17. Prazer, Morte

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Samuel desceu do ônibus olhando para os lados, para se certificar que não estava sendo seguido, coisa que fazia desde os ataques de Renata. Já dentro do prédio, sentiu-se seguro. Quando abriu a porta do apartamento, percebeu o homem que fumava no corredor.

Era o motoqueiro.

Correu para dentro e tratou de fechar imediatamente, mas o homem foi mais rápido e empurrou a porta com força, a pancada derrubando-o. Mal abriu a boca para gritar e o homem já estava sobre ele, tapando-a com a mão calejada.

Então entrou o rapaz encapuzado, agora com uma camisa preta.

E logo após, Renata. Com uma câmera na mão.

Samuel fez força para se levantar, mas o homem era forte; não tinha grande porte nem era o tipo musculoso, mas tinha força.

— Levanta ele — ela disse com a câmera em mãos, ainda desligada.

O homem obedeceu, forçando-o a levantar.

Samuel foi rápido. Chutou a canela do homem com o bico do sapato e livrou-se, correndo em direção à cozinha, mas o motoqueiro jogou-se para segurar suas pernas, derrubando-o para frente, onde bateu a cabeça na quina do balcão da cozinha americana, e caiu desacordado.

— Ele morreu? — perguntou o de capuz.

O outro checou o pulso.

— Está vivo — disse fazendo careta para a dor na canela.

— Mas que merda! — irritou-se Renata. — Olha que porcaria! Não tem o mínimo sentido se ele não sentir nada! Acorda ele!

— Ele não vai acordar. Está desmaiado.

— Foda-se. Coloquem as máscaras e tirem a roupa dele.

Os dois colocaram meias com furos no lugar dos olhos nas cabeças e começaram a despir Samuel. Ela começou a filmar. Quando ele estava completamente nu, ela o filmou de perto enquanto ria.

— Agora estuprem ele.

— O quê?

— Que porra é essa, mina?

—Comam ele, não sabem o que é estuprar?

—Tu pagou a gente pra dar uma surra nele enquanto filmava. Que porra é essa agora?

— Esse era o começo. Depois vocês iam estuprar ele. Não vai tirar a masculinidade de vocês, só a dele!

— Eu não vou fazer essa merda — disse o de capuz, ofendido.

— Nem eu, caralho. Pagou a gente pra espancar ele. Eu não faço esse tipo de coisa, muito menos com homem, e desacordado!

— Estão com peninha dele? Eu pago mais! Pago o dobro!

— Vai se foder, sua puta — o motoqueiro tirou a máscara, tomando a câmera das mãos dela e jogando no chão, pisando em cima em seguida. — Eu podia quebrar a tua cara por me desrespeitar desse jeito. Quem devia ser estuprada aqui era você.

— Olha o que você fez, seu idiota!

Ele deu um soco no rosto dela, derrubando-a com o nariz sangrando. Em seguida saíram os dois do apartamento.

Renata cerrou os punhos, com ódio. Seu plano dera completamente errado. Olhou para o corpo nu de Samuel no chão, borbulhando de ódio.

— Não vou dar a viagem perdida.

Foi até a cozinha. Pegou uma faca.

Arrancaria o pênis dele.

Quando voltou à sala, deu de cara um homem na porta. Ao vê-la com a faca na mão, gritou por socorro e correu pelo corredor. Apavorada, largou a faca no chão e correu para a porta, em direção à escadaria. Ouviu os gritos do homem enquanto corria. Conseguiu chegar até a portaria e passar por ela. Os motoqueiros já haviam ido embora.

Arlequim [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora