Just Love

23.

Beatriz

O tempo passa tão rápido que chega a ser assustador. Um mês passou e as coisas parecem estra mais calmas. Pelo menos assim aparenta. A minha gravidez está a correr bem e posso dizer que sou a mulher mais mimada de todas. Os meus filhos não me deixam sozinha um minuto e fazem de tudo para ajuda, alegando que o irmão tem de ter todo o conforto. Na semana passada dei por eles junto da Sophie a tentar decidir o nome do irmão. Sim, eles teimam que vão ter um irmão e não uma irmã. A Emma e a Lottie estão mais calmas em relação à ausência do Harry. Sim continuam a perguntar por ele, mas não com a frequência inicial. Já tentei entender o que vai na cabeça delas, mas nenhuma das duas exprime o que sente. Nisso têm a quem sair. O Thomas fala no pai sim, mas já entendi que o Harry o incumbiu de qualquer coisa, embora ele nunca me tenha dito o que realmente. Sei, porque vejo a maneira como ele age e interage comigo ou com as irmãs. Ele tem mostrado um instinto protetor inexplicável para connosco. A Samantha tem andado muito sossegada e isso assusta-me um pouco. Ela está praticamente no fim da gravidez e pelo que sei, o bebé pode nascer a qualquer momento. Preocupa-me o facto do Harry não estar por perto. Apesar de tudo, a criança não tem culpa dos erros dos adultos. O meu irmão Zayn está mais próximo dos outros e pode ser um bom sinal. O Louis já fala melhor com ele, assim como o Niall se tem mostrado mais próximo. Ainda falta conhecer os verdadeiros motivos do afastamento do meu irmão, mas acredito que em breve saberemos. Até a Perrie sabe os motivos e nunca se descaiu sobre o assunto. A Inês agora virou confidente da Eleanor. Algo se passa com a El e o Louis, mas nenhuma me quer contar o que se passa. Por fim a Sophia e o Liam tiveram uma crise há cerca de duas semanas e foi preciso os filhos fazerem com que os pais se acertassem e percebessem o erro que estavam a cometer. Agora eu, bem eu sinto a falta do Harry. Muito mais do que queria e poderia imaginar. Saber que estou à espera de um filho dele e não lhe poder dizer está a deixar-me meio desconfortável. Dava tudo para ter um sinal de que pelo menos ele está bem. Não sei o porquê de ele ter ido embora ou se não foi, gostava de saber o porquê.
Hoje vim mais cedo para a clinica, pois quero sair mais cedo para ir espairecer um pouco. De há uns dias para cá sinto a necessidade de me manter em paz. Como deixei a patinagem há uns anos, agora opto apenas por assistir aos treinos da nova equipa da cidade. Sabem que o bichinho deste desporto nunca me largou.

O Michael bate à porta e pede licença para entrar e com ele trás uma caixa com um laço, quase como se fosse um presente.

- Que trazes aí? – Pergunto olhando a caixa que ele pousa na minha secretária.
- Deixaram para ti na receção.
- Não gosto de surpresas. – Digo olhando meio receosa para a caixa.
- Isso não é verdade. Tu sempre gostaste de receber presentes. Principalmente se fosse o Harry a enviar.
- Pois, mas o Harry não está cá e dadas as circunstâncias, um presente pode ser envenenado.
- Deixa de ser tola e abre a caixa. Eu estou contigo e se for preciso luto com o que possa sair da caixa.
- Até parece que vai sair daqui algum bicho. – Digo arqueando a sobrancelha para a caixa.
- Beatriz, uma caixa de cartão toda pirosa e com um laço cor-de-rosa, não vai trazer nenhum bicho. Por isso abre a caixa que fiquei curioso. – Ri-se.

Com alguma reticência abro a caixa e olhando o seu conteúdo retiro de lá um pequeno papel com uma palavra, mas também uma fotografia. Ao olhar a fotografia sorrio de imediato.

- Uma fotografia?... – O Michael pergunta curioso.
- E um papel com uma palavra. – Entrego-lhe o papel.
- "Queria"? Mas o que significa este "queria"?
- Não faço ideia. – Olho a fotografia e lembro o dia em que foi tirada. O aniversário de seis anos do Thomas. O dia em que contei ao Harry que estava grávida pela segunda vez. Esta fotografia, ele tirou dizendo que o brilho do meu sorriso contava uma história.
- Estavas tão radiosa nessa fotografia.
- Sim, foi um bom dia com ótimas recordações.
- Achas que foi ele?
- Ele quem? O Harry? – Assente. – Não sei, mas o meu coração quer acreditar que sim.
- Agora esse "queria" deixa no ar que pode haver mais surpresas.
- Deixa de ser vidente que nem sabemos quem enviou.
- Seja quem for tem acesso a fotografias tuas.
- Não entre por aí por favor. – Arrepio-me só de pensar que alguém me quer mal a ponto de invadir a minha vida pessoal.
- Calma Bia. Estava a brincar. – Respiro fundo. – Seja quem for conseguiu pelo menos fazer-te sorrir e isso é algo especial em ti e tão raro ultimamente.
- Desculpa Michael. Apenas me veio à cabeça a desgraçada da Chloe e toda a situação que a envolve na minha vida.
- Não tens de pedir. – Olha as horas. – Vá. Vai-te embora que eu acabo as tuas consultas.
- Mas... - Interrompe-me.
- Mas nada. Quem manda sou eu e tu hoje estás dispensada o resto da tarde. Vai espairecer e aproveita para cuidar de ti e fazer feliz o meu "sobrinho". – Aponta para a minha barriga.
- Todos vocês dizem que é um rapaz. Quero ver se sair uma menina.
- Se for rapaz vai ser um campeão como o pai e o irmão. Se for menina, vai linda como a mãe e uma princesa como as irmãs.