casa de banho.

- Ok é aquela porta antes das escadas, eu estou lá em cima quando subir é a 2°porta à direita.

Assim que entrei na casa de banho sentei - me na sanita, bolas até parece que não vejo todos os dias homens assim! Quer dizer tudo bem que não são em carne e osso são apenas em revistas mas por favor... Refresquei a cara e olhei no espelho

- Vamos lá despachar isto para ir para casa, vamos ignorar aquele deus grego e focar no trabalho Sofia. - Ele é demais para mim.

Saí, subi as escadas e ele estava a trabalhar em frente ao computador. Tratámos de tudo mas já eram 20:40 quando descemos para a sala.

- Bem se está tudo ok eu vou andando! - Estava cansada.

- Não!

- Não? Mas pensei que estivesse tudo tratado. - Eu não vejo a hora de cair na cama.

- E está! Agora vamos jantar encomendei sushi para dois antes de descermos em 20 minutos estão aí com o pedido.

-Obrigado senhor mas é melhor ir, eu...

- Não gosta de sushi? - Ele olha para mim com o rosto de lado.

- Sim adoro, mas... - Fui novamente interrompida.

- Então sente-se enquanto ponho a mesa e aqui na minha casa tratamo-nos por tu. - Sério?

- É sempre assim tão autoritário? - Ele sorriu pela primeira vez desde que o conheci, tinha um sorriso capaz de derreter icebergues.

A campainha toca, na porta aparece um jovem com um saco, é o nosso jantar. Sentamo-nos à mesa e desfrutamos da refeição, esta tudo delicioso, de início o ambiente estava estranho, afinal ele é meu chefe e não somos propriamente amigos mas acabamos por falar daquilo que realmente nos era importante, para mim eram os livros, encontrar um emprego e ter uma família feliz como nunca tive. Para ele o amor da sua família era tudo e adorava fotografia mas ainda não tinha tido tempo nem coragem para fazer um curso, a empresa ocupava-lhe a maior parte do tempo e a família o restante. Nunca pensei dizer isto mas o jantar estava a ser bastante agradável.

- Devia sorrir mais vezes e deixar de ser tão refilão - pelo ar sério que assumiu acho que pus a pata na possa. Eu e a minha boca.

- Se quer reclamar do seu chefe faço-o aqui porque na empresa corre o risco de despedimento por justa causa - sorriu ao dizer isto e passado alguns segundos pergunta - sorrir porquê? Não vejo motivos.

- Se quiser posso fazer - lhe uma lista! - Não tem motivos para sorrir, é louco ou quê?

- Vamos a isso! - Ele está a desafiar - me.

- Ok então vamos lá:

- É saudável;

- Inteligente;

- Tem uma família fantástica;

- Tem uma boa vida (financeira);

- Deve ter dezenas de mulheres aos seus pés;

- Fica com um ar mais simpático;

- Vive sozinho (ninguém o chateia)

- Tem um Austin Martin (o sonho da grande maioria dos homens).

- Tem dos sorrisos mais lindos que já vi! - Ok é melhor acabar por aqui no entanto foi ele que perguntou.

- Acho essa lista no mínimo lisonjeadora - gargalha - gosto principalmente do último ponto da lista. - Ele levanta-se - Bem vou buscar um aperitivo acompanha-me?

- Não obrigado já bebi que chegue ao jantar.

Falámos mais um pouco e quando olhei para o relógio já passava da 1da manhã.

- Meu deus já é tão tarde! Tenho de ir, preciso chamar um táxi! - Os meus tios devem estar preocupados.

- Não estás a pensar que te vou deixar ir de táxi a esta hora, vou só vestir algo e levo -te a casa - regressa de ténis e t-shirt vestida - vamos?

- Sim! - Neste momento ele estica o braço para por o código na porta e está com o corpo quase colado ao meu, sinto o seu perfume delicioso. Podia apostar que fez de propósito!

O interior do carro era luxuoso, quem não daria tudo para andar numa máquina destas? A viagem foi feita em silêncio ao chegar à porta despedimo-nos e quando entrei em casa estava tudo em silêncio e escuro. Descalcei-me e subi tentando não acordar ninguém, assim que fechei a porta do quarto o meu telemóvel toca.

- Estou? - o visor mostrava um número que não estava na minha lista de contactos, quem seria louco de ligar alguém a estas horas?

- Sofia? - Como ele tem o meu número?

- Matthew aconteceu alguma coisa?

- Calma está tudo bem! Queria saber se tens planos para amanhã?

- Raios, sabes o susto que me pregaste? Não, não tenho planos, porquê?

- Podíamos fazer algo juntos amanhã.

- Tens alguma coisa em mente Matthew?

- Não, mas haverá certamente algo que gostasse de fazer. Amanhã estou por tua conta, vou buscar-te às 10:00! Boa noite.

- Boa noite. - Um santo caiu do altar ou pelo caminho ele bateu com a cabeça só pode.

Quem diria que Matthew tem um coração?