Epílogo

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EPÍLOGO

1 ano e três meses depois...

O padre une nossas mãos. Prendo a respiração sentindo mil borboletas dentro do meu estômago. Fecho os olhos, mas volto a abri-los rapidamente com medo de que aquele momento seja apenas um sonho.

- Por favor aproximem-se e estendam as mãos. – Sorrio para Poncho. Para a minha felicidade não estou sonhando, isso tudo é mais do que real ao confirmar pela voz do padre.

Meus olhos brilham. Tenho certeza que estou prestes a chorar e Alfonso também. Ele sorri para mim e me sinto mais unida a ele do que nunca. Os poucos meses de namoro me pareciam muito mais de tanto ficar juntos. Não posso reclamar, ao contrário ele é o que sempre sonhei e me sinto mais do que preparada para dar esse passo adiante com ele.

O chorinho do pequeno bebê me fez voltar a atenção para ele. Passei a mão no rostinho choroso tentando acalmá-lo. Ele era tão lindo, tão perfeito... nem sei como, mas não precisou olhar duas vezes para amá-lo incondicionalmente.

- Prometo amar e te guiar sempre pelo caminho certo. Nunca te faltará nada. Como sua madrinha prometo dar o melhor de mim. – Sussurro e Poncho parece concordar com as minhas palavras.

Arthur continua chorando e meu coração se aperta. Olho pra Alice e ela parece tão angustiada quanto eu, embora soubéssemos que ele só pararia de chorar quando o padre parasse de derramar água na sua cabecinha, o que me pareceu uma eternidade é claro.

- Pelos poderes concedidos a mim pela Santa Igreja eu te batizo Arthur Lanus em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Poncho beijou a testa do nosso anjinho e eu fiz o mesmo. Alice limpava uma lágrima emocionada. Suspirei. Era uma pena que Damian não estivesse ali. Ele não havia... aceitado muito bem o fato de ser pai. Simplesmente montou na sua moto e... sumiu. O bebê já completava 3 meses e até agora nada. Damian era um idiota e ainda teria o prazer de falar isso pra ele! Só espero que não seja tarde demais.

Alice fingia que estava tudo bem, mas eu sabia que não. No fundo, que mãe não deseja compartilhar esses momentos ao lado do pai da criança? Ela estava magoada, eu também estaria. Ele pode até não ser a melhor pessoa no mundo, mas estava se saindo uma ótima mãe e isso me fez de alguma forma admirá-la e querer ajuda-la. O resultado era esse, acabamos nos envolvendo e agora estávamos unidas por aquele pequenino e me sentia feliz com isso. Dentre todas as coisas inesperadas que me aconteceram nos últimos meses acho que essa foi uma das maiores e, no entanto, uma das que me fazia mais feliz.

- Dulce mandou te entregar, Alice. – Mai anuncia entregando um pequeno saquinho vermelho.

Dulce era outra que estava... "sumida". Bem na verdade sabíamos mais ou menos onde ela estava: atrás de Christopher. Desde a bombástica notícia da expulsão, minha amiga tinha enlouquecido. Christopher largou tudo e deixou a cidade. É claro que ela não pensou duas vezes, esperou o fim do semestre passado e o desse também e caiu na estrada. Agora estava atrás dele, mas parece que as pistas que conseguia nunca levavam a ele. Também é óbvio que a avó dela quase enfartou com toda a história.

- Oh mas é linda! – Alice sorriu com uma pequena pulseirinha dourada nas mãos. – Vamos colocar o presente da tia Dulce, meu filho.

O bebê que ainda estava nos meus braços agora brincava com o meu colar. Os dedinhos gordinhos tentavam puxá-lo sem sucesso. Alice teve um pouquinho de trabalho, mas conseguiu colocar a pulseirinha nele.

Não via a hora de ver Arthur brincando pela casa. No fim a casa de Mai estava sendo usada por Alice, já que Dulce voltou pra República. O pai de Alice não ofereceu a mínima assistência, ao contrário, disse que uma filha sendo mãe solteira atrapalhariam sua carreira política. É óbvio que Poncho quis tirar satisfação, mas ela não deixou e estava certa. No fim, todos nós ajudamos e aquele pequenininho uniu a todos.

DespretensiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora