Quatro dias aqui na agência e eu queria desistir de tudo, estava digitando algumas informações de novas modelos quando meu telefone tocou.
- Escritório do senhor Bieber, Bom dia. - Falei calmamente.
- Oi, Angel, desculpa ligar aí, mas é que a Caity está com febre. - Era Betty.
Arregalei meus olhos.
- Ainda? O remédio não fez efeito?
- Fez, mas já passou.
- Droga..
- Eu não posso sair daqui, a outra professora faltou e eu estou sozinha aqui.
- Tudo bem, eu entendo, estou indo pra aí. - Desliguei e comecei a guardar minhas coisas.
Justin me olhava atento, me levantei e fui até sua mesa.
- Senhor, minha filha está doente e preciso levá-la ao médico, já fiz tudo que o senhor pediu e estou digitando a planilha da reunião de amanhã, a de hoje já lhe enviei por e-mail.
- Filha? - Ele perguntou surpreso e assenti.- Ok.
Fui até meu armário e peguei minha bolsa, Justin havia ido para a próxima reunião, terminei de organizar minha mesa e quando fui sair da sala trombei com Maria, que estava segurando um café e derrubou na minha camisa.
- Oh meu Deus! Me desculpa, Angel. - Disse nervosa.
- Estou bem..
- Merda, espera. - Ela abriu sua bolsa e começou a vasculhar, tirando uma camisa e me dando.
- Está tudo bem, é sério.
- Outro dia você me devolve, pode ficar, tchau.
E saiu me deixando sozinha, voltei para a sala e entrei no banheiro, coloquei a bolsa em cima do vaso sanitário, tirei a camisa e limpei o café que estava por meus seios e barriga com um papel higiênico, a porta foi aberta e arregalei meus olhos, Justin me olhava estático.
- Eu.. é.. estava saindo e Maria derrubou café.. Merda! - Tampei meus seios, cobertos apenas pelo sutiã rendado, com as mãos.
Ele pareceu acordar do transe e saiu do banheiro, me vesti rapidamente, peguei minha bolsa e joguei a blusa suja dentro, saí do banheiro e praticamente corri para fora da sala enquanto Justin estava no telefone.
Quando saí do prédio, encontrei com Pattie saindo de seu carro.
- Pattie, Caity está doente, por favor me dê uma carona até a creche. - Supliquei.
- Oh! Claro, querida, entre.
Entramos no carro e seguimos em direção á creche, minha bebê estava tão tristonha, abraçou meu pescoço assim que a peguei no colo, Pattie estava encantada com as crianças, fomos para o carro novamente e seguimos para o hospital, que ela insistiu em me levar, ao chegarmos, tive que negar.
- Pattie, esse hospital é caro. - Protestei.
- Angel, é pra sua filha, engole o orgulho.
Respirei fundo e saímos do carro, entramos no hospital e fomos até o balcão, preenchemos uma ficha e cinco minutos depois fomos chamadas.
- Bom dia, me chamo Martha e vou atender essa menina linda hoje. - A médica disse.
- Sou Pattie e essa é Angel. - Pattie disse a cumprimentando.
- Bom, vamos ver o que ela tem. - A médica disse e indicou para que eu colocasse Caity na maca.
- Doutora, ontem a noite ela começou a ter febre, a mediquei e hoje de manhã havia passado, mas voltou agora pouco.
- Hm.. - Disse examinando Caity.
Pattie me abraçou de lado, me acalmando, após um tempo, ela apenas sorriu e acariciou os cabelos de Caity que a olhava atentamente, nunca a havia visto tão quieta.
- É catapora. - Disse.
- O que? - Arregalei os olhos.
- Ela tem umas pintinhas nas costas, vou receitar um remédio pra febre e um sabonete, logo essa coisinha linda estará boa novamente. - Ela beijou a testa de Caity e Pattie foi até a maca a pegando no colo e a abraçando, lê-se esmagando.
A médica sentou em sua mesa e logo me entregou uma receita médica.
- Obrigada, doutora. - Agradeci.
- De nada, e procure deixar ela sempre bem aquecida. - Assenti e logo estávamos saindo de sua sala.
- Ela vai ficar tão linda toda pintadinha. - Pattie disse.
Ri de seu desespero em abraçar Caity e da mesma reclamando.
- Eu vou levar vocês em casa. - Disse passando de seu carro.
- Ok, mas seu carro está ali. - Apontei pro mesmo.
- Eu sei, mas precisamos ir na farmácia.
- Ah, verdade!
Andamos mais alguns metros e entramos na farmácia, protestei, mas Pattie pagou o remédio e o sabonete que foram receitados. Minutos depois estávamos entrando em casa, Pattie não entrou pois tinha que ir falar com o senhor Jeremy.
Fiquei o resto do dia com Caity, Betty chegou tarde e disse que tinha uma semana de férias e iria ficar com minha filha. Pude dormir tranquila naquela noite.
[...]
JUSTIN POV:
Uma semana havia se passado, Ryan estava me perturbando durante todos esses dias, dizendo que a garota que eu estava procurando era Angel, eu, é claro, falava que ele era louco.
Até que ontem estava indo para uma reunião e me deu uma vontade enorme de mijar, corri para minha sala novamente e entrei no banheiro, vi Angel apenas de sutiã, oh sim, ela é gostosa, tinhas peitos maravilhosos e tinha curvas, ela gaguejou dizendo que Maria havia manchado sua blusa com café e a mesma havia lhe emprestado uma, percebi que estava a secando quando ela corou violentamente e começou a tentar se cobrir.
Á partir dali percebi que Ryan estava certo.
ANGEL POV:
Uma semana havia se passado, já havia me acostumado com o trabalho e com Justin. Ele havia me contado no meu terceiro dia de trabalho, que seu pai havia lhe dado uma missão, me pediu ajuda, isso raramente acontecia, então resolvi tentar ajudá-lo, procurando em várias redes sociais, garotas que poderiam se encaixar no perfil que ele queria.
- Angel, eu preciso fazer uma coisa. - Bieber disse chamando minha atenção.
Ajeitei meu óculos e o olhei, ele me avaliava.
- Vem aqui. - Chamou calmo, calmo até demais.
Me levantei e caminhei lentamente até ele, quando eu ia me sentar ele me impediu.
- Fique de pé. - Fiz o que ele disse.
- Senhor, eu.. - Era meu fim, perderia mais um emprego.
- Angel, calada. - Me calei e comprimi os lábios.
Ele se levantou e deu a volta na mesa, me virei pra ele e ele tirou meu óculos, o colocando sobre sua mesa, puxou a presilha de meu rabo de cavalo, fazendo cair sobre meus ombros, e eu arregalei os olhos com sua proximidade.
- Com todo o respeito, mas o que você está fazendo? - Perguntei.
- Angel, você não percebeu? É você! - Sorriu animado.
- Eu? Eu não..
- Você é a garota que eu estava procurando, minha missão, lembra?
- Não, não sou.
- Sim, você é, posso te mostrar?
- Mas, Senhor..
- Me chame de Justin. - Suspirei.
- Justin, eu não sou essa garota.
- Ok, vou te provar que é, vem.
Ele caminhou até a porta e eu fiquei o olhando.
- Vem logo.
Suspirei e o segui, fomos para o elevador e ele apertou o botão do 4° andar, era o andar do salão de beleza, franzi o cenho, logo estávamos entrando no salão e Justin ordenou para que uma moça me maquiasse.
- Eu já volto. - Disse sorrindo animado.
- Você tem olhos lindos. - A moça disse e eu sorri fraco como forma de agradecimento.
Ele estava enganado, não tenho jeito nenhum para ser modelo, não sou magra como elas e nem quero ser, não sei me vestir e nem me maquiar, fiquei calada a maior parte do tempo, Justin havia voltado com um algumas peças de roupa e sapatos, franzi a testa, levando uma bronca da maquiadora. Quando ela acabou, me olhei no espelho e realmente não me reconheci.
- Viu? Você é linda, Angel. - Justin disse e me deu as roupas e um par de salto alto. - Se vista ali no banheiro.
Peguei tudo, estava no piloto automático, confusa, fui para o banheiro e tirei minha calça jeans e minha regata rosa, me vesti rapidamente e saí do banheiro, todos que estavam no salão me olharam e eu corei violentamente, Justin sorriu e me abraçou me rodando no ar, arregalei os olhos assustada. Quando ele me colocou no chão, repetiu sua frase anterior:
- Olhe, você é linda, Angel.
- Mas, Justin..
- Vou ligar para o Ryan pra ele marcar sua sessão de fotos.
Me virei pra ele, ele deve estar ficando louco.
- Eu não quero nada disso. - Falei séria.
- O que? - Perguntou franzindo o cenho.
- Eu não quero nada disso. - Repeti.
- Qualquer pessoa quer isso, Angel. - Riu.
- Eu não sou qualquer pessoa, não quero luxo, não quero pessoas me bajulando, eu odeio ter a atenção de muita gente voltada pra mim, me desculpe.
Praticamente corri para o elevador, sem responde-lo, quando ele me alcançou, as portas se fecharam.
Fui para casa, ainda confusa e no piloto automático.
JUSTIN POV:
Eu não posso deixar ela escapar, logo agora que a encontrei, a levei ao salão, ela ficou absolutamente linda, não sei como não havia percebido ainda, preciso me lembrar de ouvir mais o que Ryan diz.
- Como assim a garota sumiu? - Perguntou Ryan, após eu ligar e explicar o que aconteceu.
- Ela disse que não queria nada disso e fugiu. - Bufei ao olhar para a mesa vazia no outro lado de minha sala.
- Liga pra sua mãe, ela é amiga dela. - Ryan disse.
- Tinha me esquecido disso, vou ligar pra ela agora mesmo e pedir o endereço de Angel. - Desliguei sem ouvir respostas.
Disquei o número de minha mãe que atendeu no terceiro toque.
- Oi, mãe. - Falei calmamente.
- Oi, o que você quer? - Perguntou seca.
- Poxa, mãe! É assim que você me trata quando estou com saudades? - Forcei uma voz triste.
- Own, me desculpe, filho, a mamãe também está com saudades. - Disse melosa.
- Que bom, mãe.
- Agora fala o que você quer. - Disse e gargalhei.
- Preciso do endereço de Angel.
- Por que? - Perguntou desconfiada.
- Soube que a filha dela está com catapora, pedi para que ela tirasse o dia de folga hoje, mas estou precisando de uma ajuda com a planilha que ela montou pra mim, não queria fazer ela ter que vir aqui, então eu iria lá. - Elaborei uma mentira rapidamente e me orgulhei dela.
- Tudo bem, mas não se assuste com o lugar em que ela vive, é bem simples e pacato. - Avisou.
- Você sabe que não me importo com isso. - Menti novamente.
- Ok, vou te passar o endereço por mensagem e mande um beijo pra Caity e pra Angel.
- Uhum, pode deixar, beijo, te amo. - Desliguei.
Esperei alguns segundos até que recebi a mensagem de minha mãe, saí de meu escritório ás pressas e fui para o elevador quase correndo, quando o elevador se abriu no térreo fui rapidamente para o estacionamento, entrei em minha Ferrari vermelha, coloquei o endereço no GPS e saí dali, resolvi passar em uma confeitaria antes, comprei um bolo de chocolate com cobertura de chocolate, o coloquei no banco do passageiro e dirigi rumo ao meu destino, aproximadamente 25 minutos depois, entrei em uma rua com casas simples, algumas com paredes manchadas e telhados quase caindo, parei em frente a casa em que, segundo o endereço que minha mãe passou, era a de Angel, peguei o bolo e desci do carro, caminhei até a porta e dei duas batidas, ouvi passos segundos depois e a porta foi aberta por uma uma garota baixinha com os cabelos negros, me olhou de cima a baixo.
- Olá, me chamo Justin Bieber, Angel está? - Falei.
- Oh, sim! Ela está no banho, mas já deve estar saindo, pode entrar. - Disse e abriu um pouco mais a porta, me dando passagem para que eu pudesse entrar.
Comecei a reparar na casa, paredes manchadas, teto sem forro, nos lugares das portas eram cortinas.
- Quer que eu guarde para o senhor? - A morena perguntou falando sobre o bolo.
- Claro. - Entreguei á ela.
- Tia, Betty, quem é? - Uma menina de cabelos loiros, idêntica á Angel, entrou na sala.
- Esse é o tio Justin. - A garota falou antes de entrar em outro cômodo que supostamente seria a cozinha.
- Oi. - A menina falou e coçou um dos bracinhos, ah sim, a catapora.
- Olá. - Sorri.
Eu simplesmente amo crianças.
- PUDIM! - Ela gritou.
- Caitlyn Blanc, não grite. - Angel saiu de um cômodo, apenas com um pijama justo e curto, engoli em seco.
Ela é gostosa.
- Olá, Angel. - Falei.
Ela arregalou os olhos.
- O que faz aqui? - Perguntou abraçando seu próprio corpo.
- Você fugiu, temos muito o que conversar.
- Não, não temos, já deixei bem claro a minha opinião.
Um cachorro entrou na sala e a menina o pegou no colo desajeitadamente.
- Onde você estava, Pudim? - Ela perguntou beijando a cabecinha do cão.
- Pudim? - Perguntei com uma sobrancelha arqueada.
- Ela adora pudim. - Angel explicou.
Afaguei a cabecinha do animal.
- Ok, podemos conversar? - Pedi e ela me encarou, mas soltou um suspiro e assentiu.
- Tudo bem, vem. - Ela virou as costas e não pude deixar de reparar em sua bunda redondinha e arrebitada.
Como nunca reparei isso antes?
Entramos em um quarto e ela se sentou em uma cama de casal que achei que poderia cair a qualquer momento, me sentei ao seu lado e ela colocou um travesseiro sobre as pernas.
- Pode falar. - Disse séria.
- Você já sabe da história toda, da missão que meu pai me deu. - Ela assentiu. - Eu sempre, desde pequeno, tentei impressionar ele, seja com minhas notas na escola, com as namoradas mais lindas da cidade, com as modelos que eu encontro pra agência, enfim.. - Suspirei. - Quando ele me pediu isso, vi na minha frente a oportunidade de o deixar orgulhoso.
- Mas, Senhor, eu não sou a garota que você está procurando. - Retrucou.
- Me chame de Justin, e sim, você é.
- Tudo bem, Justin, mas eu não estou interessada.
- Por favor, Angel. - Segurei suas mãos entre as minhas.
- Não posso..
- Pelo amor de Deus, Angel! Olha a casa em que vivemos, sua filha dorme em uma cama caindo aos pedaços. - A garota, que supostamente se chamava Betty, entrou no quarto.
- Betty.. - Os olhos de Angel se encheram de lágrimas.
- Me escuta, Angel! - Ela parecia estar brava. - Nós vivemos a dois anos pulando de casa em casa, uma pior que a outra, trabalhamos duro pra isso, você precisa aceitar essa proposta, pensa na sua filha, pensa em mim, que estou com você desde o início, e pensa em você. - Betty disse por fim e saiu do quarto novamente.
Olhei para Angel que chorava e me aproximei dela, limpei suas lágrimas com meu polegar e a abracei, precisava dar carinho á ela, quem sabe assim ela aceita minha proposta. Ela demorou a retribuir, mas passou os braços pela minha cintura e soluçou, chorando com o rosto em meu peito, ficamos assim por alguns minutos, até que ela me empurrou delicadamente e secou os olhos, que estavam ainda mais verdes.
- Eu aceito sua proposta, mas com uma condição. - Disse.
- Claro, diga. - Falei sorrindo.
- Arrume um lugar para morarmos, temos que sair daqui na semana que vem. - Corou.
- Oh, claro, arrumo hoje mesmo. - Falei rápido.
- Obrigada. - Ela abaixou o olhar.
- Obrigada você. - Sorri abertamente e me levantei.
- Quer tomar um café?
- Não, preciso voltar pra agência e procurar um lugar pra vocês.
Ela assentiu devagar e prendeu os cabelos em um coque frouxo.
- Amanhã quando chegar, vá para o 4° andar, depois para o 5° que é o setor de moda e depois para o 9° andar, que é onde começaremos a fazer as fotos. - Expliquei.
- Tudo bem, nos vemos ás 08:00.
- Ás 10:00, não esqueça de descansar bastante. - Sugeri.
- Tá bom. - Suspirou. - Te levo até a porta.
Ela se levantou e caminhou na minha frente, me dando o privilégio de olhar sua bunda deliciosa novamente, cheguei até a porta que ela já havia aberto e me despedi de Caity que brincava com Pudim no sofá.
- Até amanhã. - Me despedi.
- Até, Justin. - Disse e abriu um sorriso tímido.
Saí de sua casa e fui para o meu carro.
Amanhã será um ótimo dia.
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Angel
FanficSurpresa! Algo inevitável aconteceu, duas almas carentes se encontram, mas não sabem que se completam. Angel luta para criar a filha, Justin luta para conquistar a confiança de seu pai, ambos buscam o sucesso, mas de modos diferentes. Viva a moda! Q...