Lembranças ruins

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Antes de entrar em minha casa, um cara com a camisa do correios me entregou uma caixa e pediu para eu assinar no papel.

- Desculpe, eu não encomendei nada - estranhei falando

- Eu sei, isso é presente que me mandaram te entregar! - ele pegou a caneta do seu bolso

- Quem? - suspeitei e ele me entregou a caneta

- Eu não sei, vamos, assine logo, eu não tenho o dia inteiro pra esperar - ficou estressado

- Está bem, ok - bufei

Entrei em casa com a caixa na mão e chamei minha tia, ninguém respondeu, provavelmente ela não estaria em casa ainda. Fiquei curioso em abrir a caixa pois não sabia quem mandou, abrindo, eu encontrei uma camisa toda branca, já sabia que era a Laura que queria me presentear, e junto com a camisa havia uma carta, era um papel todo vermelho que não tinha nada, absolutamente nada escrito, mesmo assim eu corri para o meu quarto, peguei meu tablet e fui direto no telefone da casa discar o número da família Owen olhando no tablet.

- Alô? - ouvi a voz da Laura

- Laura é você? - coloquei o tablet ao meu lado - É o Aidan

- Oi Aidan que saudade de você, quero te abraçar bem apertado menino - se entusiasmou falando

- Sinto saudade também e por falar nisso eu recebi seu presente, valeu pela camisa

- Como assim? Que presente? - ela estranhou - Eu não mandei nada

- Larga de ser boba, claro que mandou e até veio com um papel vermelho que eu não sei o que você quis dizer

- Aidan você está me assustando, a única vez que eu e minha mãe mandamos algo foi um recado pro seu e-mail e você nem respondeu

- Mas eu li - comecei a tremer - Então quem me mandou essa caixa?

- Eu não sei, mas seja o que for não fui eu, vamos fazer uma coisa!

- Qual coisa? - fiquei interessado

- Vou conversar com você só por telefone em ligação, se receber algo como carta em meu nome, você vai saber que não fui eu a não ser que eu te avise antes, ok?

- Ok mas você me deixou mais apavorado

Nesse momento minha tia chegou a bater a porta da sala e me chamar.

- Desculpa Laura, eu tenho que desligar, minha tia chegou

- Sem problemas, tome cuidado com esses presentes, por favor não caia nessa - explicou me dando importância

- Tudo bem não vou cair, tchau

- Bye

Desliguei o telefone respondendo minha tia "tô aqui".

- Vem me ajudar com essas compras pro almoço - ela falou indo pra cozinha e eu também - Que caixa é aquela na sala?

- Uma amiga da cidade que meus avós moravam antes, me mandou - menti desviando meu olhar para as sacolas

- E o que ganhou? - ela ficou curiosa

- Só uma camisa bonita - mostrei um sorriso

Após termos feito o almoço de arroz com tudo dentro e salada, eu fui para o meu quarto com aquela caixa desconhecida e fiquei um tempo pensando. Estava disposto a descobrir quem estava fazendo graça comigo!

Minha tia me chamou "Aidan, seu amigo veio te ver!", me assustei porque eu não sabia qual amigo era. Sai do quarto e fui para a sala me deparando com o Pablo.
"O que ele veio fazer aqui?"

- Eu vou pro meu quarto Aidan, vocês se cuidam - minha tia disse querendo deixar nós sozinhos

- Iai cara - nos cumprimentamos com uma batida de mão e um abraço

- Iai Pablo, como você achou minha casa se eu não te falei nada - fiquei meio bravo

- Eu te segui quando terminou a aula, simples - falou com uma cara de "posso entrar na casa?"

- Entra aí, já que você veio até aqui, mas porque você veio aqui hoje? - desconfiei

- Isso é um interrogatório ou o que? - ele sentou no sofá - Só quero fazer amizade e te ajudar a terminar o trabalho

Eu me sentei no sofá também, ele parecia ser bem legal, bem honesto que fala na lata, e gostava de ouvir, e eu praticamente contei tudo que me aconteceu desde aquela noite até hoje, até porque eu tinha a intuição de que ele iria ser meu "melhor amigo". Depois de tanta conversa, a minha tia apareceu na sala arrumada.

- Eu vou sair Aidan, cuida da casa - se dirigiu a porta da frente fechando-a

- Ok - respondi

- Aidan, tive uma ideia - o Pablo sorriu pra mim levantando as sobrancelhas

- Essa ideia não tá parecendo legal - troquei um olhar suspeitoso

- Vamos passar na sua casa antiga?

- Nossa, mas faz tanto tempo que eu não vou lá, tenho até medo

- E você acha que o cara de preto iria ficar lá até você voltar? - tentou me assustar

- Sim, eu acho - fiz cara de lesado - Então vamos lá!

Pegamos o táxi no terminal mais próximo porque era longe minha antiga casa, chegamos lá, o Pablo pagou a corrida e olhamos a casa de cima a baixo parados na calçada.

- Então essa é a sua casa amaldiçoada? - o Pablo perguntou

- É, isso mesmo - olhei triste para a casa

Segredos Mortais [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora