A noite em que eu fui preso

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Na noite da festa de Halloween

Nolan


Eu estava em pé batendo a mão na parede em um cômodo todo sujo e empoeirado, parecia que ninguém limpava aquilo há anos, fiquei minutos pensando e olhando pra cima até que Pablo chega transtornado e com uma cara nada boa.

- Que cara é essa? - continuei olhando para ele vendo sua preocupação em algo

- Trouxe sua máscara - me entregou parte de minha fantasia que eu havia esquecido ignorando minha pergunta

- Não vai me responder não? - comecei a me enfurecer, porque ele sempre faz isso? Ignora as minhas perguntas

- A culpa não foi minha, eu demorei pra chegar até aqui sendo discreto, fica na sua - eu via o medo em seus olhos

- O que você está querendo me dizer idiota? - minha paciência estava acabando ao fazer minha pergunta novamente dando socos na parede - fala logo!

- Ele fugiu! Sendo que foi você que amarrou ele ontem - ele também se enfureceu mas ainda estava com medo

- Você é tão inútil assim? - tentei respirar fundo e me recompor mas estava na hora de quebrar a cara dele pra aprender a trabalhar melhor - Não acredito que você não conseguiu vigiar o Rick - eu me aproximei o xingando e preparei meus punhos fechados para mostrar a ele quem manda, mas antes de soca-lo eu o vi tirando uma faca do bolso e reagindo ao meu ataque quase me acertando - covarde, não sabe lutar com as mãos

- Você sempre quer mandar nas pessoas as tratando como animais, agora chega - Pablo ao terminar sua fala, avança em mim com toda força e me acerta uma facada na mão tentando segurar seus golpes

- Droga - senti uma dor tremenda nas mãos ainda segurando sua faca atravessada a minha palma. Eu logo lembrei de quando era pequeno, tinha 14 anos, provei pela primeira vez heroína, pude sentir a sensação do gosto de como era depois que eu viciei e não parei de ingerir até os meus dias atuais. Em um momento senti que poderia morrer ali mas voltei a vê-lo tentando tirar a faca, dei um soco em seu rosto com meu cotovelo livre, ele soltou a faca e eu só apunhalei uma vez em seu peito com uma sensação de poder, prazer e lembrança do passado pelo vício, ele então não reagiu mais com sua força e naquele momento eu percebi que acabou.

Arrastei seu corpo para de baixo de uma lona branca, que raiva cara, não era pra esse desgraçado ter morrido, e saí com minha máscara no rosto. No corredor vi uma pessoa que parecia estar perdida, era o Aidan, ele passou por mim me olhando mas sem me perceber, porra, ele vai até o quarto onde Pablo está morto. Comecei a bater a cabeça na parede, peguei o saquinho do meu bolso que tinha meu único vício, quando vi ele tinha entrado no quarto, liguei imediatamente para a polícia, até depois de alguns minutos eles chegaram e pegaram Aidan com a mão na massa, talvez ele tivesse aprendido agora a não se envolver com os meus problemas, tanto no dia que esfaqueamos o pai do Aidan que ele nos viu quanto hoje que praticamente caiu na cilada.

Dias atuais

Aidan

Acusado de uma coisa que não fiz e nem meu advogado conseguiu acreditar em mim, aquilo tudo era uma cilada, a polícia chegar na hora, começo a chorar, o que eu fiz com a minha vida? Porque fui me envolver com meu passado, 2 anos de prisão foi minha sentença, as lágrimas caem em busca de um refúgio, oh Deus, se você existe mesmo então por que ninguém acredita na minha inocência? Queria ter uma vida normal, já bastou ter o sofrimento de quando eu era criança, por que eu sofro tanto? Será que eu mereço? Eu não sei o que fazer. Em meio a toda aquela lágrima e questionamentos adormeci na cama da minha cela...

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