A bath and an angel

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    Justin POV:
O mundo dos negócios nem sempre é tão fácil quanto parece ser, nem mesmo para os mais experientes como eu, esse desafio de meu pai parece ser fácil, mas não é tudo sobre um rosto bonito, uma mente gananciosa e um corpo perfeito, tem haver também com o jeito de se portar, o jeito como a pessoa se submete ao trabalho. Isso vai ser mais difícil que eu pensava que seria.

Angel POV:
- Obrigada, Betty, eu amo você. - Falei antes de sair de casa.
Ajeitei o óculos em meu rosto e a bolsa em minha cintura, vesti minha melhor calça Jeans e uma regata preta, calçando um all star em meus pés tamanho 36.
Avistei uma lanchonete e ajeitei meu rabo de cavalo, não estavam precisando de novos funcionários, saí dali confiante, era só minha primeira tentativa.
- Não, não estamos precisando de secretária.
- Mas eu vi ali no cartaz que vocês estavam precisando.
Ela me olhou dos pés a cabeça e aí sim percebi que meu físico não os agradava.
- Tudo bem, posso ter me enganado, passar bem.
Saí daquele consultório de dentista cabisbaixa, já havia entregado uns 20 currículos e não consegui nem um "te ligaremos depois".
Me sentei em um banco e arrumei minha bolsa em meu colo, quando percebi foi tarde demais, um carro passou dentro de uma poça d'Água e me encharcou inteira.
- Oh meu Deus, me desculpe! - Uma senhora morena e elegante desceu apressada do carro mal estacionado.
- Você não olha por onde anda, não? - Perguntei.
Meus olhos não seguraram as lágrimas que eu havia trancado á dias.
- Me desculpe, eu..eu.. não vi a poça.
Respirei fundo.
- Tudo bem. - Forcei um sorriso e mordi meu lábio inferior.
- Você está muito molhada, querida.
- Por que será, né? - Ironizei.
Ela deu uma risadinha.
- Sou Patrícia, mas pode me chamar de Pattie, posso te oferecer um café?
- Mas eu nem te conheço.
- Bom, eu também não te conheço, mas estou me sentindo tão abandonada por pessoas que eu conheço, que uma pessoa desconhecida me parece ser uma boa companhia no momento.
- Não sei..
- Vem. - Ela não me deu tempo de responder e foi me puxando para uma confeitaria ali perto.
- Olha, Pattie, eu preciso ir pra casa.
- Você estava sentada em um banco de praça e não me parecia ter pressa.- Suspirei.
- Ok. - Ela sorriu animada e nos sentamos em uma mesa.
- Qual é o seu nome, querida?
- Sou Angel.
- Muito prazer. - Assenti devagar. - Bom, o que vai querer beber?
- Oh, eu não quero nada, obrigada.
- Você pode ficar doente, tome algo pra esquentar.
- Eu estou bem. - Forcei um sorriso.
- O que vão querer? - O garçom se aproximou, ignorando minha presença.
- Dois cappuccinos, por favor. - Ela pediu e ele se retirou sem me dar tempo de cancelar uma das bebidas. - Por minha conta.
- Patrícia..
- Pattie. - Ela me corrigiu.
- Hm, Pattie, preciso ir embora.
- Por que a pressa?
- Preciso pegar minha filha na creche.
Ela arregalou os olhos.
- Filha? Que idade você tem?
- Vinte, minha bebê tem 3 anos. - Sorri.
- É o primeiro sorriso sincero que vi em você desde que te conheci em 10 minutos. - Rimos.
- Ela é meu tesouro.
O garçom nos trouxe nossas bebidas.
- Por que está tão triste? - Ela perguntou.
- Eu estou desempregada.
- Mas e seus pais?
- Eu moro com minha melhor amiga e com Caity, meus pais me expulsaram de casa quando eu engravidei.
Ela colocou a mão na boca.
- Oh meu Deus, mas você é, era, tão jovem, e já teve que passar pela dificuldade de ter um filho.
- É, mas eu não me arrependo de nada.
- Eu imagino que não. - Ela sorriu. - Olha, eu também era muito nova quando engravidei, o pai do meu filho estava preso e foi muito difícil pra mim, mas hoje ele está com 21 anos e é empresário, tudo bem que ele esqueceu um pouco da mãe, mas é um bom menino. - Ela disse isso com tanta doçura que eu sorri junto.
- Você deve o amar muito.
- Mais do que minha vida.
Tirei uma foto de Caity da bolsa e mostrei á ela.
- Essa é a Caitlyn, minha filha.
- Que linda. - Ela pegou a foto da minha mão. - Preciso conhece-la.
- Olha, eu sinto que posso confiar em você, se você quiser ir comigo buscar ela, pode conhece-la.
- Bom, não tenho compromisso. - Ela sorriu e me devolveu a foto, que guardei na bolsa.
Terminamos nossas bebidas e fomos para seu carro.
- Vou ligar o aquecedor.
- Não precisa, estou bem.
Ela me ignorou e ligou assim mesmo.
- Esse é o meu bebe. - Ela mostrou a foto de uma criança loira. - Não tenho nenhuma atual.
- Ele era lindo.
Ela sorriu e deu partida no carro, expliquei onde era a creche de Caity e ela esperou no carro enquanto eu me dirigia até a sala da minha bebe.
- Betty? - Chamei minha amiga.
Ela se aproximou da porta.
- Cadê as crianças?
- Dormindo, vem cá.
A segui até outra sala, onde haviam várias crianças dormindo, Caity estava lá toda encolhida embaixo de uma manta rosa, seus cabelos estavam jogados no travesseiro.
A peguei no colo e ela logo reconheceu meu cheiro, pois deitou a cabeça em meu ombro e abraçou meu pescoço, me despedi de Betty e peguei a bolsa de Caitlyn, voltei para o carro de Pattie e entrei no banco de trás.
Pattie ficou em silêncio percebendo que minha menina estava dormindo, expliquei onde eu morava e ela não demonstrou nenhuma reação ao ver o bairro. Algumas pessoas paravam pra olhar, um carro tão chique em um bairro tão simples.
Ela estacionou em frente a minha casa e foi abrir a porta para que eu saísse.
- Quer entrar?
Antes que ela respondesse, Mathew chegou.
- Angel, mudei de ideia, quero a casa em 15 dias.
- Mas Mathew, eu não posso.. - Falei perdida.
- Como assim em 15 dias? - Pattie se meteu.
- Quem é você? - Mathew disse grosseiro.
- Sou amiga dela, você não tem vergonha de expulsar uma menina tão jovem e ainda por cima, mãe? Ah, esqueci que ainda existem homens tão ignorantes como você.
- Angel, o recado está dado. - Ele a ignorou.
Assenti acariciando os cabelos de Caity.
- Sai daqui. - Pattie falou irritada.
- Pattie, deixa ele. - A acalmei.
O momento era engraçado.
- Eu vou dar na cara desse cretino.
- Deixa ele. - Repeti.
Ele já havia saído de perto, Pattie ajeitou o salto, que já estava tirando e pronta pra atacar em Mathew.
- Angel, eu posso falar com meu filho pra arrumar um emprego pra você.
- Você só pode ser um anjo. - Sorri esperançosa.
- Bom, eu não, mas meu filho com certeza é, e soube que está precisando de uma nova secretária.
- Oh! Eu seria grata á você eternamente se você conseguisse arrumar esse emprego pra mim.
Ela sorriu.
- Me dê seu número de telefone que eu vou passar pra ele te ligar.
- Hm.. eu não tenho telefone, mas posso passar o da minha amiga.
- Tudo bem.
Dei o número de Betty, que ela anotou em seu celular, ela beijou o rostinho de Caity, que ainda dormia, e beijou minha testa.
- Tchau, querida, se cuida e vá trocar de roupa.
Assenti, esperei ela sair e entrei em casa, coloquei Caity na cama e fui tomar meu banho quentinho, com a consciência de que conseguiria dar um futuro melhor pra minha filha.

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