Thomas
Depois de chegar à sala com o meu pai, vi realmente o meu tio vinha com cara de poucos amigos. Olho a minha mãe e vejo que ela pede às minhas irmãs que subam para o quarto, ao que elas assentem rapidamente.
- Louis, que gritaria é esta? – O meu pai pergunta.
- Como foste capaz de deixar o teu filho fazer o que fez? – Ele responde com outra pergunta.
- Mas o que eu fiz tio? Eu não fiz nada.
- Não? Então que significa isto que encontrei no quarto da minha filha? – A Sophie agarra-se à minha mãe e esconde a cara no seu abraço.
- Louis, vamos falar com calma. – A voz da minha mãe faz-se ouvir. – Não precisas de ser tão bruto.
- Bia, eu só quero proteger a integridade da minha filha.
- Estás a querer dizer que o meu filho não é digno de namorar a tua filha? – O meu pai fala e olha-o com um olhar severo.
- Nada disso, Styles. Só acho que eles ainda são muito novos para estas coisas. – Sinto-o frustrado.
- Olha Louis, que eu saiba também tu perdeste a tua virgindade cedo, certo? E o Thomas garantiu que nada se passou, não é Thomas? – Assinto com vergonha, pois o que era para ser segredo já se descobriu.
- Tio, eu juro que não aconteceu nada entre mim e a Sophie. – Olho-a com carinho. – Isto é apenas um livro onde uma rapariga fala sobre a primeira vez. Não vejo qual o problema da Sophie ler isto. – Entrego o livro ao meu tio com um olhar meio torto. Afinal ele deve ter sido bruto com a minha menina.
- Pai... Porque foi preciso o Thomas garantir que nada se passou? Até dá a sensação que não confias em mim. – Ela limpa uma lágrima e baixa o olhar.
- Pois é Tommo, parece que não confias na tua filha o suficiente. Pensei que fosses mais inteligente.
- Pronto... - Senta-se e mexe no cabelo frustrado. – Eu... Eu peço desculpa. Errei, mas... Porque os filhos têm de crescer? – Suspira e eu noto-o perdido.
- Meninos vão para o quarto que acho que os adultos aqui precisam de conversar. – A minha mãe diz e eu e a Sophie assentimos.
- Mas a porta fica aberta. – Oiço o meu pai dizer enquanto subo as escadas na companhia a minha namorada.Entro no meu quarto e a Sophie entra atrás de mim, mas mantém à porta. Talvez com receio de alguma coisa. Há uns dias atrás era mais fácil entender o olhar dela. Agora não consigo desvendar a sua expressão e isso deixa-me meio desconcertado.
- Podes sentar-te e deixar a porta aberta. Em último caso podes ir ter com as minhas irmãs. Elas estão no quarto delas. – Digo sentando-me na cama e pegando no telemóvel mexendo em algo aleatoriamente. Posso sentir o seu olhar sobre mim, mas o silêncio mantém-se.
- Desculpa... - A sua voz soa baixo e vejo-a encostar a porta, mas não fechando completamente, e andando na minha direção.
- Porque pedes desculpa? – Pouso o telemóvel na mesa-de-cabeceira e olha-a tentando decifrar os seus pensamentos.
- Pela cena do meu pai. E pela vergonha que te fez passar em frente aos teus pais.
- Deixa de ser tonta. O meu pai já sabia do que se passou entre nós. – Ela arregala os olhos e cora. – Anda cá. – Puxo-a para o meu abraço. – Eu falei com o meu pai hoje. Desabafei com ele... Ele confessou que quando ele e a minha mãe estiveram juntos a primeira vez não foi premeditado. Apenas aconteceu.
- Achas que vai conseguir esperar por mim? – Sinto a sua voz baixinha.
- Sophie, eu adoro-te e gosto demasiado de ti para te deixar fugir. Por ti eu espero o tempo que for preciso e quando acontecer eu quero que te sintas preparada para isso. – Ela olha-me intensamente.
- Obrigada. – Ela encosta os lábios nos meus. – Como foi falar com o teu pai?
- Foi estranho, mas bom. Eu tinha saudades de estar assim com ele. Foi como se nada tivesse acontecido e tudo se mantivesse igual.
- Discutiram? – Nego.
- Tenho tantas saudades dele que não sei explicar o que senti ao falar com ele como meu confidente e amigo. Afinal ele é o meu herói por assim dizer.
- É normal. Tu estás magoado com ele e com o que ele fez, mas ele está a tentar reconquistar-vos a todos. Dá-lhe a oportunidade de se voltar a aproximar. Acho que o teu pai merece isso.
- Não sei... - Suspiro.
- Por favor, amor. Pensa nisso. Não estou a dizer para esqueceres o que ele fez, mas para apenas lhe dares um pouco de confiança.
- Tens razão. Afinal ele é meu pai e a mal ou a bem é das pessoas mais importantes para mim.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Just Love
أدب الهواة"Porque tudo isso acontece nas nossas vidas? Porque a gente perde pessoas que amamos? Só queria ter as respostas de todas minhas perguntas, mais não tenho. Por mais que seja difícil ou dolorosas preferia descobrir, acho que seria melhor. Poderia até...