Dançando para ti!

27 - Sinto-me doente!

Acordo e vejo as horas, são 5:26 da manhã e estou com fome, vou à cozinha e como fruta. É a única coisa que me sabe bem mas a gula ganha e devoro quase um pacote de bolachas antes de sentir novamente o meu estômago revirar e corro para a casa de banho. Já começo a ficar farta, sentei-me no chão, enrolei o meu corpo sobre os joelhos e chorei de desespero, oiço Matthew descer as escadas e chamar por mim e mesmo antes de responder ele encontra-me.

- Baby, estás a chorar porquê? O que se passa? Não te quero ver assim.

- Matthew será que estou doente?

- Claro que não! - Ele levanta me e olha nos meus olhos- achas que podes estar grávida?

- Ah... não... Acho que não, o meu pai tem uma úlcera no estômago, achas que pode ser o mesmo?

- Amanhã ficas em casa mas eu vou pedir há minha mãe para passar aqui.

- Não é preciso.

- Ordens do chefe, anda para a cama, estás gelada.

Sentia-me fraca, de manhã só comi fruta e na hora de almoço só me apetecia canja. A Dorothy ligou a dizer que ia passar lá em casa; aproveitei e pedi que me trouxesse uma sopa.

Drimm....

- Olá minha querida; como te sentes? - A minha sogra veio realmente para tomar conta de mim.

- Mais ou menos.

- Tenho aqui a tua sopa e algo que o Matt me pediu para te trazer - ela tirou um teste de gravidez da mala.

- O Matthew está enganado, eu não tenho nenhum atraso.

- Minha querida, assim ficas descansada.

- Ok já volto - peguei no teste e fui à casa de banho.

- Já fiz o teste. - Passados 15 minutos saio da casa de banho.

- E então? - Ela está esperançosa.

- Não tenho coragem de ver o resultado! - Estendi para ela ver.

- Ora vamos ver... hum... NEGATIVO.

- Eu disse! - Eu fiquei aliviada com o resultado.

- Mas isso quer dizer que estás mesmo doente, vou pedir ao nosso médico uma consulta para ti.

- Obrigado - digo enquanto me sirvo - também quer?

- Não querida já almocei, bem vou andando mas se precisares de algo liga.

Ela é uma mulher querida, beija a minha testa e sai. Passo a tarde a ler mas estou preocupada, de tarde Dorothy liga a dizer que tenho consulta daqui a 2 dias, a tarde passa e Matthew chega a casa. Percebo que Matthew já sabe o resultado do teste, a Dorothy ligou-lhe a contar que não estou grávida mas sim doente. Passei esses 2 dias em casa contra vontade mas Matthew não me deixou sair visto não ter melhorado. Fiz algum trabalho através do computador em casa, mas não dava para fazer muito. O dia da consulta chegou e Matthew foi comigo, acho que o seu nervosismo era maior que o meu, visto o teste ter dado negativo prescreveu montes de exames, no entanto alertou que a hipótese de gravidez não estava excluída por o teste poderia ter sido feito cedo de mais.

A primeira paragem depois da consulta foi a clínica de análises, Matthew quase obrigou a rececionista a marcar as análises para o dia seguinte mas sem sorte porque só na segunda-feira seguinte haveria uma vaga. O fim-de-semana passou com muitos mimos de Matthew, da família e até da Jéssica, era tratada como uma doente, esta semana será em cheio, tenho as análises, comprar a prenda de Matthew e o natal que será na quinta-feira. Depois da manhã a fazer as análises quase esganei a rececionista quando me disse que o resultado só saía na primeira semana de Janeiro.

- Isto é um país de terceiro mundo, 2 Semanas, para o resultado dos exames...

- Sofia calma, eu sei que não tens nada! - Ele é um amor comigo.

- Oh Matthew, por amor de deus... Bem podes deixar-me no centro comercial a caminho do trabalho?

- Eu deixo-te lá mas sigo para a empresa, tenho uma reunião agendada.

Chegámos em 5 minutos...

No centro comercial vou direto à loja de fotografia, comprei uma máquina fotográfica que custou-me os olhos da cara e fiz a inscrição num curso de fotografia, acho que era perfeito para ele. Passei também numa loja de doces onde comprei um balde de gomas e fui almoçar a uma casa de pastas.

Estava a sair do centro comercial quando recebo uma mensagem da Jéssica estava a caminho do hospital para ter o bebe, apanhei um táxi e liguei ao Matthew a avisá-lo, o marido da Jéssica estava fora do país e eu era a única que estava lá para apoia-la. Gastei o chão da sala de espera com tanto tempo sem notícias e o balde das gomas já ia a meio, Matthew chegou em já 18:00.

- Então novidades?

- Nada já entrou a quatro horas ali dentro e nada. - É a pior parte, a de estarmos sem notícias.

- Tu estás bem? Queres ir comer qualquer coisa?

- Matthew não está cá ninguém da família dela, não saio daqui, mas se quiseres vai para casa.

- Vamos fazer assim vou à cafetaria buscar uma sanduíche ou assim e volto já!

Assim que Matthew sai da sala o médico vem dizer que o bebé está bem e mãe também, mas como hoje já não há visitas o melhor é ir descansar e voltar amanhã. Pedi para lhe dizer que amanhã estaria lá, fui para casa extasiada. Que felicidade saber que a minha amiga estava bem e o seu bebé também. No dia seguinte ainda faltava 15 minutos e eu já estava à espera de poder entrar para a visita. Portanto comigo estavam flores, comida, prenda para o meu sobrinho emprestado e um lindo lenço as bolas que achei que a Jéssica ia adorar. Entrei a correr e quando a vi abracei a minha amiga.

- Parabéns, amiga.

- Oh Sofia obrigada, o meu marido só chega amanhã. - Ela estava triste por ele não estar aqui num momento tão importante.

- E o meu sobrinho? - Olhei para todo o lado mas não o vi.

- Está a fazer análises de rotina, obrigado por teres estado cá ontem.

- Não sejas tonta, olha tenho coisa para vocês.

- Sofia, tu és demais - gargalha.

- Espero que gostes de tudo.

- E tu estás melhor? - Mesmo estando no hospital está preocupada comigo.

- Sim hoje fiz análises e daqui a 2 semanas tenho os resultados, mas já não vomito só tenho alguns enjoos.

- Continuo a dizer que vou ser tia, vais ver... - Ela sorri.

Fomos interrompidas pela enfermeira que trouxe o pequeno Ben e eu fiquei derretida com aquele bebé de 4 kg, todo carequinha e que estava a dormir serenamente. Fiquei até a enfermeira ter de me expulsar do quarto, sei que a Jéssica estava a gostar da companhia e que no fundo a tristeza de não ter o marido ao lado estava presente no coração. Saí do hospital e passei na empresa para colocar tudo em ordem.