Depois que eu havia me deparado com aquele quarto vazio, praticamente toda casa vazia, voltei para o carro com o rosto cheio de lágrimas. Laura e seus pais me olharam sem entender nada.
- O que aconteceu Aidan? - a mãe de Laura perguntou preocupada
- Não tenho mais casa - eu estava gripado e não parava de sair lágrimas do meu rosto - Tudo se foi...
Nesse instante, passou uma viatura na rua da minha casa, eles logo pararam e um cara saiu da viatura falando com o pai da Laura.
- Vocês não estão autorizados a ficar perto dessa casa, ela está em investigação...
- Mas essa casa é minha! - eu disse bravo
- Qual o seu nome garoto? - o policial questionou duvidando
- Aidan
Ele foi direto para a viatura pegar um telefone, eu não fazia a menor ideia do que iria acontecer, fiquei parado até ele desligar o telefone depois de 3 minutos. Imediatamente ele veio em minha direção e me puxou pelo braço me levando até a viatura.
- Por que está levando ele? - o pai de Laura perguntou duvidoso tirando o cinto e saindo do carro
Me colocou para sentar no banco de trás do carro, sem imaginar o que eles fariam comigo, enquanto o pai de Laura estava conversando com o cara da polícia. Até que pegaram minha mochila, me entregaram, o cara entrou na viatura e o outro homem no banco do motorista dirigiu, eu olhei para trás e a Laura estava lá fora, na calçada, me olhando, cada segundo eu a via mais longe, e então não consegui vê-la mais. Fiquei preocupado, "para onde eles me levariam?"
Depois de um tempo com os policiais na viatura, chegamos a uma casa bem familiar, se bem que eu me lembrava... Era a casa da minha tia, ela morava na mesma cidade do que eu. Eles me tiraram para fora, bateram na porta da casa e era ela quem abriu, minha tia veio correndo me abraçar com toda a força, e chorou muito junto comigo, confeso que aquele momento era bem sentimental, só pensava em contar tudo pra minha tia. Acabaram me deixando com ela, minha única e ultima esperança.
Tudo o que ela podia me oferecer era uma água com um remédio para descansar um pouco e uma deliciosa comida que em meio tempo acabei adormecendo enquanto ela cozinhava.
Acordei na sala, eu estava fraco, levantei e andei até chegar na porta vendo minha tia na cozinha fazendo o jantar. Depois de um tempo, ela percebeu que eu estava parado a olhando.
- Você ainda não está bem, fica deitado mais um pouco - ela falou bem preocupada - quando estiver pronta a comida eu te chamo
- Só estou com sono
- Aidan, você está péssimo, além de eu querer saber onde você esteve nessas últimas semanas - brigou comigo - achei que você estivesse morto!
Eu não tinha falado nada até então, depois de minutos esperando a minha resposta, minha tia foi para cozinha desligar o fogo do fogão, e eu adormeci novamente.
Ela me acordou depois de uns minutos pra me dar sopa, era noite e conversamos bastante sobre tudo o que aconteceu na noite da morte dos meus pais até hoje.Eu ia dormir em um quarto de visita com uma cama de casal, era bem melhor do que dormir na sala, e ela não tinha filho ou filha, então eu seria bem tratado por ela. Minha cama já estava arrumada e eu ainda estava morrendo de sono, uma sonolência tão intensa, eu deitei e dava para ouvir minha tia falando com uma pessoa pelo telefone, ela veio correndo para o quarto em que eu estava e me disse.
- Sua avó quer falar com você, meu anjo - falou me entregando o telefone
Eu conversei bastante com minha avó, apesar de não falar os detalhes, já estava chato falar do meu acontecimento pra todo mundo, depois de explicar o suficiente que eu estava bem, também a perguntei sobre a sua nova casa e realmente ela tinha se mudado. Ao final, me despedi e entreguei o telefone pra minha tia e ela continuou falando com minha avó por muito tempo no quarto dela, porque dava pra ouvir tudo e sim, ela contou tudo pra minha avó o que eu tinha contado a ela. Em um momento estranho ela estava falando e na hora não ouvi mais sua voz, fiquei até esperando um pouco pra ver se ela falava algo, não é possível que minha tia deve ter desligado o telefone sem nem mesmo falar "tchau". Um pouco sonâmbulo, levantei da cama, como se eu tivesse muita preguiça pra dar os passos, andei até o quarto da minha tia e vi ela deitada, dormindo, virada para o outro lado. O telefone estava em uma de suas mãos, me despreocupei pois ela havia pegado no sono, nada de mais, e fui para minha cama dormir.
No dia seguinte, acordei bem tarde, lá pelas 11:22, achei esquisito, minha tia poderia ter me acordado antes ou ela me deixaria dormindo até o almoço praticamente.
Levantei e fiquei meio tonto de andar, cheguei na porta do quarto dela e ela estava do mesmo jeito, a mesma posição, e com o celular na mão. Eu estava com falta de ar, esse cara podia me matar, estava só fazendo essas coisas até chegar em mim. Socorro, não posso deixar ele se esquivar disso de novo.
Corri respirando fundo para a porta da frente, e quando abri tinha um cara todo preto com um punhal na mão e estava me olhando, ele veio em minha direção e eu fechei a porta com força, e tentei trancar tremendo muito, ele rodeou a casa e estava tentando entrar pelos fundos, eu não sabia o que fazer novamente, fui para o quarto que eu dormi, me tranquei lá e minutos se passaram que pareciam horas eternas, de surpresa ele apareceu na janela do quarto em que eu estava e eu me desesperei, sai do quarto e me lembrei do telefone que estava na mão da minha tia, entrei no quarto dela, e fechei a porta, vi que não tinha chave nenhuma e o cara já tinha entrado pelos fundos, não dava tempo de correr para o outro quarto, esse era o meu fim...
Ele deu só uma batida com o pé na porta que a abriu de uma vez com o impulso, e me derrubou junto, eu me encolhi em um canto do chão e vi ele dando seus passos mais perto de mim, ele levantou seu punhal com toda força pra me esfaquear, eu apenas falei "por favor não me mate" até que...Eu acordei suspirando muito forte na cama do quarto de visita da minha tia suando muito, ainda estava no meio da noite, levantei vendo que eu estava com as pernas bambas, percebi que isso tudo foi um sonho quase real, andei até o quarto da minha tia e a chamei.
- Tia? - fiquei tremendo e chamei com um certo desespero na voz
- O que foi menino? Acordado a essa hora? - preocupada levantou e acendeu a luz
- Tive um pesadelo terrível sobre aquele cara - falei chorando - por favor, deixa eu dormir com você?
- Claro meu amor, fica tranquilo que a titia tá aqui com você - fui para a cama dela e ela me beijou no cabelo - não se preocupe vou te proteger, não tem ninguém aqui, só a titia!
Naquela madrugada, o que eu não percebi era que tinha sim uma terceira pessoa lá, não dentro da casa, mas do lado de fora, na janela, olhando minha tia e eu dormindo.
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Segredos Mortais [COMPLETO]
Misterio / SuspensoQuando eu tinha apenas 11 anos de idade, presenciei a pior tragédia de minha vida, meus pais foram assassinados brutalmente por psicopatas. Depois disso, eu tive de lidar sozinho com toda a minha perda. Para onde eu iria? O que eu tinha de fazer naq...