Capítulo 21

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A calmaria antes da tormenta

Pela manhã, Darcy se encontrava novamente esperando por Elizabeth no parque. Disse a si mesmo que estava caminhando porque o dia estava lindo, mas era difícil mentir para seu próprio coração.

Desta vez ele não precisou esperar, pois ela já estava lá.

Eles ficaram ali por algum tempo, o rosto de Elizabeth com uma expressão indecifrável, mas ela não parecia muito contente em vê-lo.

- Srta. Bennet - ele a cumprimentou.
- Sr. Darcy.
- Espero que esteja bem esta manhã - declarou na falta de outra coisa para dizer.
- Estou muito bem, obrigada - ela respondeu. Elizabeth continuou andando e passou por ele, o que o fez virar-se para andar na mesma direção. Ela o olhou com um leve arquear das sobrancelhas como se fosse dizer alguma coisa, mas manteve-se calada e não protestou.

Caminharam em meio a um silêncio desconfortável - Darcy estava muito confuso e nervoso sobre o que dizer à mulher que amava.

Buscando em sua mente algo para dizer, Darcy indagou:

- Está gostando de sua estada em Hunsford?

Ela o encarou como se tentasse ler seus pensamentos.

- Sim, estou. Já não via minha amiga havia algum tempo, e provavelmente não a verei depois que partir. Não creio que ela deixe Kent tão cedo - A moça suspirou. - Ela agora está casada, e parece que as mulheres casadas têm pouco tempo para fazer visitas.

- E qual é a sua opinião sobre a felicidade do sr. e da sra. Collins?

Ela o olhou surpresa.

Ele se deu conta de repente de que sabia muito pouco a respeito dela. Ele a conhecia, mas não a conhecia bem.

- Quero dizer, segundo seu conceito sobre matrimônio, o deles é um bom casamento?

- Já não lhe disse quando esteve em Hunsford que acho um casamento muito adequado para ela?

- Sim, mas qual é a sua opinião?

- Um casamento em que nenhuma das partes pode se respeitar não pode ser agradável.

Darcy sabia que tinha muito respeito por ela...

- Um casamento em que haja amor, respeito e segurança é o melhor. Acredito que na situação do sr. e da sra. Collins há pelo menos um destes fatores.

Darcy imaginou um casamento entre os dois - haveria tudo o que ele desejava?

- Sr. Darcy.
- Ah... sim, srta. Bennet?
- Já chegamos ao portão da reitoria.
- Claro.

Ele não queria partir.

- Bom dia - disse Elizabeth. Fez uma pequena reverência e abriu o portão.

Ele sentiu uma agonia ao vê-la se distanciando pelo caminho.

- Adeus... Elizabeth - ele sussurrou.

Ela estava muito longe para ouvi-lo.

Ele visitava com freqüência a reitoria com o cel. Fitzwilliam. Raramente falava durante essas visitas, e quando o fazia era mais por educação do que por vontade de conversar.

Uma das coisas que o preocupavam era se Elizabeth gostava de seu primo. Observava atentamente os dois sempre rindo e conversando. Era preciso muita força de vontade para não protestar veementemente cada vez que os dois sussurravam entre si. Ele invejava a facilidade do primo em falar com ela.

Será que ela o ama?

Com o passar do tempo, Darcy se convenceu de que embora Elizabeth apreciasse a companhia do coronel, ela não o amava. Além disso, o primo não lhe havia garantido que não tinha planos nesse aspecto? Richard Fitzwilliam precisava de uma esposa que tivesse fortuna e Elizabeth não tinha.

O Outro Lado De Orgulho E PreconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora