Tempos depois, com o relacionamento caindo na rotina e eu vivendo um peculiar momento de crise existencial, me vi no olho de um furacão de sentimentos. Eu precisava de uma saída, um escape, uma distração; e fiz uma conta no Facebook. Desta vez, fui atrás de todas as amigas e amigos que me faziam tanta falta. Eu precisava resgatar a minha identidade, voltar a usar as roupas que eu gostava, o cabelo que eu queria, tornar a me sentir inteligente e admirada. Busquei as pessoas que eu, basicamente, não queria que tivessem sumido da minha vida.
De repente, não mais que de repente, fiz a famigerada busca pelo nome dele. Ainda não entendo a atração latente e pungente que sinto por ele! Mas lá estava ele: lindo, maduro, solteiro e, para minha surpresa, bem sucedido. Preciso assumir, de uma vez por todas, que essas informações deixaram meu coração, no mínimo, rancoroso. "Ele não podia estar tão bem!", disse o diabo e seu tridente ao pé do meu ouvido. "Fique feliz por ele!", disse o anjo e sua auréola no outro. Quem estava do lado direito e do esquerdo? Não sei. Sei que um deles era a razão e o outro, a emoção. Neste momento, elas colidiram amargamente.
Percebi que esperei demais de um menino de 15 anos e de menos de um homem de mais de 30. Foi aí que cometi o maior erro de todos: enviei um e-mail para ele. Como eu pude ser tão imatura? Não sei. Mas eu precisava visceralmente falar com ele. Eu queria mesmo, com todas as forças, ouvir a voz dele. Pensei que isso seria um ponto final para mim – o fechamento de uma ferida de 15 anos. Talvez, fosse uma necessidade masoquista de ver como ele estava bem. Ou sei lá o que pensei. Eu queria. É isso.
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Devaneios Curtos
Любовные романыNão é uma história, são várias. Ficção, romance, sexo ou o que mais passe pela minha cabeça.