Ariele

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Me deparando com a janela aberta, pensei mil coisas do cara ter pulado com a Ariele, e bem nessa hora eu virei para ir na escada descer e vi ela na minha frente que me assustou falando "Páa".

- Que susto Ariele, nossa! - fiquei parado e ela começou a rir

- Você devia ver sua cara - ela chorou de tanto rir

- Hahaha, não teve graça, tá? - fiquei sério enquanto ela estava rindo

- Teve sim, mas tá bom parei

- Onde você se escondeu? - questionei - Eu te procurei em todos os lugares da casa

- Isso é segredo, você não vai descobrir - disse com um olhar ameaçador e depois riu novamente - em falar nisso você descobriu quem foi que te deu aquele presente?

- Então foi você? - ela afirmou com a cabeça - Obrigado então

Depois dela ter me assustado, eu estava com vontade de pedi-la em namoro mas algo me impedia. Mesmo com vários pensamentos em minha mente me atordoando, eu a chamei para o lado com uma cara de seriedade.

- Preciso te dizer uma coisa que eu posso até engasgar pra falar - olhei para o chão

- Você está me assustando Aidan - ela se mostrou preocupada - fala logo!

- Quer ser minha namorada? - perguntei tampando o rosto com as mãos

Ela tirou bem rápido as minhas mãos que estavam frias e me beijou como se eu nunca tivesse sentido algo igual, algo especial.

- Isso pode responder sua pergunta? - ela segurou minha mão e sorriu ao olhar meus lábios

- Acho que sim - tanto eu, quanto ela ficamos envergonhados

Foi difícil trocarmos olhares depois do beijo, até fomos embora com tanto constrangimento, no meio do caminho eu falei "tchau" e ela também e cada um foi pra sua própria casa.

Ultimamente nesse tempo, eu era feliz, achei que era fácil se apaixonar, achei que tinha tudo pra ficar com ela, éramos perfeitos um pro outro.

5 Anos depois (Atualmente)

Eu estou aqui deitado na cama do meu quarto contando pra um diário bobo sobre meus acontecimentos passados, e até hoje não descobri quase nada sobre aquela noite em que meus pais morreram. Bom, agora, em meus 17 anos, quase nos 18, o tempo passou rápido.

Praticamente as coisas não estão diferentes de antes, estou no meu último ano na escola acompanhado sempre com o meu melhor amigo até hoje, o "Pablo", aquele idiota ainda é o meu amigo que nunca me deixou na mão, tenho a minha namorada Ariele, que viajou para outro país pra fazer faculdade de direito faz quase 2 anos e ela só me visita nas suas férias, e nosso amor a distância anda muito bem pra quem fala que não dá certo. E claro, ainda moro com minha tia-mãe, que apesar das brigas, nos amamos. E por fim e mais interessante é que a Laura está morando na minha cidade faz 1 ano, ela é muito boazinha comigo e respeita meu namoro, somos amigos. Eu vendi meu tablet e comprei um ótimo celular com Android e eu já tenho meu chip para ligar.

Desde 4 anos atrás, eu não recebo mais ameaças de ninguém, e estou vivendo a vida numa boa...

- "Aidaaannn" - minha tia gritou me chamando

Eu já sei que é uma de suas chamadas para ajuda-la a lavar a louça ou levar o lixo para fora ou algo do tipo. Fecho meu diário, pego o celular e levanto.

- O que foi? - pergunto vendo a hora no celular (11:47), e indo em direção a cozinha

- Compra no mercado um óleo de soja - ela disse pegando o dinheiro em sua bolsa de cima da mesa central - Aproveita e traz um saquinho de sal

- Tá - concordei pegando o dinheiro em sua mão

- Cuidado a rua

Vou até a porta e ignoro seu aviso pois sei me cuidar muito bem sem precisar lembrar. Ando pela calçada até o mercado, se bem que eu poderia passar na casa da Laura pra dar um Oi, é somente 3 quadras longe de casa, o telefone toca, vejo que é minha namorada, paro de andar e atendo:

- Oi amor? - digo

- Oi meu bem, onde você tá?

- Indo ao mercado, por que? - volto meus passos em direção ao mercado perdendo o caminho para a Laura

- Vou chegar na sua cidade agorinha, precisamos conversar!

- Mas você não está em época de férias para vir pra cá, o que aconteceu? - olho diretamente para o chão pensando

- Justamente isso que queria conversar contigo, olha, quando eu chegar aí, eu te conto!

- ok tudo bem então - atravesso a rua com o telefone no ouvido

Um carro se aproxima de mim, eu tento desviar pulando para o outro lado, meu celular cai no chão, olho para o carro com os vidros escuros a pessoa de dentro, ele simplesmente sai correndo, levanto e pego meu celular pouco arranhado no chão.

- Alô? - coloco de volta o celular no ouvido

- Aconteceu algo? Eu ouvi barulhos! - ela percebe estranhamente

- Não era nada, só deixei o celular cair - minto - Então amor, tenho que ir, quando chegar me liga, beijos!

- Ok, beijos - ela soou sua voz mais estranha

Desligo, sinto que minha perna está doendo, olho para a perna e a vejo sangrando, tento reprimir a ferida para entrar no mercado e comprar logo as coisas.

Volto para casa mancando, entro e enquanto minha tia está de costas fazendo o almoço, eu deixo a sacola em cima da mesa com cuidado, e corro para o banheiro tomar um banho frio. Visto uma roupa bem fresca com o calor extremo, passo alguma pomada para amenizar aquele inchaço e dor na perna, e vou almoçar.
De tarde, a Ariele vem em minha casa para irmos a um parque conversar.

- Oi Aidan - ela dá um abraço quando eu abro a porta - Que saudade de você

- Quanto tempo amor - retribuo o abraço

- Como eu disse, temos que conversar! - ela me olha séria

Saímos de casa e fomos para o parque sentar no banco e ela fala.

- Eu não posso mais continuar minha faculdade - ela passa a mão no próprio rosto

- Como assim? - eu a olho nos seus olhos tristes - o que aconteceu?

- Vamos fazer assim - ela pega meus dedos da mão e demonstra - eu tenho duas notícias, depende da circunstância se elas sejam boas ou más

- O que você quer dizer?

- Depende de você, qual vai querer ouvir primeiro - ela mostra pra mim um dedo meu e depois o outro - número 1 ou a 2

- Acho que a 2 primeiro - começo a bater forte o coração esperando uma péssima notícia

- Eu vou trancar minha faculdade e vir morar aqui - ela começou a chorar sem parar

- Isso devia ser uma notícia ruim? - eu a vejo triste e pergunto - O que é a número 1?

- Eu sou sua Irmã! - ela olha em meu rosto pálido e ambos não conseguem dizer nada

Segredos Mortais [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora