Capítulo 31 - Nova Rotina

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Um final de semana pode parecer pouco tempo quando está se feliz e com tudo dando certo. Mas pode parecer longo demais, complicado demais e exagerado demais quando as coisas com certeza tendem a não dar certo.

Embora não houvesse nada de terrivelmente errado acontecendo, era difícil conviver numa casa onde todos participam da vida um do outro.

A noticia do nosso “namoro” caiu como uma bomba pra eles e até agora as perguntas não pararam. Por alguns momentos até me sentia como uma criminosa com tantos interrogatórios. Por outro lado, eu sabia que era normal, afinal morávamos juntos. Porém mais do que isso: éramos amigos de verdade.

Poncho disse que era essencial que todos acreditassem, inclusive os nossos amigos, ou uma hora ou outra, a fofoca de que era um namoro de fachada se espalharia. Pra evitar isso, meu amigo falou que seria mais fácil se eles acreditassem. Mas manter um namoro de fingimento era fácil na rua, mas e dentro de casa?

A situação era um pouco mais complicada do que eu pensava. Imaginá-lo por perto era bem diferente do que realmente tê-lo dessa forma. Agora, passávamos mais horas juntos e as decisões não eram apenas minhas.

Isso não parece ter nada de errado na teoria, mas na prática era bem diferente. No dia seguinte a festa, fomos bombardeados por perguntas e mais perguntas. Eu estava tão cheia daquilo que só queria sumir de casa, esquecer da vida. Mas Alfonso me lembrou que eu não podia fazer isso. Para todos os efeitos, havíamos acabado de começar a namorar e, portanto, ficarmos separados não fazia nem um pouco de sentido.

De repente me dei conta de que os finais de semana não seriam mais os mesmos, nem os intervalos na faculdade, nem nenhum outro momento em que estivéssemos no mesmo lugar. Me assustava um pouco não vou negar, mas eu estava mais do que feliz!

Ter Poncho ao meu lado era tudo o que eu sempre quis e ter essa chance, apesar dos pesares, era sem duvida a melhor coisa que já aconteceu na minha vida e eu iria aproveitá-la.

Decidi descer pra tomar café. Nunca imaginei que ficaria nervosa com algo tão simples, rotineiro.

- Bom dia. – Entrei na cozinha dando graças a Deus por apenas Christopher estar na cozinha. Fui atraída pelo cheiro do bacon que ele fritava.

- Bom dia Annie. Senta ai e come comigo. – Ele convidou dando uma piscada.

De todos os meus amigos, Christopher era o mais fácil de conviver. Era o que me fazia sentir mais relaxada, sem cobranças, nem nada. Embora, Maite fosse igual, a diferença estava em que ele não se preocupava com nada, simplesmente me deixava a vontade, confortável o bastante pra se quisesse, até permanecer em silencio.

- Muito bem, lá vai. – Despejou uma quantidade generosa de bacon num prato no centro da mesa.

- Preparada? – Assenti com um sorriso. - Atacarrr!

Era realmente muito fácil conviver com ele. Comemos em um silêncio agradável as vezes quebrado por sorrisos e brincadeiras.

- Estava delicioso. Já pode casar! – Brinquei e Christopher fez uma careta.

DespretensiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora