12.

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Harry

Se pensava que tudo não podia dar pior na minha vida, pufff... Vem sempre alguma situação a estragar a pouca paz que tenho.
Depois do meu "encontro" com a Bia em casa da Inês e do Niall que o ambiente entre mim e ela se tornou ainda mais insuportável. Passaram três dias desde essa situação e cansei de esperar que algo aconteça. Liguei ao George meu advogado e decidi que iria coloca-lo entre a espada e a parede. Ele anda a evitar falar comigo desde que a Bia me disse que recebeu os papéis para a nossa separação. Decidi antes de tudo desabafar com o Louis, afinal ele é o meu melhor amigo e apesar de não perdoar o que fiz à Bia, ele tenta estar do meu lado fazendo ver que existem pontas soltas nesta história.
Ouço a campainha e apresso-me a abrir a porta, vendo o Louis do outro lado com cara de desculpas pelo atraso. Sim, pedi para que ele fosse comigo visitar o George. Não sei porquê, mas tenho a sensação de que preciso de alguém a meu lado se eu perder a cabeça. E olhem que não falta muito para isso acontecer.

Passei pela recepcionista sem um boa tarde dizer, apenas perguntando pelo George. Ela meio assustada indicou a sala e engoliu em seco, pois vendo a minha cara era o mais normal.

- Harry promete que te vais conter quando falares com ele. – O Louis pede colocando-se à minha frente, mesmo antes de abrirmos a porta do gabinete.
- Eu só quero saber quem lhe deu a ordem de enviar os papéis.

Ouvimos vozes do outro lado e ambos nos olhamos como a tentar entender o que se passa do outro lado da porta.

- Desculpa, mas não posso fazer o que me pede... Já coloquei demasiado em jogo... A minha profissão em risco... Sim... Não... Já enviei os papéis que me pediu, mas ninguém os devolveu... Se o Harry sonha, eu sou um homem morto.

O quê? O meu olhar ergue-se de encontro ao Louis e ele está tão chocado quanto eu. A minha mão vai de encontro à maçaneta da porta e quando me preparo para a rodar, o Louis impede-me.

- Tenho uma ideia. – Sussurra.
- Que vais fazer?
- O George pensa que és tu que queres falar com ele. Mas ele vai ficar todo atrapalhado depois do que ouvimos, ele não te espera. Assim deixa comigo.

Fico confuso, mas deixo o meu amigo tratar do assunto. O Louis bate à porta e depressa ouvimos a voz do George a mandar entrar. Garanto que ele tossiu assim que me viu. O meu olhar queima o seu corpo de alto a baixo e se não fosse por ter o Louis comigo eu já lhe tinha partido as fuças.

- H-Harry. Tu por aqui?! – Mostra-se admirado e meio atrapalhado.
- Não sei qual o espanto George. Tu sabias que eu iria passar cá hoje. Por isso boa tarde. – Sento-me na cadeira à sua frente.
- Pois...
- Boa tarde também se usa George. – O Louis fala e noto que reprime um ligeiro sorriso meio maléfico.
- Ah sim... Boa tarde Louis. – Tenta parecer descontraído, mas sem sucesso. - Sentem-se. – Fala, mas fica sem jeito, pois nesta altura já eu e o Louis nos encontramos sentados.
- George passa-se algo? – Louis questiona erguendo a sobrancelha.
- Não. Porque se haveria de passar? – Responde tentando respirar calmamente.
- Não te conhecia tão nervoso. Quem te vir até parece que está a fugir de algo. – Digo olhando o Louis a meu lado.
- Ou direi antes... fugir de alguém. – Fala olhando o homem à nossa frente.
- Nada disso. Bom, mas tratando de outros assuntos. Que se passa para que precisem dos meus préstimos?
- Passa-se que eu quero saber como os papéis do meu divórcio foram parar às mãos da Beatriz sem que eu os tenho pedido, nem dado autorização para tal?
- Como assim? Não sei de que falas?
- George, tens a certeza que não foste tu? É que os papéis foram entregues num envelope da tua empresa e existe uma carta assinada pela tua secretária em teu nome. – Falo tentando controlar a raiva que sinto.
- Eu... Eu... - Gagueja e isso está a começar a enervar-me.
- Acho melhor parares de gaguejar George. Ou será que se o Harry sonhar o que andas a fazer tu és um homem morto? – Ele deixa cair a caneta e engasga-se assim que o Louis fala.
- Eu só quero saber porquê? Porquê? E quem George?

Just LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora