Capitulo 13- REBECA

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Talvez eu vá esquecer e talvez eu não vá/ Eu estou preso no momento/ E tão longe de casa/ Este amor de ninguém, ele está quebrando meu coração/ Mas você nunca vai saber isso onde quer que esteja (For You – Gavin James)

Deito na cama e encaro o teto do hotel. Meu coração pulsa tranquilamente enquanto na minha mente os pensamentos estão em um turbilhão. Queria poder conseguir segurar uma caneta e passar tudo isso que me tira do sério, me tira o sono e me vira do avesso para o papel. Mas nunca fui muito boa em expressar todos meus sentimentos, colocar o que guardamos no coração em um bloco de notas, agenda ou velho diário. Nada disso nunca foi meu esporte preferido. Por isso, apenas penso, revivo milhares de vezes os mesmos acontecimentos mentalmente imaginando cada reação para cada "e se".

E às vezes tudo que precisamos é apenas isso. Um momento de silêncio, um teto branco e uma cama confortável. Um travesseiro para abafar um futuro choro. Longe de qualquer pessoa, qualquer olhar, sorriso, expressão. Apenas você, seu coração, suas dores, sua consciência, suas lembranças. Apenas você e seus sentimentos, sejam eles bons, ruins, confusos, claros, simples ou complicados. Apenas você.

Por isso desligo o celular e apenas tento me concentrar no que irei fazer agora porque simplesmente não dá mais para continuar dessa forma e eu tenho a plena consciência disso. Mesmo depois da conversa que tive com o Brian no carro naquela noite, as coisas continuam se atropelando, ele ainda parece revirar todo meu coração e abrir sem o menor cuidado todas as marcas que estavam cicatrizadas.

E eu sei que não mereço isso. Eu não mereço ser machucada novamente e não mereço mais nada do que venha dele, porque tudo isso é apenas dor e confusão. E ele não merece mais toda essa confusão, apesar de tudo. Porque eu sei que não é sua culpa. Parece que o seu instinto é apenas ser babaca, é algo natural de seu organismo ou algo do tipo.

Mas acima de todas as pessoas, eu sei que quem não merece nada disso é do Dean. Ele caiu de paraquedas nessa confusão que eu achei que já estivesse muito bem arrumada e guardada no fundo de uma gaveta trancada e sem chaves.

Engano. Puro, completo e absoluto engano.

Ligo novamente meu celular quando já começo sentir minha garganta fechar e os olhos arderem. Definitivamente não adianta muito pensar nessas coisas, pois eu sei que minha capacidade mental é extremamente limitada para conseguir lidar com problemas dessa proporção. Não sei ainda como insisto. No fim eu sempre sou levada pela correnteza.

Assim que a tela do celular se acende e o relógio aparece indicando que provavelmente já está quase na hora do jantar, uma mensagem da Barbara chega fazendo com que meu coração pule umas cinco batidas a mais.

Babi: Voltando ao meu estado original de onde nunca deveria ter saído: solteira!

Rebeca: Não creio! O que aconteceu?

Babi: Não dá. Não sirvo para essas coisas. Sem mas.

Rebeca: Não acredito nisso e você tem que parar de fugir um pouco do seu coração.

Babi: Não estou fugindo de anda. É esse tal de amor que não vai muito com minha cara mesmo ;)

Rebeca: Aparentemente ele não vai com a de ninguém...

Assim que aperto o botão de enviar sinto meu coração acelerar novamente. Tomara que ela não perceba que acabei de me lamentar sobre algo que não deveria...

Babi: Como assim? Você está com um anel de noivado gritante no dedo e o pé quase no altar.

Rebeca: Hoje. Mas já sofri também.

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