Capitulo 14 - BRIAN

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Oh, uma vez na sua vida você acha alguém/ Que irá fazer seu mundo virar/ Te colocar pra cima quando você sentir pra baixo/ É, nada pode mudar o que você significa pra mim/ Oh, tem muitas coisas que eu poderia dizer (Bryan Adams – Heaven)

Andamos lado a lado enquanto Becky pesquisa sobre os restaurantes nas redondezas. Já está escuro, mas as ruas quietas não parecem demonstrar perigo. Para ser sincero o único perigo que sinto está dentro do meu coração, que insiste em saltar com cada vez que ela levanta os seus olhos do celular e me fita, seus pequenos sorrisos e a forma como seu cabelo cai no rosto me fazendo sentir uma vontade absolutamente incontrolável de coloca-los atrás da orelha para que possa ver o contorno de sua feição tão doce e serena.

Queria poder dizer a ela tudo que eu guardo no coração, mas o medo do ridículo com certeza me impede. O que é uma dádiva levando em conta que as chances de eu levar um fora é 101% de 100.

- O que você está pensando? – Ela franze o cenho e me olha com um sorriso curioso. Cristo! Eu poderia segurar aquele rosto e fita-lo por horas sem enjoar.

- Nada. – Franzo o cenho novamente tentando expulsar todos os pensamentos que percorreram loucamente a minha mente, como se ela pudesse ler. Mas a verdade é que extremamente torturante pensar nisso. Mais torturante ainda saber que eu poderia ter tido aquilo se não tivesse ficado igual um cachorro idiota correndo atrás do próprio rabo.

- Achei!!! – Ela dá um grito que chama a atenção até do casal que está passando pelo outro lado da rua, seu riso sem graça aquece meu coração e por bons minutos eu quase me esqueci de todos os problemas que rondam minha cabeça desde o telefone da minha mãe. – Gosta de comida italiana?

Seus olhos cheios de expectativas não me deixa dizer não. Apesar de que, na verdade, eu sou apaixonado por massas. Mas mesmo se odiasse diria sim, sim, sim. Todos os "sins" que aquela garota quisesse desde que aquele sorriso enorme ficasse sempre aceso em seu rosto, iluminando toda minha vida.

Começamos a andar ainda mais rápido movidos pela enorme fome. Só quando ela falou na comida que percebi o quanto meu estomago estava sendo castigado e desde então só tenho ouvido duas coisas: o ronco do estomago e uma dor constante no coração junto com uma alegria absurda, o mais paradoxal disso tudo é que ambos o sentimentos são causados pela mesma pessoa.

Assim que sentamos na mesa, um de frente pro outro, e fazemos um pedido o silêncio toma conta do lugar. Percebo a boca dela se curvar algumas vezes, como se seus pensamentos estivessem em um turbilhão, mas ela não saberia o que deveria ou não falar. Olha-la é a coisa mais emocionante que eu posso sentir, porque eu sei que mesmo por trás dessa beleza toda, de cada traço leve, ela também esconde um coração enorme e vivo. Um coração que parece estar ligado ao meu de alguma forma que eu jamais conseguirei explicar. Um coração que insiste em me ajudar mesmo quando tudo que eu faço é machuca-lo. Um coração bobo e doce que a transforma ora em uma criança ora em uma mulher forte e determinada. Um coração que eu queria poderia amar todos os dias até o fim da vida.

- Você está com sua expressão engraçada de novo. – Ela pisca lentamente e sorri de maneira suave. Sinto-me tão ridículo analisando cada um desses pequenos detalhes, mas é absurdamente impossível porque ela é linda e é mais linda ainda quando não está com sue olhar de desprezo ou fúria. Será que se eu conseguisse expressar todas as coisas assim ela deixaria de me achar um babaca ou eu seria um trouxa?

- Fome. Culpa da fome. – Antes que eu possa dizer mais alguma coisa, a garçonete chega com nosso prato de massa. Ela tem cabelos loiros e grandes que, eu tenho quase absoluta certeza, não deveriam estar soltos assim. A Rebeca e analisa e solta um sorriso evidentemente forçado. – O que foi? – Pergunto assim que a menina sai de perto da mesa o suficiente para não nos escutar.

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