Segredos Mortais [COMPLETO]

Homem de preto

Ariele

Desço do carro e vou até meu apartamento, coloco as chaves do carro na mesa e penso em esquentar uma lasanha de micro-ondas para o almoço mas vou tirar um cochilo no sofá primeiro, isso eu mereço por hoje. Deitada no sofá, durmo um pouco, depois de horas, recebo uma ligação da tia de Aidan.

- Alô - digo

- Oi, o Aidan está com você? - ela me pergunta com pressa

- Não, ele não queria que eu levasse ele de carro pra sua casa - me preocupo e levanto do sofá - aconteceu alguma coisa?

- Ele não chegou em casa pra almoçar, e já está dando 5 horas

- Vou ligar pra ele - falo

- Já tentei, não está nem chamando - fala ansiosa - se souber dele me liga, tenho que tirar umas roupas do varal

- Tudo bem, vou tentar ligar para um de seus amigos! - desligo

Coloco o número de Aidan no celular mas foi o que ela disse, não chama! Ligo para os seus amigos e mesmo assim não sabem onde ele está!

Já sei, a Laura...
Ela também não sabe, estou muito preocupada, onde ele deve estar!
Acho que vou ligar para o Nolan, ele deve saber de algo! Não tenho mais opções.

- Oi? - ele responde a ligação

- Onde você está? - pergunto

- Trabalhando, por que?

- Quem está com você?

- Só meu colega de trabalho, mas espera aí, porque está me interrogando assim? - ele se altera - preciso trabalhar!

- Não é nada! - desligo o telefone na cara dele, não preciso dar mais satisfações

Ai não, cadê você Aidan?

Pego as chaves do carro e dirijo para a casa da tia do Aidan! Estou com fome, mas preciso saber que ele está bem...

Aidan

Sinto uma dor no pescoço, me levanto do chão gelado e olho ao redor. Minha casa? Estou em meu antigo quarto, vazio, com um cheiro horrível, eu lembro, eu sei quem é o homem de preto, preciso sair daqui. Desço as escadas, vou para a sala, vejo o sofá gigante que tinha, vejo a tv em cima da estante, vou até o quarto e vejo a cama, aquela cama ensanguentada do dna dos meus pais, todos os móveis estão ali, parece que nada foi tirado, tudo no devido lugar igual aquela noite, estou assustado mas não tenho medo, acho que não!

Dou passos pra trás voltando para a sala, vejo alguém sentado no sofá, está coberto de sangue, circulo de trás do sofá para frente, tentando saber quem é.

- Pai?

Ele está sentado com os olhares fixos para a televisão desligada, sua camisa está toda cheia de sangue, está rasgado perto do coração.

Não estou vendo isso, na sua mão tem um coração que está batendo fortemente, não consigo chorar, estou paralisado.
O telefone toca, me assusto, olho para o meu pai que não reage ao barulho, vou para o telefone e atendo.

- Alô?

- meu filho socorro! Me salva - a voz da minha mãe, tem um barulho repetitivo de martelada na ligação do telefone

- mãe? Mãe, onde você está? Por favor me diga - choro compulsivamente, o telefone é desligado

Eu ainda segurando o telefone, curvo meu olhar para a sala e está vazia, não tem mais nada, volto meu olhar para o telefone e ele desapareceu, corro para o quarto e nenhum móvel, nem cama!

Saio pela janela da cozinha e corro para minha casa, chego com suor no corpo e entro.

- Aidan por onde andou? - minha tia fala enquanto eu vou direto para o quarto - estamos preocupadas com você desde do almoço

Não me importo com ninguém, não sei o que aconteceu, se era real ou não, só quero deitar e descansar por hoje. Amanhã vou entregar ele na polícia, aquele idiota falso, como eu pude acreditar nessa pessoa!
Posso estar com fome mas eu só quero dormir hoje.

***

Acordo de manhã, em um pleno feriado sem aula, coloco meu celular para carregar e ligo. Logo o celular me lembra de que hoje é meu aniversário, como pude esquecer, toda aquela ilusão que passei ontem me fez esquecer. E pra começo de comemoração vou entregar a identidade daquele idiota na polícia, tenho provas disso!

Me arrumo de manhã e saio do quarto e não vi ninguém na casa, está silenciosa, abro a porta para sair e uma pessoa me pega despreparadamente por trás e injeta uma injeção atrás de minha orelha, olho para ele e antes de cair no chão digo:

- Você de novo, seu desgraçado...