"Esse nunca foi o nosso destino." Fiquei ali, olhando a foto dele sumir da tela do celular. Ainda depois, permaneci por um tempo encarando o aparelho e revivendo os últimos meses de conversas. Para mim, mais de 15 anos depois, essa era a nossa sina e não fazia sentido ele fugi. Pensando em finais e afins, peguei um papel e comecei a escrever a minha vida. A ideia era tentar entender o que eu foi que fiz nesse tempo todo, além de imaginar desfechos diferentes para a mesma estória.
As páginas foram se preenchendo, meus dedos ficando doloridos e eu entrando em um transe frenético. Tudo o que eu conseguia fazer era ordenar letras e palavras. Eu escrevi, escrevi e escrevi mais. Depois, quis rasgar. Coloquei de lado, escondido em meio a uma pilha de outros escritos. Reli outras tantas vezes – e quase picotei de novo. Pensei que havia escrito versões reinterpretadas ou revividas, depois pensei em reescrever. Talvez fossem memórias falhas, talvez fossem sonhos perfeitos.
"Meias verdades são uma mentira inteira", li por aí. Dizem que a mente é esquecida. Não sei se essas frases escritas são ilusões de uma mente romanticamente cansada, utopias de uma mulher de meia idade que cresceu achando que o príncipe viria a cavalo. Não sei se me vi iludida pela possibilidade de viver um grande amor, daqueles de filmes melosos e finais felizes. Mas tudo foi mais ou menos assim...
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Devaneios Curtos
RomanceNão é uma história, são várias. Ficção, romance, sexo ou o que mais passe pela minha cabeça.