Medos da Minha Antiga Casa

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- Temos que tentar abrir a casa de algum jeito - O Pablo olhou pra mim e começou a andar em direção a porta da frente

- Não tem jeito - expliquei - As portas estão todas trancadas e as janelas de vidro são impossíveis de abrir

- Você falou janelas de Vidro? - ele me olhou com intenção maléfica

- Não, não é o que eu tô pensando - eu fui atrás dele que estava indo para o jardim dos fundos - Não faça isso!

Ele pegou uma pedra, e eu tentei impedir mas ele já tinha jogado na janela de vidro.

- Ops, Já fiz - riu

- Seu doido - briguei

- Relaxa, ninguém vai saber que fomos nós - ele empurrou os vidros que estavam ainda pregados na janela - Vamos entrar

Pulamos para dentro da janela da cozinha passando em cima da pia até pular no chão, vi que não tinha nada na cozinha, foi realmente levados todos os móveis. Me passou pela cabeça as lembranças que ainda me restavam daquela casa.

- Que cara é essa? - ele me olhou perguntando assustado

- Lembra que eu te contei do quarto dos meus pais?

- Lembro, mas agora não é hora de me assustar - ele engoliu a saliva a seco fazendo uma gesto de medo

- Então, o quarto está ao lado

- Você que conhece a casa, vai na frente - sorriu meio falso

Andamos da cozinha para a sala nos deparando com a porta fechada do quarto dos meus pais, girei a maçaneta e não tinha nada lá dentro, todos os móveis levados, em seguida ouvimos um barulho no andar de cima da casa e eu corri depressa para a cozinha deixando o Pablo para trás, passei pela janela quebrada e o Pablo estava bem atrás de mim também passando rápido, nos afastamos da casa e eu vi que eram pássaros que conseguiram fazer um ninho bem na janela do meu quarto e um deles bicando a janela de vidro de cima. Nós não queríamos mais arriscar entrar numa casa que não tinha nada de mais, e seguimos a nossa rota de volta ligando para o taxista e nos deixando na porta da minha casa e o Pablo pagou novamente a corrida.

- Que bom amigo que você é! - o Pablo ironizou

- Porque? - Não havia entendido

- Você me deixou pra trás quando ouvimos o barulho

- Desculpa, é que eu me desesperei, lembrei do dia em que...

- Tudo bem, não precisa falar! - ele concordou - já aconteceu muita coisa por hoje e ainda a gente tem que fazer aquele trabalho da professora "Arco íris" de arte

- Arco íris? - eu ri dele - Quer terminar o trabalho hoje?

- Não, vamos deixar pra outro dia - ele bateu sua mão na minha e falou - Aidan, foi legal te conhecer

- Tchau Pablo, foi legal te conhecer também

Entrei em casa e minha tia não tinha chegado ainda e nem anoiteceu, desde então eu fiquei assistindo tv e mexendo no tablet.

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