Just Love

30.

Beatriz

O tempo passa e apesar de tudo parece que aos poucos tudo está a melhorar. O Harry tem sido incansável em reconquistar a confiança dos nossos filhos. A Emma e a Lottie andam com sorrisos no rosto por ter o pai por perto.
Quanto ao Thomas, as coisas estão mais calmas é verdade, mas mesmo assim sinto e todos vêm que a relação entre pai e filho ainda está muito fragilizada. Ambos têm um caminho longo a percorrer para que voltem a ser o "melhor" amigo um do outro.
Hoje o Harry fez questão e ir com as gémeas e o Zarry até ao parque. Acho que eles estavam a precisar de se distrair umas horas. Ainda convidaram o Thomas, mas ele disse que tinha de estudar e queria afinar umas músicas para apresentar no festival da escola. Mal ele sabe que a Sophie me confidenciou que o meu filho vai participar na audição para a entrada no conservatório. Não sei como ele nos contou que o iria fazer. Não o culpo por isso, afinal tem acontecido demasiadas coisas nos últimos tempos. Enquanto ele está no quarto, eu luto comigo mesma, olhando a televisão sem mesmo prestando atenção, para se arrisco ou não ir falar com o meu filho. Tenho saudades de quando ele era pequeno e me contava tudo. Quer dizer, não tudo, pois eu sei que ele e o pai eram os confidentes um do outro. Passando a mão na minha barriga sorrio ao pensar que em breve esta família vai ter mais um membro. E quem sabe se este pequeno ser que cresce dentro de mim não será o laço que falta a esta família.
Desperto dos meus pensamentos com o barulho da porta e as risadas das minhas filhas. Um sorriso automático invade o meu rosto quando as vejo entrar em anema brincadeira com o pai.

- Oh pai, mas eu quero praticar artes marciais. – A Emma diz e o Harry gargalha, tal como eu.

Mal me ouvem, os três param o que estão a fazer e centram-se na minha pessoa, enquanto o Zarry vem na minha direcção sentando-se junto aos meus pés.

- Sem, desde quando queres praticar isso? – pergunto contendo o riso, pois decididamente, a minha filha é meiga demais para estas coisas.
- Mãe, a Emma diz que só assim vai poder defender-se de quem lhe quer fazer mal. – A Lottie responde.
- Emma, tu até podes crer praticar artes marciais para te defenderes, mas não acredito que vás gostar. Aliás, tu nem os filmes de terror gostas, quanto mais. – O Harry fala baixando-se ao nível da filha.
- Tens razão. – responde suavemente.
- Mas eu sei de algo que vais gostar de aprender. Melhor, vocês duas vão adorar. – Olha-me sorridente.
- De que estás a falar, pai?
- Patinagem. – Elas arregalam os olhos e posso ver o brilho neles. Ao contrário de mim que quase engasgo a ouvir essa palavra.

Não que eu não ame a patinagem, porque essa é uma das minhas paixões. Mas desde há uns dois anos que me deixei de patinar e só o faço quando realmente tenho a cabeça demasiado cheia e com as ideias desordenadas.

- A mãe sempre vos pode ensinar. Afinal sempre foi algo que vocês querem. – Ele fala sem nunca desviar o olhar do meu.
- Harry, tu sabes que eu já não tenho jeito para isso. – o meu tom é baixo.
- Vá lá mãe. Tu foste campeã. Uma campeã nunca perde o jeito. – A minha Lottie diz.
- Além disso é como quando o pai nos ensinou a andar de bicicleta. Nunca se esquece. – Desta vez a voz da Emma qua se faz sentir.
- Elas têm razão. Tu sempre foste boa na patinagem e eu sei que ainda não perdeste o jeito.
- Está bem. Eu ensino-vos. Afinal algum dia tinham de usar os patins que os tios Tomlinson vos ofereceram. – Rio ao lembrar o dia em que o Louis e a El entraram ela minha casa a dentro com as caixas e os patins dentro delas. Eles diziam que ambas tinham de seguir as pisadas da mãe. Tal como o Niall e o Liam dizem que o Thomas segue as pisadas do pai.
- Mas vocês têm de me prometer uma coisa. – O Harry fala e as filhas olham-no atentas. – Têm de prometer que não vão cansar a mãe e que tomam conta dela e do mano que está para nascer. Certo? – Elas assentem sorridentes e correm para o andar de cima com o Zarry em seu enlaço.
- Vocês estão muitos confiantes de que este bebé vai ser um menino. – Digo vendo o Harry sentar-se a meu lado depois de depositar um beijo na minha testa. Assim como todos os poucos carinhos que temos trocado entre nós são pequenos toques, abraços ou os beijos na testa que ele me dá.
- Vocês estão bem? – Questiona pousando a mãe sobre a minha que está sobre o meu ventre.
- Sim estamos bem. – Suspiro com um sorriso à mistura.
- O Thomas? Está no quarto? – Assinto.
- Fala com ele, Harry. Sinto que ele precisa de um ombro amigo e alguém em quem confiar.
- Mas ele não confia em mim. – Diz meio triste.
- Ele confia. Se não confiasse, podes ter certeza que era o primeiro a "sair" desta casa quando tu entraste por ela novamente, indo pedir ajuda aos teus pais ou aos meus. Seria o primeiro a atirar-te à cara que não cumpres as tuas promessas. Seria o primeiro a não deixar que te aproximasses das irmãs e de mim. Se não confiasse em ti podes ter certeza que não choraria durante a noite por sentir a falta do pai. Assim como tu também choras quando ele não te deixa aproximar.
- Tu... Tu ouviste-me chorar? – Pergunta tremulo e eu assinto.
- Tal como tu sentes a falta dele, também ele sente a tua falta. A Sophie falou comigo e contou que ele vai participar na audição de entrada no conservatório. – Ele olha-me instantaneamente e eu rio. – É. Parece que o Thomas Styles seguiu as pisadas do pai na música. Além de que também ele decidiu guardar segredo dessa audição. – Ele suspira. – Fala com ele.
- Ele está no quarto, certo? – Olha a escada para o andar de cima.
- Tem lá estado a tarde toda. A tocar guitarra pelo que ouvi.