She is alive

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Justin POV:
Duas semanas se passaram e eu estava realmente perdido, Noah havia pedido a guarda de Caity e o juíz aceitou, após ver que Angel não havia acordado e não tinha previsão para isso acontecer. Segundo ele, o único responsável, era Noah, mesmo sem a paternidade registrada em certidão de nascimento.
- Papai, puque você tá calado? - Caity perguntou enquanto víamos bob esponja no sofá da minha casa.
- Só estou cansado. - Sorri fraco e beijei sua testa.
- A mamãe não vai acordar? Ela já dormiu demais. - Repetiu a mesma pergunta que me fazia todos os dias.
- Eu não sei, meu amor. - Resolvi falar a verdade.
Quando ela ia responder, escutei a campainha tocar.
- Fique aqui. - Pedi e ela assentiu.
Me levantei e fui até a porta, a abrindo e me deparando com senhorita Collins e Bettany.
- Oi. - Levantei a sobrancelha.
- Justin, os oficiais de justiça estão na sala da minha casa para levar Caity. - Betty disse com a voz embargada.
- O que? Como? - Arregalei os olhos.
- É melhor levarmos ela pra lá ou as coisas podem piorar. - Kourtney disse.
- Mas eles não podem levar ela assim. - Contestei.
- Eles tem uma ordem judicial, Caity ficará com Noah até que a audiência aconteça.
- Merda! - Soquei a parede ao lado da porta, as assustando.
- Se estressar agora só vai piorar as coisas, precisamos levá-la. - Kourtney disse.
Assenti relutante e fui até o sofá.
- Precisamos ir pra sua casa, tá bom? Lá a gente conversa. - Desliguei a tv e peguei Caity no colo.
- Mas papai..
- Caity, lá a gente conversa. - Ela assentiu cabisbaixa.
Minha vontade de chorar estava voltando, a apertei em meus braços e saí de casa, Betty fechou a porta e fomos em silêncio para o elevador, Caity acariciava minha nuca, mantendo sua cabeça deitada em meu ombro. Ao chegarmos no andar, fomos direto para o apartamento, na qual eu não gostava de entrar, por sentir falta da presença dela ali.
- Até que enfim apareceram. - O oficial barrigudo disse.
- Precisam levá-la agora? - Perguntei.
- Sim, temos uma..
- Uma ordem judicial, eu sei. - Revirei os olhos.
- Me dê a criança. - Pediu a oficial, que em outras circunstâncias eu acharia gostosa.
- Preciso falar com ela antes. - Falei e Caity me olhou. - Olha, você vai ter que ir morar com outra pessoa agora, mas eu prometo que quando eu puder, vou ir te buscar, tá bom?
- Mas papai, eu posso ficar com a tia Betty. - Ela olhou para Bettany que chorava agarrada á Ryan.
- Ela também não vai poder ficar com você, mas quando a mamãe acordar, ela irá lá te buscar. - Forcei um sorriso.
Meu coração se despedaçou ao ver as lágrimas brotarem em seus olhos iguais aos da mãe.
- Eu não quero ir, Papai. - Ela soluçou apertando seus braços em volta de meu pescoço.
- Temos que ir. - A oficial disse impaciente.
- Eu prometo que logo vou te buscar, tá bom? - Disse.
Fui passar ela para o colo da oficial de justiça, mas seus braços me apertaram mais.
- NÃO! - Ela chorava desesperada. - PAPAI, NÃO DEIXA! - Ela deu um grito agudo.
- Caity, por favor. - A olhei assustado.
Depois de muita luta, finalmente consegui fazer com que ela me largasse, Betty deu uma mochila com algumas coisas de Caity para o oficial barrigudo e logo a levaram de nós.
Caity POV:
Não entendo por que o meu papai me deixou. Minha mamãe não acorda, por que ela não acorda? Ela mentiu, disse que estaria sempre cuidando de mim, que nunca me abandonaria. Mas agora só quer saber de dormir, não quer mais saber de mim.
- Sossega, garota. - A tia de cabelo amarrado disse.
- Quero minha mamãe. - Pedi chorando.
Eu te perdoo, mamãe, só vem me buscar logo.
- Você vai ficar com o seu pai agora. - O tio com barba disse.
A tia me colocou dentro do carro e mandou eu ficar calada, eu me encolhi no banco.
- Vai direto pra casa do pai dela. - A tia disse.
Não sei quanto tempo demorou, mas quando a porta foi aberta novamente, o mesmo tio que a mamãe conversou outro dia apareceu.
- Oi, filha. - Ele sorriu.
- Meu papai é o Justin. - Falei emburrada.
Meu bracinho doeu quando ele me puxou do carro e me pegou no colo, tentei me debater, mas ele me segurou.
- Tchau, obrigado. - O moço disse para os tios.
- PARA, ME LARGA! - Pedi chorando.
- PARA COM ISSO, PIRRALHA! - Ele disse quando entrou na casa dele.
- QUERO MINHA MAMÃE. - Gritei.
- FILHA DA PUTA! - Ele me jogou no sofá. - FICA QUIETA.
Me encolhi sentindo minha perninha doer. Cadê minha mamãe pra beijar ela?
- Mamãe.. - Choraminguei.
- Sua mãe morreu, entendeu? E você vai ficar comigo agora. - Ele se sentou no sofá.
- Ela moleu? - Eu fiquei confusa.
- Sim, ela não vai mais voltar. - Ele sorriu.
Justin POV:
- Merda! - Gritei sentindo as lágrimas escorrerem por meu rosto.
- Justin, se acalma, precisamos nos acalmar. - Kourtney disse.
- COMO QUER QUE EU ME ACALME? A MULHER QUE EU AMO ESTÁ EM COMA E A MINHA FILHA FOI LEVADA! - Gritei passando as mãos nos cabelos.
- Eu não tenho culpa disso. - Ela disse com a voz trêmula.
- Eu não sei se aguento mais. - Ouvi a voz de Betty.
- Amor, vem. - Ryan disse a tirando dali.
Ele estava devastado também.
Porra, Angel.
Conferi se a chave do meu carro estava no meu bolso e saí correndo dali, fui para o estacionamento e dirigi o mais rápido que eu pude para o hospital, ao chegar, estacionei o carro e entrei no grande edíficio, as enfermeiras já me conheciam, então tinha total acesso. Fui para o quarto de Angel e a vi lá, imóvel, respirando calmamente.
- Angel, pelo amor de Deus, amor. - Deixei com que as lágrimas escorressem livremente, ao segurar sua mão. - Você precisa acordar.
Fiquei a olhando, na esperança dela abrir os olhos e dar aquele sorriso que eu tanto sentia falta.
- Por favor, meu anjo. - Encostei meus lábios em sua testa.
Eu precisava dela, precisava de seus toques, dos seus beijos, do seu jeito especial que me acalmava. Precisava ouvir sua voz doce e olhar em seus olhos verdes, que enxergavam minha alma.
- Levaram a Caity, amor. - Fechei os olhos sentindo as lágrimas banharem meu rosto. - Me desculpa.
E de repente, escutei um suspiro, olhei para baixo, mas ela continuava imóvel.
- Você está me ouvindo? - Ela apertou minha mão, um aperto quase imperceptível.
Ela estava viva.


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