Justin POV:
Saí da empresa determinado a conseguir conquistar Angel, passei em uma loja de vinhos que havia perto da agência e dirigi para meu prédio, fui para o apartamento de Angel e toquei a campainha, ela atendeu a porta com um olhar confuso.
- Boa noite. - Levantei a garrafa de vinho, sorrindo.
- Boa noite. - Disse.
- Posso entrar? - Perguntei.
Ela assentiu e entrei, fui para a cozinha enquanto ela fechava a porta.
- Gosta de vinho? - Perguntei pegando duas taças em uma prateleira do armário.
- Gosto. - Murmurou.
- Seu ensaio foi maravilhoso hoje, a marca amou as fotos e vão pagar mais do que o combinado. - Falei sorrindo, realmente feliz.
- Fico feliz. - Sorriu animada.
- Vamos comemorar.
Abri a garrafa de vinho e enchi as taças, a entregando uma delas.
- Ao seu sucesso. - Sorri e tomei minha bebida.
Ela virou a taça também e fez uma expressão satisfeita, o vinho estava maravilhoso.
Nos sentamos na mesa e peguei meu Iphone, verificando as mensagens rapidamente e o logo o largando novamente.
- Não consegui encontrar uma passagem para Christian ir hoje de manhã para o Canadá, então o mandei com o jatinho da Agência. - Comuniquei.
- Ele deve ter se divertido, deve ser confortável.
- Oh, sim! E as aeromoças são muito atenciosas. - Sorri malicioso, para deixá-la pensativa.
Ela suspirou e me olhou com uma expressão irritada.
- Bom, era só isso que o senhor queria? Me parabenizar? - Disse um pouco grossa.
Ops!
- Não, na verdade, estava em casa, sozinho e entediado, e como sou seu vizinho, resolvi vir aqui pra conversar. - Falei calmo.
Percebi sua feição mudar rapidamente, de irritada para culpada.
- Oh, sim.. - Murmurou.
- E então.. me conte um pouco sobre você. - Pedi.
- Pra que você quer saber? - Perguntou na defensiva.
- Você é tão fechada.
Realmente, sempre que tento conversar com ela, ela simplesmente se fecha, isso me irrita.
- Gosto de ser discreta. - Deu de ombros e terminou de beber seu vinho.
Tratei rapidamente de encher sua taça novamente.
- Gosto de ouvir. - Sorri a olhando fixamente.
Suspirou e assentiu.
- Tudo bem.
Ela me contou a história de seu ex namorado, pai de sua filha, de quando ele descobriu que ela estava grávida e simplesmente a abandonou. Esse cara merece um soco nas bolas para aprender a ser homem.
- Você não mantém mais contato com ele? - Perguntei curioso.
- Não, e não quero, ele faz parte de um passado que eu quero esquecer.
- Pelo que eu vejo, Caity é muito parecida com você. - Observei enchendo sua taça pela terceira vez naquela noite.
- É, sim. - Sorriu. - E isso me ajudou muito ao esquecer ele.
- Fico feliz, mas você sabe que ele pode tentar entrar em contato com você agora, não sabe?
- Eu já pensei nisso. - Suspirou.
- Temos muitos advogados, manter ele afastado não será problema, ok? - Falei para tranquilizá-la.
- Tá bom. - Sorriu agradecida. - Mas agora, me conte sobre você.
- Minha vida não é interessante. - Fiz uma carranca, odiava contar sobre o quanto minha vida era monótoma.
- Ah, me conta, te contei sobre minha vida. - Pediu.
- Só fala com uma condição. - A olhei.
- Qual? - Sorriu.
- Se você deixar eu te beijar depois. - Falei devagar.
Ela desmanchou seu sorriso e se levantou de súbito.
- É melhor você ir embora, Justin.
Me levantei, ficando cara a cara com seu rosto angelical.
- Eu sei que você não quer que eu vá. - Sussurrei.
- Se eu não quisesse, não estaria pedindo isso agora. - Rebateu.
Sorriu e puxei sua nuca inesperadamente colando meus lábios nos dela.
Ela tentou se soltar, mas envolvi sua cintura com um braço a prendendo contra mim, enquanto a outra mão continuava segurando sua nuca. Meus dentes prenderam seu lábio inferior e o puxei devagar, voltando a lhe beijar. Segundos depois separamos nossos lábios e sorri fraco, afrouxei meu braço em sua cintura e ela se afastou subitamente.
- Por que você fez isso? - Perguntou abraçando seu próprio corpo.
- Pela mesma razão que você deixou com que eu te beijasse: Desejo. - Tentei me aproximar novamente, mas ela desviou.
- Eu estou com o Christian, você me fez traí-lo. - Disse nervosa.
- Não fale como se você não quisesse ter me beijado. - Rebati.
Ainda lembro dela acariciando minha nuca.
- Eu tentei me soltar. - Disse aumentando o tom de voz.
- Tentou, mas não queria.
- Mamãe? - Caity entrou na cozinha com o cachorro, Pudim, atrás.
- Oi, meu amor. - Acalmou a voz imediatamente.
- Tio, Justin? - Ela sorriu.
- Oi, pequena. - Sorri também e caminhei até ela.
Ela ergueu seus bracinhos pra mim e a peguei no colo.
- Você veio blincar comigo? - Ela perguntou.
- Na verdade, eu vim brincar com a sua mãe, mas ela não quis. - Olhei para Angel, mas ela revirou os olhos.
- A mamãe é chata, tio, mas eu blinco com você. - Ela afagou meus cabelos carinhosamente.
- Tudo bem, quer brincar do que? - Peguei meu celular e guardei no bolso.
Fomos para o seu quarto e a coloquei no chão, me sentei no tapete ao lado da cama e ela começou a me mostrar seus brinquedos. Caity era simplesmente encantadora, não é igual aquelas crianças chatas que ficam correndo, gritando e fazendo bagunça.
- Mamãe, quer blincar? - Caity me tirou de meus devaneios.
Olhei para trás e vi Angel na porta nos olhando.
- Não, meu amor, a mamãe está cansada. - Sorriu fraco.
- Faz tempo que você não brinca comigo. - Caity choramingou.
- Mas o tio Justin está brincando com você.
- Mas eu queria você. - Ela abaixou o olhar com uma carinha triste.
- Tudo bem. - Ela caminhou até nós e se sentou ao lado de Caity, que sorriu.
- Você e o tio Justin são meus filhinhos. - Ela disse calmamente.
- Somos? - Perguntei me divertindo com a situação.
- Sim. - Ela sorriu.
Observei Caity ir até suas bonecas e pegar uma com cabelos loiros, ela caminhou calmamente até Angel e lhe entregou a boneca.
- Ela vai ser a sua bebe, tá, Mamãe? - Ela perguntou e Angel assentiu.
- E eu? - Perguntei. - Não ganho nada?
- Não, tio, puque você é menino. - Ela disse como se fosse óbvio.
- Tudo bem, então. - Dei de ombros.
Caity caminhou até suas loucinhas e pegou uma panelinha e uma colher, começou a mexer como se estivesse cozinhando, parecia estar concentrada.
- A comida tá quase pronta. - Ela disse séria.
- To com fome, Mamãe. - Angel imitou uma voz infantil, eu apenas a observava.
Ela é tão linda.
- Tem que esperar, filhinha. - Ela disse.
- Mas eu to com fome. - Angel disse.
- Eu vou chamar o papai de vocês. - Ela disse fazendo uma expressão brava.
- Chamar pra que? - Angel fez beicinho, tive vontade de a beijar novamente.
- É.. ah, não sei. - Ela largou a panelinha com a colher.
Vi a expressão de Angel mudar de brincalhona para "Mãe".
- Como assim, meu amor? - A puxou delicadamente para seu colo.
- O que um papai faz, Mamãe? - Ela a olhou com os olhos marejados.
Eu não sabia o que fazer, estava com uma angústia no peito. Eu também não sabia o que um pai faz, o meu nunca foi presente, nem carinhoso, eu apenas tinha seu sangue, mas não um pai de verdade.
- Um Papai dá carinho, cuida, não deixa que nada de ruim aconteça com você.
- Então você é meu Papai? - Ela enrugou a testa.
- Não, Filha, eu sou sua Mamãe, mas posso ser seu Papai também. - Sorriu.
- Eu posso ser seu Papai. - Falei sem pensar.
Ela olharam imediatamente pra mim.
- Como?
- Posso ser o Pai dela. - Dei de ombros.
- Justin, você..
- Eu quero. - Caity disse animada.
- Então vem aqui com seu novo Papai.
Abri os braços para Caity e ela se levantou correndo, se jogando em meu abraço.
Vi que Angel queria falar mais alguma coisa, mas simplesmente se calou.
- Mamãe, podemos ter mais um cachorro? - Caity perguntou animada.
- Mas já temos o Pudim, Caitlyn.
- Eu tenho uma cadela, você quer conhece-la? - Perguntei.
- Você tem? Que legal, Tio.. quer dizer, Papai. - Ela exclamou.
- Tenho, ela se chama Esther. - Bati o indicador na pontinha do nariz dela.
- Que raça ela é? - Perguntou Angel.
- Yorkshire Terrier.
- Nossa! Achei que fosse um Pitbull. - Brincou.
- Quem vê cara, não vê coração. - Pisquei.
- Posso conhecer ela, Papai? - Ela abraçou meu pescoço.
- Pode. - Olhei para meu anjo loiro.
- Mas amanhã, agora já está tarde. - Disse.
- Ah, Mamãe! - Ela reclamou.
Ela se levantou e ajeitou o roupão.
- Agora você precisa comer alguma coisa. - Ignorou sua reclamação.
- Tá bom. - Ela disse.
Me levantei com cuidado, pois Caity estava grudada em meu pescoço. Saímos do quarto e fomos para a cozinha em silêncio, passamos por Pudim roendo alguma coisa na sala.
- O que vão querer comer? - Perguntou.
- A gente pode comer lá em casa, tenho empregada e posso pedir pra ela cozinhar algo pra nós. - Sugeri.
- Não precisa, Justin, está tarde, deixe-a dormir. - Disse.
- Podemos pedir uma pizza.
- Piza piza! - Caity disse animada.
- Tudo bem. - Cedeu.
Peguei o Iphone em meu bolso e procurei o número de uma pizzaria.
- Essa Pizzaria é ótima. - Murmurei colocando o celular na orelha.
Caity afagava meus cabelos carinhosamente, sorri pra ela que beijou minha bochecha e deitou a cabeça em meu ombro. Pedi a pizza e fui até o interfone avisar ao porteiro para deixar o motoboy subir quando chegar.
Angel saiu da cozinha quando eu estava ligando para a Pizzaria e demorou um pouco pra voltar.
- Essa felicidade toda é por que vamos comer pizza? - Perguntei quando ela entrou na cozinha novamente.
- Não. - Riu. - Christian me ligou. - Disse.
Minha expressão mudou imediatamente, mas logo tratei de não demonstrar minha desaprovação ao ouvir aquelas palavras.
- Ah, sim. - Forcei um sorriso.
- Ele estava chegando na casa da mãe dele agora. - Sorriu e se sentou na mesa.
- Fico feliz que tenha chegado bem. - Coloquei Caity em seu colo.
- Pediu a pizza? - Mudou de assunto.
- Pedi de mussarela, gosta? - Perguntei.
- Muito. - Ela beijou o rosto da filha.
Não posso negar que seus lábios são maravilhosos. Carnudos. Macios. Perfeitos para um bom boquete.
- Mussareia é bom, Mamãe? - A pequena perguntou.
-É Mussarela, meu amor. - Corrigiu. - E é ótimo. - Sorriu.
Ficamos conversando com Caity por alguns minutos, ela é tão inteligente.
Escutei o toque da campainha.
- Pode deixar que eu atendo. - Falei e Angel assentiu.
Fui até a porta, abri e tirei a carteira do bolso, peguei uma nota de 50 dólares e paguei a pizza, deixando o troco com o entregador, peguei a pizza e fui até a cozinha, onde Angel estava colocando alguns copos com suco na mesa.
- A pizza está bem quente. - Falei ao colocar a caixa na mesa.
- PIZAAAA! - Caity disse sorrindo animada.
Cortei um pedaço e dei para ela, que começou a comer.
- Come devagar, Caitlyn. - Angel disse ao se sentar na mesa.
Dei um pedaço á ela e ela sorriu em agradecimento, comecei a comer o meu pedaço e suspirei.
- Está uma delícia. - Falei com a boca cheia.
Uma grande gafe, eu sei, mas foda-se.
Angel riu.
- Que feio falar de boca cheia, Papai. - Caity me repreendeu.
- Desculpe-me. - Falei.
- Tá bom. - Ela deu de ombros e Angel limpou a boca dela.
- Será que o relacionamento do Ryan e da Betty irá dar certo? - Perguntei.
- Espero que sim, já cansei de ver minha amiga quebrar a cara com cafajestes.
- Espero que ela consiga mudar o Ryan, então. - Falei com sinceridade.
- Bettany consegue ser bem persuasiva quando quer. - Ela piscou pra mim, dando um meio sorriso.
Porra, garota!
Percebi seu roupão se abrir um pouco e consegui ver um pedaço de seu seio, meu pau estremeceu na cueca.
- Quer mais um pedaço, Justin? - Angel perguntou.
Eu estava a encarando, ou melhor, encarando seu seio.
- Oh, sim, por favor. - Falei após sair do transe.
Ela cortou outro pedaço e me deu.
- Obrigado. - Agradeci.
Comi em silêncio, tentando bolar um jeito de fazer com que Angel confie mais em mim, ou meu pai me degola.
- O que farei amanhã? - Perguntou.
- Iremos para Nova York fazer as fotos para a capa da revista Vogue. - Falei.
- Ah, sim.
- Teremos que sair daqui ás 15:00, ficaremos em um hotel quando chegarmos e no dia seguinte iremos fazer as fotos.
- Tudo bem, mas Caity vai junto. - Disse firme.
- Claro, sem problemas. - Sorri forçado.
- Voltaremos quando?
- Não tem previsão. - Informei.
- Ok. - Suspirou. - Falarei com Bettany quando ela chegar.
- Tudo bem. - Olhei a hora no relógio. - Já vou, está tarde.
Já eram quase 01:00 da manhã.
- Te levo até a porta. - Se levantou.
- Não precisa. - Beijei sua bochecha e fiz a mesma coisa com Caity.
- Boa noite. - Angel disse.
- Boa noite.
Fui embora com vontade de agarrá-la.
[...]
Estávamos chegando no aeroporto nesse momento, Caity estava em meu colo enquanto Angel estava ao meu lado, fomos para a área de embarque, onde o jatinho da empresa nos esperava, entramos na aeronave e guardamos nossas malas, Ryan e Bettany, que estavamos logo atrás de nós, se sentaram mais afastados e Angel e Caity ao meu lado.
- Tem chocolate, Papai? - Caity perguntou.
- Tem sim, depois podemos comer. - Sorri e Angel me repreendeu com o olhar.
- Tá bom. - Ela disse animada.
- E o Pudim? Deixou ele com quem? - Perguntei para Angel.
- Pedi para Michael cuidar dele. - Explicou.
- Ah, sim.
A aeromoça pediu para colocarmos os cintos e nos explicou algumas coisas, logo estávamos decolando e fomos liberados a caminhar pelo jatinho.
Essa viagem promete..
Christian POV:
...

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Angel
FanficSurpresa! Algo inevitável aconteceu, duas almas carentes se encontram, mas não sabem que se completam. Angel luta para criar a filha, Justin luta para conquistar a confiança de seu pai, ambos buscam o sucesso, mas de modos diferentes. Viva a moda! Q...