Capítulo 38

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Constatações 

Darcy não se sentia contente por estar chegando em casa, pois do que adiantaria? Deveria partir em poucos dias outra vez.

Ele não havia avisado de sua chegada e, portanto, não havia ninguém à sua espera para recebê-lo. Somente quando já despia sua capa no hall Georgiana apareceu. Ele não expressou nenhuma reação à chegada dela; sentia-se exaurido.

Georgiana se aproximou hesitante, com a incerteza clara em sua postura; não obstante, quando ela falou sua voz era calma e controlada.

– Você está bem?

Ele suspirou, ainda determinado a não sobrecarregá-la com seus problemas.

– Razoavelmente.

– Seus negócios em Londres já foram resolvidos?

– Não, devo voltar em alguns dias.

Georgiana parecia triste, mas sorriu.

– Então venha. Devemos aproveitar da melhor maneira o tempo que você passar aqui conosco.

Ela segurou seu braço gentilmente, mas com firmeza, e o guiou até a sala de visitas.

Bingley e a família lá estavam sentados, conversando em voz baixa, e não notaram a entrada de Darcy até que ele se sentasse.

– Darcy! – disse Bingley com uma expressão de agradável surpresa – Você está de volta. Tomara que desta vez por mais tempo.

– Não, só por poucos dias. Preciso estar de volta a Londres na segunda-feira.

Seus convidados ficaram desolados; a srta. Bingley mais que todos.

– Espero que seus negócios possam ser concluídos rapidamente para que esteja logo livre para passar mais tempo com seus amigos – ela disse.

– É o que também espero – ele respondeu, pensando em uma conhecida sua em particular. 

– Quantos negócios o senhor tem a resolver ao longo do ano, sr. Darcy. Deve ser extremamente maçante; admiro sua perseverança.

– Obrigado.

– Afinal, acredito que poucos tenham a capacidade de gerenciar uma propriedade tão grande, assim com tantos arrendatários e tão grande fortuna, especialmente sem assistência alguma.

Darcy nada respondeu.

– Tamanha responsabilidade reflete grande força de caráter, de alguém que deve se sentir muito orgulhoso de sua situação na vida. Embora eu acredite que todos devam ter um certo nível de orgulho. Afinal, essa é uma qualidade essencial. 

Darcy fechou os olhos por um breve momento, lembrando-se da ocasião em que percebera que o orgulho era seu pior defeito.

Sentia-se em dívida para com Elizabeth por haver aberto seus olhos. Se não fosse por ela, ele nunca saberia. Por mais doloroso que o incidente em Hunsford tivesse sido, fora um teste para Darcy, e se seu encontro posterior com Elizabeth pudesse ser considerado como uma indicação de seu progresso, ele estava no caminho certo para se tornar um homem melhor.

Talvez esta provação fosse um outro teste e, embora pudesse ser melhor para ele, o preço a pagar era de que Elizabeth nunca faria parte de seu futuro.

Bingley, vendo que o amigo já se cansava da conversa de sua irmã, disse:

– Espero que sua viagem tenha sido...

– Seria uma pena se homens de sua estirpe, sr. Darcy, mudassem sua maneira de ser – interrompeu a srta. Bingley – Que os céus não permitam tal coisa! Pense no impacto que causaria na sociedade!

O Outro Lado De Orgulho E PreconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora