Agora está em paz (epílogo)

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Manhã de sábado ensolarado, acordo e não vejo Laura ao meu lado, ah sim, ela foi trabalhar. Me levanto e vou ver Matt, ele ainda está dormindo, vou para o andar de baixo até a cozinha e faço vitamina de banana, nada melhor do que acordar com uma vitamina dessa. Subo até o quarto do meu filho e o acordo

- Matt - eu o olho com um copo de vitamina na mão e ele na cama se contorcendo enquanto eu o chamo - Meu filho, olha o que o papai fez - ele logo se esforça pra abrir os olhos pensando que é algo incrível - levanta pra tomar vitamina - eu acabo o ajudando a sentar pelo menos e ele toma todo aquele copo de uma vez

- Humm que gostoso - ele disse passando a língua onde deixou resto de vitamina em volta da boca

- Sabe quem vai vir hoje? - ele me olhou fixamente - A priminha, Phamela com a titia e o tio, então vamos acordar que eles chegam antes do almoço, ele ficou tão animado

Fomos escovar os dentes e trocar de roupa, como a Laura estava trabalhando de manhã, eu que iria fazer o almoço, como meu prato preferido é fácil de fazer então mãos a obra. E pra isso eu precisava de um ajudante.

- Vamos fazer lasanha e esperar todo mundo chegar - digo terminando de escovar os dentes

Estávamos montando a lasanha, e Matt como sempre fazia bagunça. Colocamos no forno, e esperamos assistindo tv, até a campainha tocar.

- É a titia - Matt disse animado

- É sim

Fomos abrir a porta e lá estava, Ariele, Henrique e a pequena Phamela, Matt já foi puxando A Phamela pra brincar com ele na sala, e eu fui abraçando todos.

- Podem entrar - eu falo

- Aidan, que cheiro bom, tô morrendo de fome - Ariele disse entrando e sentando na sala

- Que bom, chegaram na hora certa - Henrique volta para o carro pra pegar as malas e eu vou junto ajuda-lo, levo ele até o quarto de hóspedes pra deixar as coisas

Estávamos todos na sala conversando e esperando Laura chegar e a lasanha estar pronta. Quando Laura chega, ela fala oi para todos, que já estavam na mesa central da cozinha esperando cortar a lasanha. Após termos comido, fomos para a sala, como se diz: fazer um quilo.

- Podem ficar a vontade aqui em casa - eu digo pra Henrique e Ariele

- Fica de boa, não vamos dar trabalho - Ariele disse rindo

Estávamos conversando e assistindo um documentário sobre animais selvagens e as crianças estavam no meio da sala brincando com um monte de brinquedo espalhado do Matt, até que o telefone fixo tocou.

- Vai lá atender amor - Laura diz pra mim me cutucando - Estou cheia demais pra levantar

- Tá bom - levanto rindo dela

Vou direto ao telefone que ficava em uma mesinha pequena do lado da entrada de casa. Pego o telefone e atendo.

- Alô

- Aidan?

- Sim, quem fala? - percebo a voz familiar - mãe?

- Sou eu, meu filho - após ter falado, ela fica em silêncio

- Ah mãe, que bom que ligou, Ariele já chegou bem...

- Aidan!

- O que foi?

- Seu pai... - ela começa a chorar

- O que tem ele?

- Ele se suicidou! - após ela ter dito isso eu não falo mais nada e ela continua a chorar a ligação cai

- Ariele - a chamo e fico parado no mesmo lugar em que recebi a notícia, ela chega até mim

- É pra mim a ligação? - ela pergunta não sabendo de nada

- O nosso pai - meus olhos já estavam em lágrimas e a visão estava embaçada, olhei diretamente em seus olhos - Ele se matou - Ela me abraçou fortemente e choramos juntos

- O que aconteceu - Laura ouviu nossos choros e veio até nós, eu contei pra ela - Eu sinto muito

- Eu achei que terminaria assim pra ele mesmo, ele não estava bem - eu finalizei.

4 dias depois

Minha mãe, minha tia, eu, minha irmã e Laura estávamos de frente o seu túmulo, Henrique se dispôs a ficar com as crianças, pois não era legal traze-las para o lugar onde tudo acaba, eles não precisam entendem isso ainda. Ninguém mais chorava, porque já choraram demais nas noites passadas ou se expressam de maneira diferente do choro. Apesar disso tudo, ele já foi um ótimo pai pra mim, na realidade eu não o culpo, ele só queria proteger quem amava e acabou surtando. Que irônico pensar isso. Pelo menos a dor dele acabou, e agora ele está em paz. Repeti essa frase em voz alta.

- Agora ele está em paz! - pensei comigo mesmo, "a sua luta acabou aqui papai"

Nem todo mundo leva uma vida feliz, alguns pensam em se vingar, outros em agradar, alguns pensam em acabar com tudo, outros em se arrepender, a vida é cheia de mistérios, e mesmo que alguns são solucionados, outros continuam em segredo.
Ao longo da vida, principalmente quando tive tempo de pensar na prisão, aprendi uma única coisa, Que temos que perdoar Aidan? Claro que sim, mesmo que seja um serial killer, só se a pessoa realmente se redimir e se arrepender, porque como eu aprendi:

"Aquele que não consegue perdoar, destrói a ponte por onde irá passar"

Geoge Herbert

Segredos Mortais [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora