I want to be loved

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Angel POV:
Quando o juíz finalmente bateu o martelo e finalizou a audiência dizendo que eu havia ganho a guarda de Caity novamente, a única coisa que eu pensei, foi em abraçar minha filha.
- Onde está ela? - Perguntei para Kourtney, quando estávamos saindo da sala de audiência.
- Provavelmente em uma sala reservada para crianças, que eles tem aqui. - Disse e logo avistei Justin sentado em uma cadeira, mexendo a perna impaciente.
O olhei sorrindo e ele percebeu o que havia acontecido, pois correu até mim e me levantou no ar, me abraçando forte.
- Ela vai voltar para nós. - Murmurei.
- Onde ela está? - Perguntou afobado enquanto me colocava no chão novamente.
- Me acompanhem. - Doutora Collins nos pediu.
Demos as mãos e fomos seguindo pelo enorme corredor, até chegarmos em frente á uma porta branca com flores desenhadas nela.
- Ela está aqui. - Kourtney sorriu.
Não pensei duas vezes, abri a porta e entrei correndo na sala, encontrei Caity sentada em um tapete felpudo, com uma mulher ao seu lado, estavam pintando um desenho.
- Caity? - Chamei conseguindo sua atenção.
Seus olhos encheram-se de lágrimas quando me viram, num impulso ela se levantou e correu até mim, a peguei no colo e a abracei o mais forte que eu conseguia.
- Mamãe.. - Ela choramingou e então lembrei dos machucados.
Afrouxei meu abraço, amaldiçoando Noah e Anna pelo que fizeram com a minha filha.
- Que saudades, meu amor. - Murmurei entre meu choro descontrolado.
Justin se aproximou.
- Eu falei que viríamos te buscar. - Ele disse acariciando os cabelos loiros da minha bebê.
- O tio mal me machucou, mamãe. - Ela fungou e a olhei.
Seus olhos estavam cabisbaixos e com olheiras, sua pele estava pálida e seu ombro tinha uma pequena bolha.
- Ele não vai mais te fazer mal, o papai está aqui. - Justin disse e sorriu.
Por mais que eu estivesse com vontade de tê-la só para mim, eu sabia que Justin também sentia sua falta. A passei para o colo de Justin e ela o abraçou forte.
Coloquei a mão na boca, tentando abafar os soluços que vieram, após ver suas costas, que apareceram após a camisa levantar um pouco. Bolhas, cortes e alguns pontos arroxeados. Como alguém poderia fazer isso com uma criança? Como alguém poderia fazer isso com Caity?
- Até que enfim você vai voltar para sua mamãe. - Ouvi uma voz conhecida e levantei meu olhar, vendo Paola.
- Tia, lola. - Caity sorriu.
- Olá, lindinha. - Ela se aproximou.
- Obrigada. - A agradeci e ela me olhou.
- Eu juro que tentei evitar ao máximo os machucados, mas eu não poderia, ele iria desconfiar. - Explicou lamentando-se.
- Eu entendo. - Suspirei.
- Sou filha de Kourtney. - Ela mudou de assunto.
- Mas seu sobrenome..
- Hendins é do meu pai. - Sorriu.
- Mamãe, to com fome. - Caity reclamou.
- Noah não deixou eu a alimentar antes de saírem. - Ela disse e arregalei os olhos.
- Melhor irmos. - Falei rápido e lhe dei um abraço apertado. - Obrigada.
- De nada, Angel. - Ela retribuiu o abraço, mas logo se desvencilhou, parecendo estar sem graça.
Caity se despediu dela e logo nos retiramos, Justin a olhava com os olhos cheios de ódio, e eu sabia que estaria batendo em Noah agora mesmo, se pudesse.
- Quer comer o que, filha? - Perguntei ajeitando seus cabelos enquanto ela mantinha-se no colo de Justin.
- Macalão com queijo. - Pediu animada.
- Quer passar em algum restaurante? - Justin sugeriu. - Assim não demora tanto.
- Tudo bem.
Entramos no carro com pressa, pois haviam alguns paparazzis em frente ao enorme prédio, me sentei no banco de trás, afinal, não tínhamos a cadeirinha para Caity sentar. Justin deu a partida no carro e abracei Caitlyn que estava em meu colo.
- Quelo pudim de chocolate. - Caity disse e ri.
- Imaginei que quereria. - Beijei o topo de sua cabeça.
- Tem um restaurante ali perto de casa que é ótimo. - Justin disse. - E eles tem pudim. - Acrescentou e Caity bateu palmas animada.
Justin ligou o rádio e Caity começou a falar sobre Paola, fico feliz que o trauma dos machucados não a tenha prejudicado, serei grata eternamente por Paola ter a protegido. Minutos depois, chegamos em frente á um restaurante simples, desci com Caity e seguimos Justin para dentro do estabelecimento. Nos sentamos em uma mesa mais afastada e logo uma garçonete simpática veio nos atender.
- Boa tarde, o que gostariam de comer? - Sorriu com seu bloquinho em mãos.
- Um macarrão com queijo pra ela, e pra mim arroz com bife acebolado e salada de alface, por favor. - Pedi.
- O mesmo. - Justin disse concentrado no celular.
- E para beber? - Perguntou anotando o que dizíamos.
- Suco de uva, tia. - Caity pediu e a garçonete sorriu.
- Um suco de laranja pra mim, por favor. - Pedi e Justin apenas resmungou que queria o mesmo também.
A garçonete logo se retirou e olhei para Justin.
- Papai, laga o celular. - Caity pediu brava e Justin a olhou.
- Tudo bem. - Ele suspirou e colocou o aparelho sobre a mesa.
- Tia, cadê meu pudim? - Caity perguntou para uma outra garçonete que passava.
- Caity, nós ainda não pedimos. - Falei sem graça. - Desculpa, moça. - Falei para a garota que olhava para os machucados de Caity.
Ela logo se retirou e olhei para Justin agoniada, ele sorriu tentando me reconfortar.
- Não liga. - Disse e assenti acariciando a mãozinha de Caitlyn.
- Mamãe, eu to com fome. - Reclamou.
- Calma que seu prato já vem. - Beijei o topo de sua cabeça.
Esperamos aproximadamente 10 minutos, com Caity reclamando e Justin tentando a fazer rir. Quando finalmente chegou, a ajudei a comer, enquanto saboreava meu bife bem temperado.
- Meu bife está muito salgado. - Justin reclamou.
- Pede outro. - Sugeri após tomar um gole do meu suco de laranja.
Ele deu de ombros e continuou a comer, soltei um risinho e ajudei Caity a beber seu suco.
Ao acabarmos, Justin pagou tudo com seu cartão de débito, voltamos para o carro e em menos de 5 minutos estávamos entrando no elevador do prédio, após Justin estacionar o carro.
- Cadê a Ité? - Caity perguntou olhando para Justin.
- Em casa, quer ir buscá-la? - Sugeriu sorrindo.
- Ité? - Perguntei.
- A Esther. - Explicou e ri.
Justin apertou o botão de seu andar e logo estávamos saindo do elevador, ele abriu a porta do apartamento e entramos, vendo tudo limpo.
- A diarista deve ter vindo limpar. - Explicou ao me ver avaliando tudo.
- Oh, sim! - Murmurei e coloquei Caity no chão.
A Yorkshire correu até ela, pulando em suas perninhas, minha filha ria animada e inevitavelmente, sorri.
- É tão bom ter ela de volta. - Justin disse enquanto me envolvia em seus braços quentes.
Eu não disse nada, ele sabia como eu me sentia.
Foi aí então que parei para pensar no que eu sentia por Justin, era um misto de carinho, admiração e.. amor. Sim, eu o amo, só não tinha admitido isso para mim mesma. Talvez seja pelo fato de já ter sofrido por amor. Mas agora eu não tinha mais medo, Justin sentia o mesmo por mim, eu sei que sentia.
Olhei para o seu rosto angelical e beijei seus lábios em formato de coração, ele se assustou no início, mas logo retribuiu ao meu gesto. Minhas mãos acariciaram sua nuca, enquanto ele acariciava minha cintura fina.
- Eu te amo. - Sussurrei após partir o beijo.
Justin POV:
- Eu te amo. - Sussurrou após partir o beijo.
Eu simplesmente paralisei, não sabia o que dizer. Fiquei a olhando enquanto um sorriso lento e sensual se formava em seus lindos lábios, beijei sua testa e suspirei.
- Mamãe, a Ité pode dumir comigo? - Caity perguntou.
Me desvencilhei do corpo tenso de Angel e ela apenas assentiu para a filha. Merda, ela estava magoada.
- Hm, melhor irmos pra casa. - Sugeri evitando olhar para Angel.
- Você pode tomar um banho se quiser, te esperamos. - Angel murmurou.
Concordei prontamente, indiquei para que elas se sentassem no sofá e fui para o quarto, entrei no closet e escolhi uma bermuda boyfriend preta e uma regata branca simples, abri a gaveta e peguei uma boxer preta, fui para o banheiro e me despi, entrei no box e tomei um banho rápido, apenas para tentar aliviar a tensão. Ao sair, me senti bem mais relaxado, me sequei e vesti a roupa que havia pego no closet, sequei meus cabelos com a toalha e deixei pendurada no gancho atrás da porta. Voltei para a sala e elas estavam vendo tv.
- Podemos ir. - Falei calçando meus chinelos.
Peguei minha anjinha de cabelos loiros no colo e Angel pegou a Esther, que lambeu seu queixo.
Saímos de meu apartamento em silêncio e descemos pela escada, era somente um andar abaixo. Angel girou a maçaneta de seu apartamento e estava aberta, Betty deveria estar em casa. Ao abrirmos a porta, as luzes se acenderam e todos gritaram um "Bem vinda, Caity", fazendo ambas se assustarem.
Angel POV:
"Bem vinda Caity" - Gritaram em uníssono.
Ryan, Betty, Michael, Maria e até Pattie, estavam ali. Caity bateu palmas animada e a coloquei no chão, vi seu rosto corar, mas mesmo assim correu até Ryan que a pegou no colo, com lágrimas nos olhos.
- Princesinha. - Disse sorrindo e vi Betty chorando.
Hormônios da gravidez.
Abracei todos os meus amigos e Michael me mandou ir fazer uma hidratação no cabelo, o que fez todo rirem.
- Minha bonequinha de porcelana. - Michael disse enchendo o rosto de Caity de beijos.
Ri com a cena dela tentando se desvencilhar. Ele era bem excessivo quando se tratava em dar carinho para Caity.
Confesso que fiquei bem magoada com Justin, ele não me amava como eu pensava. E o pior de tudo, era que eu estava com medo de me machucar novamente, de ser abandonada. Fui para a cozinha e procurei um pacote de pudim no armário, Betty havia comprado. Minha mente vagava entre a dúvida de acabar tudo que eu tinha com Justin, de ter um relacionamento totalmente profissional.
Peguei a caixa de leite na geladeira e uma panela no armário, comecei a preparar o pudim de Caity, mexia o doce com calma e com o coração apertado.
Bettyy entrou na cozinha e ficou me olhando, parecendo entender o que se passava na minha cabeça.
- O que aconteceu? - Perguntou se aproximando do fogão, me fazendo suspirar.
- Eu me declarei para Justin, mas ele simplesmente não me disse nada depois.
- Talvez ele tenha medo de relacionamentos. - Deduziu.
- Eu não sei, amiga. - Suspirei. - Estou com medo de me magoar de novo.
- Tenta conversar com ele, com calma, sozinhos. - Sorriu me reconfortando.
- Vou fazer isso. - Concordei.
- Quer que eu termine? - Se ofereceu com o Pudim.
- Não precisa, volta lá com o Ryan.
- Amiga, ele não desgruda da Caity nem por um segundo. - Ela revirou os olhos.
- Ele será um ótimo pai. - Sorri.
- Vai ser do tipo bem coruja, sabe? Aquele que se o bebê espirrar, ele já vai estar filmando o primeiro ranho da criança. - Disse e fiz uma careta de nojo.
- Credo, Bettany! - Ela riu com a minha expressão.
- Só estou prevendo. - Deu de ombros.
Ficamos conversando e minutos depois o pudim estava pronto, deixei na panela para que esfriasse um pouco e voltamos para a sala. Pattie e Michael já haviam ido embora, pois tinham outras coisas para resolverem. Me sentei no sofá e Justin segurou em minha mão, evitei olhá-lo. Caity brincava com Pudim e com Esther no tapete da sala.
Eram quase 15:00 da tarde quando Maria foi embora, Ryan foi para o quarto com Betty e Caity dormia em meu colo, a levei para o quarto e me assustei quando esbarrei com Justin ao sair.
- Que susto! - Coloquei a mão no peito.
- Já estou indo. - Disse me encarando.
- Precisamos conversar. - Desviei dele e fui para o meu quarto.
Escutei seus passos atrás de mim, me sentei na cama e dei um tapinha ao meu lado, indicando para que ele se sentasse. Ao se sentar, ele tentou segurar em minha mão, mas a recolhi.
- Justin, eu preciso saber o que você sente por mim. - Resolvi ir direto ao assunto.
- Eu.. - Balbuciou.
- Seja sincero, por favor. - Pedi.
- Eu não sei. - Suspirou frustrado.
- Eu achei que você me amasse, depois de tudo que você fez por mim e por Caity, achei que sentisse algo por mim.
- Eu.. gosto de você. - Sussurrou me olhando.
- Eu não quero que alguém goste de mim, Justin, eu quero ser amada. - Já sentia meus olhos arderem por conta das lágrimas que ameaçavam cair.
- Desculpa. - Foi só o que ele disse.
- Eu quero terminar o que nós temos, seja lá o que for. - Me levantei e encontrei seu olhar perdido. - Teremos apenas uma relação profissional.
- Angel..
- Justin, vá embora, por favor. - Pedi sentindo uma lágrima descer por meu rosto.
- Eu gosto de você. - Repetiu.
- Não é o bastante. - Limpei meus olhos. - Vá embora. - Pedi novamente.
Ele se levantou e tentou me tocar, mas eu me afastei, o fazendo suspirar frustrado. Abracei meu próprio corpo e o vi se retirar do quarto, de cabeça baixa e ombros caídos.
Eu quero ser amada, Justin Bieber.
Eu quero ser amada por Justin Bieber.

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