Linda - Revisado

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Abrir os olhos nunca havia sido tão difícil quanto naquele momento, minha cabeça doía como se martelos acertassem meus nervos, pude sentir meus olhos inchados e com dificuldade me movimentei na cama. Eu não estava no meu quarto, e tive que forçar a memória para saber como havia parado ali.

Não foi muito difícil me lembrar de correr para os braços do Uchiha, o que me fez levantar de supetão e ter a certeza que eu estava em seu quarto. Deitada em sua cama. Sakura que merda você fez dessa vez?

Olhei em volta e encontrei Sasuke deitado no sofá de barriga para cima e com o braço em frente aos olhos, só de calça moletom verde escuro assim como me lembrava de vê-lo na noite passada, seu peito subia e descia levemente, e seus cabelos escuros estavam esparramados pelo travesseiro.

A tinta negra que marcava seu corpo me fez levantar e andar em sua direção, estava ali algo que eu não esperava. Tatuagens, ele tinha tatuagens espalhadas pelo braço e tórax, Sasuke não precisava daquilo para ser sexy, mas só de constatar o que eu e todo mundo já sabia, que Sasuke tinha todo peitoral definido, e ainda descobrir as tatuagens que ele escondia por debaixo do terno me fez abrir a boca em choque, ali sim estava a imagem da perfeição.

Perdi a noção do tempo em que fiquei admirando tamanha beleza, e tentando decifrar cada tatuagem em seu corpo. Mas a fraqueza me tomou e finalmente dei atenção aos sinais que meu corpo dava de que iria ceder a qualquer minuto. Além da vergonha que me atingiu como uma flecha no peito, como eu iria encarar meu chefe depois do que fiz na noite passada?

Eu busquei Sasuke naquele momento de desespero e então? E então que não sei, apaguei, não me lembro de mais nada. Ressaca moral, se tem coisa pior que isso eu sinceramente desconheço. Me repreendi umas cem vezes por ter decidido beber naquela noite. Descontar frustrações no álcool não é a melhor escolha a se fazer. Com muito cuidado peguei a chave do meu quarto jogada no chão perto da porta e sai dali, pedindo a todo custo que Sasuke não acordasse, eu precisava de um tempo para pensar em um motivo plausível para ter dormido em sua cama.

Soltei a respiração que prendia ao adentrar meu quarto, com muito custo tomei um banho, meu corpo todo tremia e eu sabia que tinha que comer alguma coisa o quanto antes. A cena da noite passada se repetia a todo instante em minha cabeça, o desespero em fugir a qualquer custo do aperto daquele homem fazia meu coração acelerar. Meu pulso estava marcado e com toda certeza aquele hematoma ficaria ali por mais alguns dias.

Me culpei por ter descido sozinha, por ter bebido mais do que deveria. Achei que estava segura ali e abaixei a minha guarda. Abri a porta e observei o corredor, estava com vergonha de Sasuke e medo do homem da noite passada. Respirei fundo e voltei ao meu quarto fechando a porta, mandei uma mensagem para Ino perguntando como o encontro com Sai tinha ido e se ela não queria me encontrar no elevador para gente comer juntas.

Antes que a loira me respondesse, eu abri e fechei a porta inúmeras vezes. Por alguns segundos me senti uma boba por estar com medo de sair do quarto, afinal era dia e o hotel não estava vazio como na noite anterior. Mas ainda sim, dar o primeiro passo para fora do quarto era mais difícil do que eu imaginava.

Meu celular tocou e Ino disse que estava a caminho do quarto andar, sua voz parecia animada e com toda certeza ela tinha muito o que falar sobre o seu encontro. Eu agradeci mentalmente, eu precisava mesmo de algo para me distrair.

Ino tagarelou todo o caminho até o restaurante do hotel, o local estava praticamente vazio pelo horário. Com toda certeza a maioria dos funcionários já tinham tomado café da manhã e estavam se preparando para a reunião que aconteceria mais tarde. Os poucos rostos que vimos no caminho e até mesmo no restaurante eram os dos funcionários do local ou da Uchiha Company. A todo tempo que alguém aparecia em meu campo de visão, eu me atentava à cor do cabelo, estava com receio de ver o ruivo.

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