Perdido no Escuro

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- Mãe? É você mesma? - pergunto chorando - por favor mãe, não me diga que isso é um sonho, por favor!

Ela vem em direção a mim e me abraça com força, quero questiona-la de tudo mas no momento eu só me encontro em seus braços!

Ela não diz nada, isso é estranho mas eu só quero seu conforto, ainda abraçados, abro os olhos com lágrimas e a vejo na mesma posição.

- mãe? Por que não responde? - espero sua resposta ao soltar de seus braços

- Desculpe, não sou sua mãe desculpe - ela fica parada - eu não sei quem é você!

- Você está me assustando, por favor, é você sim, os cabelos pretos, o jeito como reage, sua voz, você é minha mãe - a encaro com severidade - por que não me reconhece?

- Eu não tenho um filho - ela volta dois passos se afastando de mim - eu nunca te vi na minha vida, eu lamento muito muito, mas não sou a pessoa que procura

Como ela pode estar convencida disso? Eu tenho toda certeza de que ela é minha mãe, ainda lembro, lembro de como ela era, não estou enganado. Não se lembra de mim, não sabe quem eu sou. Os pensamentos que me perturba e me assola.

- Alguém te dopou? - pergunto

As luzes se apagaram, a sala fica totalmente escura. Lembro da lanterna do meu celular. Oh droga! Está descarregado, sempre me esqueço de carrega-lo.

- Mãe? - não enxergo nada - mãe?

Me apoio em uma das estantes, não escuto nenhum som, pego um livro da prateleira em silêncio e caminho em meio a escura visão. Aproximo meus passos para perto da poltrona e encontro um corpo caído. Deve ser da minha mãe, a pego para colocar em meu colo, sinto que suas roupas estão molhadas, está cheirando sangue, não pode ser. A coloco em meus ombros o mais rápido e corro rapidamente para a saída, vou passando minhas mãos pela parede até chegar a porta com ela, tento abrir mas está fechada, socorro! O que eu faço?

- Calma mais um pouco mãe, vou tirar a gente dessa! - falo deixando seu peso encostado de frente a porta - vou matar aquele desgraçado que está fazendo isso com a gente

Sento ao lado dela e espero...

Acordo rapidamente com as luzes se acendendo diante de meu rosto, coço meus olhos e procuro minha mãe ao lado, mas não está.
Me levanto e passo por todos os lugares da sala mas não a encontro, só vejo seu sangue derramado e arrastado no chão do sofá até a porta.

- Mããããeeee - grito e nada

Tento abrir a porta novamente e ela está aberta, seja quem for que estiver fazendo essas brincadeiras, deve parar. Desço as escadas com agilidade, e vejo a porta dos fundos aberta, tenho que ir até a polícia, minhas mãos estão com sangue seco da minha própria mãe, caminho até os fundos quando alguém me dopa com uma agulhada por trás, me viro e vejo o rosto dele, eu não acredito que é você, como pode fazer isso com meus pais e comigo, você é o homem de preto, logo desmaio...

Segredos Mortais [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora