Capítulo 5 - Sorte no Azar... Azar no Azar!

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         Lábios tentando suprir a fome desesperada um do outro. Mãos sedentas pelo toque. Olhos que só enxergavam a luxúria. O corpo pedindo cada vez mais num desejo incontrolável de nos sentirmos unidos...

         Me sentia nas nuvens, onde nada além daquele sentimento sublime e as mãos dele podiam me alcançar...

E então foi ai que o maldito despertador tocou! Uma hora e meia antes do previsto e cortando meu sonho no melhor momento. Fiz uma nota mental de nunca mais pedir a Christopher que consertasse nada, ele era péssimo nisso.

         Depois de acordar com Poncho, ou pior, do meu sonho com ele, tentei dormir novamente, mas a agitação para voltar ao mesmo sonho não me deixou. Quis chorar, pois mais uma vez sonhava com ele e nunca chegávamos ao finalmente se é que me entendem. Mais uma chance perdida...

         Eu sei que é errado. Sei que provavelmente se as pessoas soubessem me considerariam louca por querer alguém, ainda que seja apenas em sonho. Sei que tenho que encarar a realidade com os olhos bem abertos, mas era muito difícil. Nem mesmo no silencio dos meus pensamentos me permitia pensar que ele não me queria... Não, definitivamente não estava pronta para isso. Ainda precisava do meu mundo dos sonhos...

 

Como se não bastasse ter acordado super cedo, meu dia estava sendo um verdadeiro inferno e meu mau humor matinal, desta vez, estava mais do que justificado.

Não, eu não estava exagerando. Comecei o dia literalmente com o pé esquerdo. Depois de acordar fora do horário, não consegui voltar a dormir e então decidi ir correr um pouco pra aliviar a cabeça de pensamentos tão... pervertidos. Definitivamente estava na hora de parar com isso ou teria que procurar ajuda do psicólogo!

Porém bastou colocar o pé pra fora da cama, para as coisas saírem errado. Whiskas, o maldito gato aproveitador estava dormindo ao lado da minha cama. Acabei por pisar nele e ai já viu, levei uma dúzia de arranhões nas pernas antes dele fugir assustado. Sem alternativa, fui tomar banho, afinal precisava limpar aqueles machucados. Lembrete número 2: cortar as unhas do gato, o bichinho danado!

Vinte minutos depois eu estava pronta. Decidi tomar um café tranquila, afinal nunca conseguia fazer isso, pois sempre tinha uma verdadeira manada dentro da cozinha. Desci as escadas, disposta a fazer umas deliciosas omeletes... só de pensar já estava com água na boca! Mas foi só abrir a geladeira pra minha água na boca de desejo se transformar em espuma de raiva! Que diabos tinha acontecido ali? Não tinha ovos! Tudo bem que isso era muito pouco pra se estressar, mas não estava sendo um dia bom até agora.

Disposta a mudar minha sorte e meu humor, resolvi ir tomar café numa padaria próxima ao campus. Pelo menos lá eu teria seguramente meu prato de omelete! Abri a porta da cozinha e... mas hoje realmente não é o meu dia! Uma tempestade daquelas estava caindo!

Bati a porta com raiva e me sentei esperando até que parasse ou ao menos, a chuva diminuísse. Uma hora e meia depois, meu desejo é finalmente atendido. Nem preciso dizer, que a essas alturas, ao invés de estar adiantada, eu estava terrivelmente atrasada. Sai correndo e amaldiçoei Poncho no meio do caminho por não estar ali pra me dar carona. Não que ele fosse o único a ter um veículo próprio, mas cá entre nós, não gostava muito de aguentar Dulce tagarelando logo pela manhã e muito menos o mal humor matinal de urso de Christian, portanto a melhor alternativa mesmo, era ir a pé.

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