Capítulo 2 - O Idiota Perfeito

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Poncho... meu melhor amigo, mas ao mesmo tempo o meu pior pesadelo. Como podia uma coisa dessas? Era quase loucura pensar assim, mas era a pura a verdade. Ele era o meu sonho, aquele por quem eu suspirava noite e dia, aquele por quem passava horas imaginando momentos especiais enquanto estava deitada na cama antes de dormir, aquele que fazia meu coração parar por um simples toque no rosto ou um abraço... Ah meu Poncho... Minha doce tortura desde os meus 14 anos...

Eu sei, era ridículo o fato de uma garota continuar suspirando por um cara que nunca se tocou disso em tantos anos de amizade. Acho até que eu podia ser considerada masoquista, mas o que eu podia fazer se era ele quem me fazia tremer na base apenas com um simples olhar?

 

“Cai na real e arrume um cara! Poncho nunca vai se ligar em você. Pra ele você é apenas a irmãzinha que ele nunca teve. Acorda garota!” – Minha consciência explodiu tocando um tambor dentro da minha cabeça. Ela estava certa, eu tinha que parar de me iludir. Alfonso nunca prestaria atenção em mim e a prova disso, estava em seus braços, a terceira garota em menos de uma semana.  

Ruiva, alta, corpo definido, cabelos lisos e compridos, sorriso artificial, pose de super modelo... tudo o que ele mais gostava e não sei se feliz ou infelizmente, tudo o que eu não era.

Suspirei irritada comigo mesma por ainda estar ali perdendo tempo. Abaixei a cabeça e comecei a andar mais rápido na tentativa de passar despercebida. Não estava num dia bom e não queria deixá-lo pior ainda.  

- Niña!

Travei e não ousei me virar para trás. Eu sabia muito bem que era ele o dono daquela voz. Aliás, mesmo que não tivesse reconhecido, só ele me chamava daquela forma e sim, podia parecer bobo, mas eu me sentia especial por isso.

- Niña! – Poncho voltou a gritar e me virou para ele. Eu era realmente uma idiota, mas um simples gesto, um simples toque era o suficiente pra me fazer derreter. Toda a raiva se evaporou em questão de segundos. – Não me ouviu te chamar? – Perguntou com aquele sorriso fácil nos lábios enquanto me abraçava de lado.

- Me desculpe não estava prestando atenção... estava distraída. – Minto lutando contra o estremecimento que seus braços me causam.

- O que aconteceu? – Ele me fitou com aqueles olhos verdes escuros capazes de me hipnotizar.

E agora sua tola? Diga algo! Não o deixe esperando ou ele vai realmente te achar uma idiota!” – Minha consciência voltou a gritar e a minha Annie interior puxava os cabelos exasperada.

- O de sempre... – Solto um suspiro tentando relaxar naquela situação nada confortável para mim. Tinha medo de que a qualquer momento Alfonso se desse conta do que de verdade eu sentia por ele. Isso seria o fim de uma linda amizade e eu não queria isso por nada. Preferia mil vezes tê-lo por perto sendo sua amiga, do que não vê-lo nunca mais por algo que certamente jamais aconteceria, caso ele percebesse o que eu sentia.  – Christian tratou a Maite daquele jeito “super sensível”, Dulce chegou emburrada porque Christopher cantou mais um de seus namorados e...

Alfonso começou a rir.

- Aquela casa bem que poderia ser confundida com um hospício não é mesmo? – Disse com aquele lindo sorriso no rosto.

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