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Thomas

Alguém vai ter de me explicar como no espaço de poucas horas tenho a minha namorada chateada comigo, o meu melhor amigo saiu aqui de casa completamente destroçado e aquela que eu considerava minha amiga nem sei se o é mais.

Agora estou aqui deitado na minha cama a repassar os momentos e a tentar entender tudo o que se passou.

Este é daqueles momentos em que eu quero acordar do pesadelo onde estou metido. Ainda estou atónito com o regresso repentino da Anna. Eu sei que ela estava para chegar e só não sei que o primeiro sitio onde ele viria, era até minha casa.
Só me apercebi do caos que estava instalado quando senti a mão da Sophie no meu braço puxando-me mais para ela. Posso ver o olhar da Anna passando por todos que estavam nesta sala. Atrás da Anna posso ver o olhar de desilusão do Ed que a olha talvez com mágoa pelo que me parece. A Sophie ainda com a mão firme no meu pulso aperta-o como nunca antes o tinha feito, olhando a rapariga à nossa frente com alguma raiva à mistura.
Basicamente um furacão tinha acabado de chegar. O furacão Anna. Com toda a situação apenas tenho certeza que os problemas estavam apenas no inicio, eu acho. Acho não. Tenho certezas.
Acordo dos meus pensamentos com a voz da Sophie praticamente cuspindo fogo para com a Anna.

- Que estás aqui a fazer?
- Bem... Eu estou de volta. E vim para ficar. – A voz da Anna soa e apesar de mais madura, ela continua igual à menina que saiu daqui há quatro anos atrás para ir viver com a tia do outro lado do mundo.
- E onde vais ficar? – Falo mesmo sem sequer me aperceber.
- Com o meu pai para já. Daqui a uns tempos faço contas de ter a minha própria independência. Afinal foi para isso que voltei e fui embora também. Para ser independente de tudo e todos...
- E para fugir dos teus problemas... - O Ed interrompe o discurso da Anna e vejo-o vestir o casaco e agarra na mochila.
- Ed... Nós temos de falar...
- Anna nós não temos nada para falar. Aliás como tu disseste antes de ir "está na hora de seguir em frente". E foi isso que eu fiz. Por favor não faças o quesito de quereres falar comigo, pois agora sou eu que não quero falar contigo.

Dito isto, o Ed sai desvairado de minha casa e eu fico sem reacção para o que está a acontecer.

- Parabéns Anna! – A Sophie fala. – mais uma vez conseguiste magoá-lo. Já não chega o que fizeste antes.
- Amor, tem calma. – Digo.
- Calma Thomas?! Como queres que esteja calma quando esta miúda veio para magoar o meu irmão e roubar-te de mim. – O seu olhar é de medo.
- Roubar de ti? Mas vocês namoram? – A Anna pergunta.
- Sim. Namoramos e tu nem penses meter-te entre nós. – A resposta vinda da Sophie faz-se ouvir.

O silêncio impera e de soslaio vejo o meu pai e o meu tio Zayn olharem para a Anna e toda a cena a desenvolver-se. A Anna acaba por se sentar com a cabeça apoiada nos braços e cabisbaixa.

- Vocês nunca me vão perdoar ter ido embora. Eu sei. Mas eu precisava sair daqui. Precisava de viver e ganhar a minha liberdade.
- Anna ninguém te prendia aqui. – Falo tentando entender do que ela fala.
- Tu não entendes Thomas. Nunca vais entender. Nunca vais saber o que é sonhar com o conto de fadas e ter medo que ele se torne real.
- Então porque o magoaste? – A minha namorada acusa-a.
- Não foi de propósito.
- Deixa-me rir. Tu magoaste duas das pessoas que mais amo no mundo. E agora voltas como se nada fosse e estivesses à espera de perdão sem que nada tivesse acontecido? Para mim chega de lágrimas de crocodilo Anna.

Deixando a Anna no meu sofá e na companhia do meu pais e tio, subo a escada atrás da minha namorada.

- Sophie onde vais?
- Para casa. Tudo isto foi um erro. Nós fomos um erro. – A sua voz falha e eu engulo em seco as suas palavras.
- Como assim nós somos um erro? E tudo o que eu te disse hoje à tarde? Isso não conta? – Encosto-me à porta vendo-a arrumar as suas coisas.
- O problema é esse Thomas. Conta e muito. Tudo o que disseste sei que foi de coração. O problema sou eu. Eu que sou insegura e mimada ao ponto de não ser suficiente para ti.
- Mas tu és.
- Não, não sou. Tu mereces melhor. E o melhor está na tua sala, sentada no sofá.
- A Anna não é nada comparada contigo. Que merda. – Falo meio desconcertado.
- Ela é tudo o que eu não sou, Thomas. Eu vi. Vi a maneira como ela te olhou assim que chegámos juntos lá abaixo. Vi como o olhar dela brilhou ao olhar para ti e logo de seguida mudou quando nos viu juntos. Eu não quero ser segunda opção.
- Achas que é isso mesmo? Que tu és segunda opção? – Olho-a esperando uma resposta. – É isso?

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