Fear

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         Justin POV:
- Foi você quem contou, não foi? - Christian vociferou e partiu para cima de mim.
Escutei um som alto e olhamos para o nosso lado, vendo Angel caída ao chão, com sua cabeça sangrando.
- Mamãe! - Ouvi a voz de Caity desesperada.
- O que foi que eu fiz? - Christian colocou a mão na cabeça.
Me agachei ao lado do corpo inerte da mulher que eu amo e conferi sua pulsação, estava fraca. A peguei no colo, ouvindo os protestos de Betty que chorava descontrolada.
Eu precisava me acalmar.
Corri com ela para o elevador, já que a porta do apartamento estava aberta, eu não me importei em deixa-los para trás, precisava salvá-la. Apertei o botão do estacionamento com dificuldade e a olhei.
- Aguente firme, Meu amor.
O elevador demorou uma eternidade até se abrir novamente, meu corpo estava movida á adrenalina, corri até meu carro e avistei um homem entrando no seu.
- Ei! - Chamei e ele me olhou. - Me ajuda aqui, por favor. - Pedi nervoso.
Ele praticamente correu até mim, expliquei o que aconteceu e ele me ajudou a colocá-la no carro.
- Valeu, cara. - Falei e ele assentiu me desejando boa sorte.
Quando entrei no carro, nem coloquei o cinto, apenas saí dali cantando pneu.
Escutei meu celular tocar e conectei o Bluetooth, atendendo a chamada no viva-voz.
- PRA ONDE VOCÊ ESTÁ LEVANDO A MINHA AMIGA? - Ouvi a voz de Betty.
- Pra um hospital. - Falei como seu fosse óbvio.
- QUAL?
- Ronald Reagan. - Suspirei apertando o volante.
- Ok. - Ela desligou e acelerei o carro.
Eu evitava olhar para trás, não queria vê-la assim.
Não demorou muito e cheguei ao hospital, estacionei de qualquer jeito e saí do carro, abri a porta de trás e a tirei com dificuldade, fechei a porta com o pé e corri para dentro do hospital.
- ME AJUDEM! - Gritei atraindo a atenção de todos. - A PULSAÇÃO DELA ESTÁ FRACA. - Falei desesperado.
Segundos depois já haviam enfermeiros correndo até mim e a colocando em uma maca.
- O que aconteceu? - Um médico apareceu ao lado da maca.
- Ela caiu e bateu a cabeça. - Resumi.
- Certo, espere aqui. - Ele disse apressado e logo a levaram para longe de mim, entrando por uma porta enorme.
Me sentei em uma das cadeiras da recepção e passei as mãos no rosto, sentindo meu olhos queimarem pela vontade de chorar.
- MAMÃE! - Ouvi a voz de Caity chorando.
Levantei meu olhar a vendo no colo de Betty que entrava pela porta apressada, com Ryan atrás. Pulei da cadeira e peguei Caity no colo a abraçando com força.
- Cadê a mamãe? - Ela pediu chorando.
- A mamãe está dodói, mas logo volta, tá bom? - Falei forçando um sorriso.
- Tá bom, Papai. - Ela abraçou meu pescoço e deitou a cabeça no meu ombro.
- Você pode ir preencher a ficha dela? - Pedi para Betty.
Ela assentiu em silêncio e foi até o balcão.
- Estou com medo. - Admiti para Ryan.
- Eu também. - Ele concordou.
- A mamãe é fóti. - Caity disse e sorri.
- É sim, Meu amor. - Beijei o topo de sua cabeça.
Alguns minutos depois, Betty voltou e se sentou ao lado de Ryan. Ficamos em silêncio, cada um concentrado nos próprios pensamentos, a imprensa já estava em frente á porta do hospital. Passaram-se quase 2 horas e eu já estava inquieto.
- Responsável por Angel Blanc. - O mesmo médico que a recebeu perguntou.
Me levantei prontamente, junto com Betty e Ryan.
- Me acompanhem. - O doutor pediu.
O seguimos em silêncio até sua sala, eu e Betty nos sentamos e Ryan ficou de pé atrás dela.
- Sou o doutor Calvin e cuidei da amiga de vocês. - Ele disse.
- Como ela está? - Betty perguntou.
- Quero que me expliquem como foi que ela bateu a cabeça. - Ele me encarou.
- Um cara apareceu no apartamento dela, discutimos e ele veio pra cima de mim, mas a empurrou antes e ela caiu. - Expliquei.
- Bateu a cabeça na mesa de vidro ao lado da porta. - Betty complementou.
- Ela teve um trauma craniano, ainda está desacordada e tivemos que fazer uma transfusão de sangue ás pressas, pois perdeu muito sangue. - Doutor Calvin explicou.
- Mas quem doou o sangue? - Perguntei.
- Nosso banco de sangue, tínhamos o tipo dela.
- Ok, mas ela vai ficar bem? - Betty perguntou.
- Ainda não sabemos, só nos resta esperar. - Ele suspirou. - O acidente pode ter sido simples, mas dependendo do jeito que a paciente cai, pode dificultar muito. Como no caso dela, que ocorreu um rompimento de uma veia, provavelmente quando acordar, sentirá muito enjoo e sonolência.
- Ela vai sobreviver? - Ryan fez a pergunta que todos nós queríamos fazer, mas ninguém tinha coragem.
- Vai, sim. - Ele deu aquele típico sorriso de médico, aquele que tentava tranquilizar as pessoas.
- Podemos vê-la? - Pedi.
- Podem, mas somente dois de cada vez. - Assentimos. - E você fez errado em traze-la pra cá, deveriam ter chamado a ambulância primeiro. - Ele me olhou sério.
- Foi por impulso, doutor. - Me defendi.
- Talvez seja por isso que o quadro dela se agravou.
- Posso ver a mamãe, tio? - Caity, que estava quieta o tempo todo, disse.
- Pode sim, querida. - Ele sorriu para ela.
- Podem ir primeiro. - Betty disse.
- 10 minutos cada um, ok? - O doutor disse e assentimos. - Me acompanhem.
Me levantei com Caity no colo e segui o doutor, saímos de sua sala e seguimos até uma outra porta.
- Aqui. - Ele disse. - Daqui 10 minutos uma enfermeira virá buscar vocês.
- Tudo bem. - Foi tudo que eu falei, antes de entrar no quarto.
Ver ela ali em uma cama de hospital era tão ruim, me trazia uma sensação de medo. Me aproximei com Caity e me agachei, beijando a testa do meu anjo, Caity começou a chorar e abraçou meu pescoço.
- A mamãe moleu? - Perguntou soluçando desesperada.
- Não, Meu amor, ela só está dormindo.
- Acorda, Mamãe. - Ela disse mandona e sorri.
- Ainda não é hora dela acordar, mas logo ela vai estar com você de novo, tá bom? - Ela assentiu passando as mãos nos olhos, limpando as lágrimas.
Ficamos conversando enquanto Caity brigava com Angel, mandando ela acordar, se não não dormiria a noite. A porta foi aberta e a enfermeira entrou, acompanhada de Ryan e Betty, que se desmanchou em lágrimas ao ver a amiga.
- Vou levar Caity para casa e nos vemos lá. - Falei para Ryan que assentiu em silêncio.
Saí do quarto e fui rapidamente para o carro, não queria que Caity visse pessoas machucadas, passando mal e outras coisas traumatizantes. A deixei sentada em meu colo e dei partida para o prédio, quando chegamos, Caity estava adormecida, levantei com dificuldade e a ajeitei no colo, colocando sua cabeça em meu ombro. Fui para o elevador e apertei o botão do 4° andar, em pouco tempo já estava entrando em meu apartamento, fui para o quarto e coloquei Caity na cama.
Espero que Angel acorde logo, eu não aguentaria perdê-la para sempre.
[...]
Uma semana se passou e Angel não deu nenhum sinal que iria acordar, os médicos tentavam nos tranquilizar, dizendo que ela acordará na hora certa, mas eu estou ficando impaciente sem ela ao meu lado.
Christian veio ao hospital chorando, pedindo para vê-la, mas o ameacei dizendo que iria denunciá-lo, então ele voltou para o Canadá.
Caity está quieta, com uma expressão triste e temos que obrigá-la a comer. Isso me parte o coração, por não saber quando Angel irá acordar e tirar isso dela.
Betty estava no quarto de Angel comigo e com Caity, Ryan teve que viajar para Paris, para a semana de moda.
Betty POV:
A cada dia que passava sem minha amiga, um vazio se abria em meu peito, ou melhor, uma sensação de perda preenchia esse vazio. E isso aumentava ainda mais quando olhava nos olhos, agora tristes, de Caity. Era tão ruim vê-la sofrendo e pedindo pela mãe toda noite e toda manhã.
Cheguei ao quarto de Angel agora e queria que ela fosse a primeira a saber. Segurei em sua mão quente e beijei as costas de sua mão.
- Oi, Amiga. - Funguei tentando segurar as lágrimas que queimavam meus olhos. - Eu sei que você está me ouvindo, sei que vai ficar feliz com a notícia, então trate de acordar logo, por que eu preciso de você. - Sorri fraco a olhando. - Estou esperando você responder. - Ri ao perceber isso. - Hm, ok. - Respirei fundo. - Já faz um tempo que estou sentindo enjoos e minha menstruação estava atrasada. - Comecei a falar e percebi os olhos de Justin me observando. - Eu estou grávida, amiga. - Senti lágrimas descendo por meu rosto, mas o sorriso não saía dos meus lábios. - Acorda logo, por que você tem que me ensinar tudo sobre como ser uma ótima mãe.
Fiquei a olhando, na esperança de vê-la abrir os olhos e dizer que estava feliz por mim, que agora precisaríamos contar para Ryan e que ela iria me dar o primeiro sapatinho do bebê.
- Acorda logo, por favor. - Comprimi os lábios e não aguentei mais, desabando em lágrimas, deitando a cabeça em seu peito.
Segundos se passaram e senti braços abraçando minhas pernas, olhei para trás vendo Caity me olhando com os olhos marejados.
- Oh, meu amor! - Me virei para ela e a peguei no colo, a abraçando forte, tentando me acalmar e acalmá-la.
Justin POV:
Ao ouvir Betty falando com Angel, Caity ficou inquieta em meu colo, a deixei descer e ela correu até sua tia, abraçando suas pernas. Apenas fiquei observando a cena, ficando feliz pelo meu amigo, ele sempre quis ser pai.
- Parabéns. - Foi tudo o que eu disse á Bettany.
- Obrigada. - Ela sorriu fungando.
- Pelo menos uma notícia boa. - Murmurei.
- Verdade. - Ela concordou.
Senti meu celular vibrar em meu bolso e o peguei imediatamente, vi que era a Senhorita Collins.
- Oi. - Falei ao atender.
- Justin, eu preciso conversar com você urgentemente. - Disse parecendo nervosa.
- O que houve? - Perguntei preocupado.
- Estou na lanchonete do hospital.
- Estou indo.
- Desliguei a chamada.
- Problemas? - Betty perguntou ninando Caity em seu colo.
- Ainda não sei, mas quase certeza que sim. - Me levantei da poltrona.
- Boa sorte, então.
Assenti murmurando um "Obrigado" e logo estava me retirando da sala, praticamente corri até a lanchonete e quando entrei, vi a advogada bebendo um café em uma mesa mais afastada.
- Pode falar. - Disse ao me sentar.
- Certo. - Ela suspirou. - Noah voltou para Los Angeles, descobriu o que aconteceu com Angel e já entrou com o processo da guarda de Caity.
- Mas ele não pode ganhar, certo? Angel está incapacitada de tentar proteger a filha.
- Ele não tem o nome registrado na certidão de nascimento dela, mas..
- Então esta causa já está ganha. - Sorri, mas ela continuou séria.
- Ele pediu um exame de DNA para confirmar a paternidade e a promotoria aprovou.
- Mas ele pode pegar a guarda com a Angel neste estado?
- Principalmente neste estado, pois ela está incapacitada de cuidar da criança.
- Mas tem pessoas cuidando.
- Pessoas que não são responsáveis legais por ela. - Ela suspirou.
- Nós não podemos perder a guarda de Caity, Kourtney. - Falei passando as mãos pelos cabelos.
- Nós não poderemos fazer nada sem Angel presente. - Ela suspirou derrotada. - Precisamos esperar, não posso fazer nada, me desculpe.
- Merda!

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