No momento em que salvo Laura de dentro do buraco e tento sentir sua pulsação, eu tremo muito aponto de não conseguir sentir, não tenho meu celular comigo, eu havia deixado no carro que foi roubado por aquele traste, o Pablo, agora o que me resta é salva-la. Corro com ela entre meus braços, que estão doendo e cansados, para a estrada novamente avistar alguém que esteja passando na rua de carro e possa me ajudar. Chego pela rua caindo com Laura no chão, sem mais forças. Fico ajoelhado de frente o seu corpo frágil, choro com a mãos entre meu rosto sem saída nenhuma. Para mim, a cada segundo que passa, ela está cada vez mais perto da morte, vejo ao meu redor apenas árvores e encontro pelo chão um celular, ele é da Laura. Graças a Deus. Tenho que ligar rapidamente para alguém vir busca-la a tempo, vou em direção do celular e o pego. O único número que me lembro é o de Ariele, disco os números para ligar e então entra um carro cinza na estrada e eu percebo pela luz de longe. Aceno no meio da rua com as últimas forças que tenho, espero que a pessoa nos leve logo. A pessoa para o carro, entende e me ajuda a colocar Laura no banco de trás, percebo que sua boca está roxa, a olho com tanta dor em meu peito, dentro de mim tudo diz que ela já está morta, mas ainda tenho esperança, eu acho que tenho. Entro na frente com o cara, ouço uma voz do celular de Laura em meu bolso e o pego para ver, é Ariele.
- Quem for que estiver me ligando, pare - ela fala indignada porque eu havia ligado pra ela e esquecido
- Ariele - choro desesperadamente
- Aidan? O que houve?
- A Laura - começo a soluçar - não sei se vai sobreviver, ela está roxa
- Como assim? O que aconteceu?
- Vai pro hospital do centro agora - acalmo meu choro e desligo
São muitos minutos de viagem e o silêncio se exalta no carro, sem contar com meus baixos choros. O cara não me pergunta nada, pois sabe o que estou passando, ele somente acelera o mais rápido para o hospital.
*****
Estou abraçado a Ariele, nossas mãos se apertam enquanto lágrimas saem dos meus olhos. Faz uns minutos que Laura está em coma e sem notícias de sua vida, os pais dela não podem saber ainda, não agora.
Cansado, com o corpo doendo, sujo, esse é o meu estado atual, Ariele já me perguntou milhares de vezes "o que aconteceu?", Mas eu sempre ignoro, só querendo seu abraço.
Uma enfermeira teve que me dar um calmante leve pois eu estava com a pressão tão alta que poderia ter um ataque. Me sento no banco de espera, ao lado do cara que me socorreu pela estrada. Ele é loiro, e tem seus olhos castanhos escuros, tem a pele bem clara com barba quase no rosto todo, e seu estilo de vestir parece ser bem anos 80, com a camisa dentro da calça.
- Obrigado, mesmo que ela não sobreviva, obrigado - digo olhando para ele
- Ela vai viver, eu não te conheço, eu não conheço ela, seja o que for que aconteceu, mas sei que Deus vai poupar sua vida - ele coloca sua mão em minhas costas me consolando
Sem palavras para argumentar o que ele disse, mudo de assunto
- E o seu nome, qual é?
- George Bugher, e o seu cara?
- Aidan, obrigado mesmo por me ajudar, acho que não é pra todos ajudar um estranho em plena madrugada no meio da rua sem saber o que aconteceu - digo voltando ao assunto
- Achei que eu precisaria ajudar vocês quando passei, e não foi em vão - eu assinto com a cabeça e começo a andar pela sala de espera
Vejo que Ariele está preocupada ao lado do filtro, com o copo na mão, pensativa.
- Ari - chamo sua atenção - sabe o cara de preto?
- Seu arque inimigo, espera aí porque está tocando nesse assunto agora?
- Isso tem a ver com o que aconteceu - ela escuta - ele é o Pablo - sua expressão no rosto não muda muito, acho que ela também está abalada - eu e Laura planejamos para se vingar e acabou que levamos ele na floresta pra enterra-lo vivo, mas...
- Não acredito que vocês estavam querendo fazer uma coisa dessas - ela começa com seu discurso de advogada, pois ela fazia faculdade de direito, sabia de muita coisa a respeito de leis - isso é um crime! Porque não o entregaram para a polícia?
- Laura queria que eu fizesse isso mas eu queria mesmo me vingar, você realmente não sentiu o que eu passei na infância né - brigamos
- Poderia ser você que ficaria em coma, cheio de tubos para poder respirar - ela grita e me bate - Aidan, você tem noção do que vocês estavam fazendo? - ela me olha fixamente e eu tenho acalma-la
- Eu sei - seguro em seus braços - deixa eu terminar? - ela balança a cabeça como um sim e limpa seu rosto - acabou que eu enterrei a Laura achando que era ele e ele fugiu com o carro
- Chega eu já entendi - seus olhos estão cansados, ela se senta no banco, eu sento ao seu lado, com as mãos dadas, dormimos um sobre o outro a espera de uma notícia boa do médico!
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Segredos Mortais [COMPLETO]
Mistério / SuspenseQuando eu tinha apenas 11 anos de idade, presenciei a pior tragédia de minha vida, meus pais foram assassinados brutalmente por psicopatas. Depois disso, eu tive de lidar sozinho com toda a minha perda. Para onde eu iria? O que eu tinha de fazer naq...